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Dívida no cartão de crédito é fria; veja 10 dicas para sair dessa

Vinicius Pereira

Colaboração para o UOL, em São Paulo

11/04/2018 04h00

A facilidade de fazer uma compra com o cartão de crédito é tentadora. Poder adquirir algo, mesmo sem possuir imediatamente o dinheiro, é sempre interessante. O problema é que tal autonomia pode ter um alto custo e se tornar a grande vilã da sua saúde financeira.

Se o consumidor não conseguir quitar a fatura completa, começará a pagar uma alta taxa sobre o montante devido. Os juros médios do chamado rotativo do cartão, linha de crédito utilizada pelas instituições financeiras nesta modalidade, chegaram a 333,9% em fevereiro, segundo o Banco Central (BC).

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A taxa exorbitante faz com que qualquer dívida se torne rapidamente uma bola de neve, complicando o orçamento doméstico. Para 76,4% das famílias endividadas no país, o cartão de crédito é o principal responsável pela dívida, segundo pesquisa divulgada pela CNC (Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo).

“O rotativo do cartão de crédito é algo bem caro e, se a pessoa não tiver cuidado, pode ser a porta de entrada para o fim da tranquilidade financeira”, diz Reinaldo Domingos, presidente da Associação Brasileira de Educadores Financeiros (Abefin).

Por ser a linha mais cara do mercado, o governo federal tenta, desde o ano passado, diminuir as taxas cobradas no rotativo do cartão como forma de controlar o endividamento dos brasileiros.

Com as novas regras, os bancos são obrigados a transferir a dívida para outra modalidade de financiamento parcelado após 30 dias, caso haja o pagamento mínimo da fatura. Mesmo assim, a resolução do problema ainda parece estar longe, já que, em fevereiro, um em cada quatro usuários de cartão de crédito entrou no rotativo.

Por isso, o UOL conversou com especialistas e reuniu dicas para quem deseja sair dessa fria. Confira:

1) Pague sempre a fatura total

Com juros tão altos, entrar no rotativo do cartão continua caro e perigoso. Dessa forma, pagar a fatura total é sempre a primeira dica para quem não quer se perder em dívidas. Os juros, de mais de 300% ao ano, irão incidir sobre o montante que não foi pago. Por isso, o consumidor deve ficar muito atento para não gastar mais do que sua capacidade de pagamento.

2) Não atrase o pagamento

Atrasar a parcela do cartão de crédito também não é uma boa solução. Caso o consumidor atrase por mais de 30 dias, ou não pagar nem o mínimo da fatura, cairá no chamado ‘rotativo não-regular’, onde os juros chegam a incríveis 397,5% ao ano.

3) Cuidado com compras em pequenos valores

De acordo com especialistas, é muito comum não conseguir pagar a fatura total por não saber o quanto gastou no mês. É bom tomar cuidado com compras baratas e em grande quantidade, que afetam a percepção de gastos e fazem com que o consumidor perca a capacidade de pagamento.

4) Planeje

Planejar o quanto cada um pode gastar é essencial. Apesar de oferecer benefícios, o cartão de crédito jamais pode ser utilizado como uma extensão do salário. Lembre-se: a fatura sempre chega. Por isso saber qual é o limite de gastos mensal é o ideal para que as dívidas fiquem sob controle.

5) Faça um empréstimo pessoal

Um empréstimo pessoal, em geral, tem juros e taxas menores do que o rotativo do cartão ou o parcelamento de fatura. São inúmeras possibilidades, como crédito consignado, antecipação do 13º, antecipação do Imposto de Renda etc. Diversas operadoras financeiras oferecem essas possibilidades com juros bem menores.

Assim, o consumidor poderá resolver o problema com a operadora do cartão antes de a dívida crescer demais. O cuidado, porém, deve estar no planejamento: ao comprometer qualquer renda futura, o consumidor deve estar ciente que não receberá o valor total no futuro. Exemplo: caso ele antecipe o 13º, deve levar em conta que não terá o salário adicional no final do ano. 

6) Negocie

Com as novas regras, a operadora do cartão é obrigada a direcionar quem tem dívida no cartão para uma linha de crédito mais barata. Isso deverá ser feito logo no primeiro mês da dívida. O consumidor, contudo, não é obrigado a aceitar a oferta logo de cara. Dessa forma, é necessário negociar a melhor linha de crédito (com juros e custos menores) para que o pagamento não comprometa parte considerável da renda.

7) Procure um lugar mais barato

Caso haja outra instituição financeira com taxas mais baixas, é possível fazer a portabilidade da dívida. Ou seja, consumidor pode transferir o montante devido para outro lugar. Para isso, contudo, é necessário fazer uma boa pesquisa e pedir o CET de cada um dos bancos para que o valor final da dívida realmente seja menor.

8) Peça por parcelas fixas

Quem está enrolado com dividas no cartão de crédito precisa de previsibilidade e planejamento para sair dessa posição incômoda. Por isso, o melhor para a organização das contas é pedir por parcelas fixas mensais para o pagamento do novo empréstimo. Dessa forma, o consumidor poderá saber exatamente quanto precisa separar por mês para quitar o montante, sem correr o risco de a parcela subir conforme o tempo passar.

9) Tenha, no máximo, dois cartões

Os bancos e operadoras vivem oferecendo novos cartões de créditos aos clientes com diversas condições especiais. Possuir inúmeros cartões, contudo, pode ser perigoso pois também dificulta o controle do quanto se gasta. Por isso, concentre os gastos em, no máximo, dois cartões de crédito e fique atento ao dia em que vencem as faturas.

10) Repense seus hábitos de consumo

Se o consumidor vem atrasando o pagamento ou já parcelou a fatura e continua endividado, está na hora de repensar os hábitos de consumo. Planejar, economizar e não gastar mais do que ganha são os primeiros passos para adquirir uma consciência financeira. Cursos, palestras e estudos sobre educação financeira também são bem-vindos.

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