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Fundo imobiliário pode render o dobro da renda fixa e pouca gente percebe

Para se ter uma renda vitalícia de R$ 1.000 no Tesouro Direto, é preciso ter, aproximadamente, R$ 250 mil investidos.

Já com fundos de investimento imobiliário (FIIs), é possível obter essa mesma renda com cerca de R$ 120 mil aplicados.

Porém, as pessoas leigas no assunto, em geral, não percebem isso porque cometem um erro fatal na hora de escolher o investimento.

Este é o primeiro texto de uma série de cinco artigos que publicarei nesta coluna para explicar os fundos imobiliários. Os temas serão os seguintes:

  • FII pode render o dobro da renda fixa e pouca gente sabe (hoje)
  • Como se ganha dinheiro com fundos imobiliários e quais os riscos
  • Investir em imóveis ou em fundo imobiliário? Veja qual rende mais
  • Passo a passo para escolher um fundo imobiliário com segurança
  • Os dez fundos imobiliários que rendem mais dinheiro no Brasil hoje

Por que as pessoas não percebem que rende mais?

Quando eu digo, por exemplo, que é preciso ter R$ 250 mil no Tesouro para gerar uma renda de R$ 1.000 por mês, algumas pessoas questionam.

"Como assim, R$ 250 mil dariam uma renda de apenas R$ 1.000 por mês? Se o Tesouro está rendendo 10,5% ao ano, se tirarmos o Imposto de Renda, daria cerca de 9% ao ano. Logo, R$ 250 mil renderiam R$ 22,5 mil por ano, o que dá bem mais do que R$ 1.000 por mês".

No entanto, esse questionamento está errado. Se o seu objetivo for uma renda vitalícia, você não pode gastar tudo o que o seu investimento render. É preciso deixar uma parte para cobrir a inflação.

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No nosso exemplo, dos R$ 22,5 mil que o Tesouro renderia por ano, quase R$ 10 mil são apenas para atualizar pela inflação o montante aplicado. Assim, sobram cerca de R$ 12 mil por ano, ou R$ 1.000 por mês, para você gastar sem comprometer o poder de compra do seu patrimônio.

Se você não fizer permitir essa correção monetário do seu investimento, com o tempo você verá que ele perde poder de compra.

Portanto, as pessoas não percebem que o retorno dos FIIs pode ser muito maior porque, no caso desse tipo de fundo, o retorno esperado já desconta a inflação, enquanto no caso dos investimentos de renda fixa, raramente se desconta a inflação quando se apresenta o retorno esperado.

Bons FIIs tendem a superar inflação

Quando você investe em um fundo imobiliário, em geral, você está comprando uma parte de um ou vários imóveis.

Na maioria dos fundos, os imóveis estão alugados e, por isso, geram uma renda para o FII, que é repassada em grande parte ao investidor.

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Assim, quando você compra uma cota de um FII, passa a receber uma renda mensal, que veio do aluguel dos imóveis pertencentes ao fundo. Se os aluguéis são reajustados, o rendimento pago pelo FII também tende a ser reajustado.

Como os contratos de aluguel, em geral, preveem um reajuste pela inflação, o rendimento gerado por um bom FII tende a ser, também, reajustado pela inflação a longo prazo.

Isso faz uma diferença enorme quando estamos pensando em renda passiva.

Hoje, a mediana do retorno em dividendos dos FIIs mais negociados do país está em 10,68% ao ano.

Logo, um investimento de R$ 118 mil pode gerar uma renda de R$ 12 mil por ano, o que daria uma média acima de R$ 1.000 por mês.

Como estamos prevendo que um bom FII iria conseguir reajustar o valor dos aluguéis pela inflação, esses R$ 1.000 também teriam uma correção monetária a longo prazo.

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Atenção aos riscos

No próximo artigo da série, darei mais detalhes sobre os riscos dos FIIs, mas, por enquanto, você precisa saber que eles são investimentos mais arriscados do que o Tesouro Direto, o CDB, a LCA, a LCI e os fundos de renda fixa.

Não há nenhuma garantia de que os rendimentos de qualquer FII será reajustado pela inflação. Há apenas a expectativa, devido ao fato de que os contratos de aluguel, em geral, preveem esse reajuste.

Mas um FII pode sofrer com inadimplência ou com perda de inquilino. Isso pode afetar o rendimento do fundo durante alguns meses ou por um período prolongado. Nesse caso, uma renda de R$ 1.000 por mês pode baixar para R$ 500 ou menos.

Os FIIs têm riscos e isso tem que ser levado em conta na hora de investir. No entanto, eles também oferecem oportunidades de uma renda bem maior do que as aplicações de renda fixa. Para entender melhor, acompanhe a série sobre FIIs que publicarei nesta coluna.

Alguma dúvida?

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Este material não é um relatório de análise, recomendação de investimento ou oferta de valor mobiliário. Este conteúdo é de responsabilidade do corpo jornalístico do UOL Economia, que possui liberdade editorial. Quaisquer opiniões de especialistas credenciados eventualmente utilizadas como amparo à matéria refletem exclusivamente as opiniões pessoais desses especialistas e foram elaboradas de forma independente do Universo Online S.A.. Este material tem objetivo informativo e não tem a finalidade de assegurar a existência de garantia de resultados futuros ou a isenção de riscos. Os produtos de investimentos mencionados podem não ser adequados para todos os perfis de investidores, sendo importante o preenchimento do questionário de suitability para identificação de produtos adequados ao seu perfil, bem como a consulta de especialistas de confiança antes de qualquer investimento. Rentabilidade passada não representa garantia de rentabilidade futura e não está isenta de tributação. A rentabilidade de produtos financeiros pode apresentar variações e seu preço pode aumentar ou diminuir, a depender de condições de mercado, podendo resultar em perdas. O Universo Online S.A. se exime de toda e qualquer responsabilidade por eventuais prejuízos que venham a decorrer da utilização deste material.

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