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Reportagem

Como se aposentar recebendo R$ 5.000 por mês em dividendos de ações

Uma das formas mais clássicas de viver de renda é por meio dos dividendos pagos por empresas negociadas na Bolsa de Valores. Na coluna de hoje eu mostro quanto você precisaria ter, aproximadamente, para receber em média R$ 5.000 por mês em dividendos e quanto investir por mês para chegar lá.

Quanto investir para receber R$ 5.000 por mês

Para receber em média R$ 5.000 por mês em dividendos de ações seria preciso ter, aproximadamente, entre R$ 600 mil de R$ 800 mil. Nesse cálculo, considerei uma carteira com ações de cinco empresas indicadas por analistas para quem busca dividendos.

São elas a Petrobras, o Banco do Brasil, a Vale, a Copel e a Eletrobras. Hoje, o retorno médio em dividendos dessas companhias está em 10,3% ao ano. Dessa forma, seria preciso ter R$ 581 mil em uma carteira com essas ações para receber cerca de R$ 5.000 por mês em proventos.

No entanto, a Petrobras está hoje com um retorno em dividendos alto demais, de 26% ao ano, o que certamente não se sustenta por muito tempo. Por outro lado, a Eletrobras, está com um retorno de apenas 3,1%, mas tem perspectiva de aumentar esse valor, pois é uma elétrica que historicamente apresenta consistência no pagamento de dividendos.

Sendo assim, retirando os dois extremos da lista, temos um retorno médio em dividendos de 7,39% ao ano nas três empresas restantes. Isso iria requerer um capital de R$ 812 mil para gerar dividendos de R$ 5.000 por mês.

Como juntar o valor necessário?

Investir um pouco por mês até juntar R$ 800 mil não é uma tarefa fácil. Para se chegar a esse valor ao longo de 30 anos investindo só em aplicações de baixo risco, seria necessário fazer aportes de R$ 1.100 por mês durante 30 anos. (Sim, existem vídeos na internet prometendo que se você investir R$ 300 por mês, em 30 anos você vai ter R$ 1 milhão. Mas esses cálculos não descontam Imposto de Renda nem inflação.)

No entanto, é possível chegar aos R$ 800 mil com menos investimento se você escolher empresas com alta probabilidade de crescimento. Por exemplo, investindo R$ 500 por mês ao longo de 30 anos, é possível atingir aquela quantia se as empresas que você escolher crescerem cerca de 3% ao ano e apresentarem um retorno em dividendos médios de 6% ao ano. Nesse mesmo cenário, se você aplicar R$ 1.000 por mês, chegará aos R$ 800 mil daqui a 22 anos.

Veja que não estou usando premissas exageradas. Não é demais esperar que uma boa empresa cresça 3% ao ano. Quanto ao retorno em dividendos, hoje existem mais de 50 ações que apresentam um número superior a 6% ao ano. Esses cálculos consideram que, durante a fase de acumulação, você reinvista nas empresas todo o dinheiro que receber em dividendos.

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E a inflação?

Talvez você se pergunte: "Mas daqui a 20 ou 30 anos, R$ 5.000 não serão nada". Verdade, mas esses cálculos já descontam a inflação. Ou seja, eles consideram que você não receberá R$ 5.000 por mês, e sim um valor muito maior, mas que, devido à inflação, terão um poder de compra equivalente ao de R$ 5.000 hoje.

Outro ponto importante é que, para dar certo, você precisa corrigir o valor dos seus aportes todos os anos. Por exemplo, se está aplicando R$ 500 por mês, e a inflação nos próximos 12 meses ficar em 10%, a partir do 11º mês você passa a aportar R$ 550 mensais.

Riscos

Antes de iniciar seus investimentos, saiba que ações têm riscos. Muitas das empresas que hoje estão na Bolsa podem não crescer ou até encolher. Se você não montar uma boa carteira, mitigando riscos, tem uma grande chance de perder dinheiro, em vez de ganhar. Por isso, é importante investir somente em ações recomendadas por analistas de investimento. Além disso, uma vez que você compra uma ação, deve acompanhar os relatórios desses especialistas sobre aquela companhia.

Alguma dúvida?

Tendo alguma dúvida sobre investimentos, me siga no Instagram e envie uma mensagem por lá. Sua pergunta poderá ser respondida nesta coluna.

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