Sílvio Crespo

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Reportagem

Afinal, Trump vai ser bom ou ruim para os seus investimentos? Entenda

Desde que tomou posse como presidente dos Estados Unidos, Donald Trump já tomou diversas decisões de impacto, deixando claro para onde ele quer caminhar ao longo dos próximos anos.

Sendo assim, o que tende a ocorrer com os seus investimentos? Onde será melhor investir enquanto Trump estiver no poder?

Indo direto ao ponto, as aplicações de renda fixa no Brasil tendem a continuar rendendo bem, enquanto as de renda variável podem ser prejudicadas, considerando a combinação dos cenários externo e interno.

Para começar, vamos entender o que quer o novo presidente americano e como ele influencia os investimentos. Depois eu comento cada classe de aplicações financeiras.

Trump é intervencionista

Trump tem um estilo fortemente intervencionista na economia, sempre que acredita que os interesses americanos são ameaçados.

Por exemplo, afirmou que só vai deixar o aplicativo chinês TikTok operar nos EUA se a empresa vender pelo menos 50% das suas ações a uma companhia americana.

Disse, também, que vai criar ou elevar tarifas de importação sobre chips de computador, produtos farmacêuticos e aço, entre outros.

Além disso, Trump deixou claro que tentará interferir nas decisões do banco central americano: "Exigirei que as taxas de juros caiam imediatamente".

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Toda essa postura intervencionista tende a provocar o efeito contrário do desejado por Trump: a taxa de juros provavelmente levará mais tempo para cair.

Aliás, na quarta-feira (29), ignorando as falas do presidente, o banco central americano decidiu interromper o ciclo de cortes no juro básico americano.

Tensão na política externa

Antes mesmo de tomar posse, Trump já havia deixado claro que sua política externa seria tensa. Disse que queria controlar a Groenlândia, anexar o Canadá e intervir no Canal do Panamá.

No caso específico da Groenlândia, Trump, indiretamente, ameaçou uma potência nuclear, pois, atacar a ilha significa atacar a União Europeia, da qual faz parte a França.

Mesmo que não se chegue a um conflito militar, não sabemos até que ponto o presidente dos EUA está disposto a esticar a corda, nem qual seria a reação do outro lado.

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De qualquer maneira, o aumento de tensões internacionais tende a provocar a alta do dólar. E a alta do dólar, por sua vez, gera inflação no Brasil. Com isso, em caso de escalada das tensões internacionais, é possível que o Banco Central brasileiro fique pressionado a manter os juros altos no país.

Corte de gastos

Por outro lado, Trump se mostra fortemente favorável ao corte de gastos públicos. Até o momento, já tentou suspender diversos subsídios e criou um plano de demissão voluntária para funcionários públicos.

Esse é um aspecto que joga a favor da redução da taxa de juros. Quando o governo reduz gastos, tende a diminuir a inflação, de modo que o banco central pode reduzir o juro básico.

No entanto, o corte de gastos teria que ser imenso para compensar todos os demais fatores acima, que pressionam para que os juros fiquem altos.

Assim, o juro básico americano deve cair lentamente, fazendo com que, no Brasil, a taxa Selic, aliada a fatores internos, se mantenha em um nível alto nos próximos anos.

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Renda fixa

Nesse cenário de juros altos no Brasil e nos EUA, as aplicações de renda fixa brasileiras tendem a continuar com bons rendimentos nos próximos anos.

Significa que Tesouro Selic, CDB, LCA e LCI são boas escolhas, pois têm baixo risco e devem render bem devido aos juros altos.

Fundos imobiliários

Os fundos de investimento imobiliário (FIIs), após um período de queda no ano passado, tendem a demorar para se recuperar, devido à tendência de que os juros permaneçam altos por um longo período.

Vale a pena investir se você quer aproveitar o momento de baixa, mas saiba que o retorno tende a vir somente a longo prazo e que, até lá, os preços podem cair ainda mais.

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Bolsa brasileira

Os juros altos, além de um cenário interno desafiador por conta da política fiscal do governo brasileiro, tendem a limitar os ganhos das ações negociadas na Bolsa brasileira.

Quem quer se arriscar nessa seara deve escolher muito bem as empresas.

Bolsa americana

A Bolsa dos EUA é uma incógnita, especialmente para brasileiros, pois, ao investir no exterior, nós sofremos o impacto do câmbio, para o bem ou para o mal.

Considerando as tendências de juros altos nos EUA, os possíveis conflitos internacionais e a política econômica brasileira, arrisco dizer que o dólar continuará alto em relação ao real, favorecendo o investidor nacional que comprar ações americanas.

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No entanto, o risco é bastante alto, e o cenário pode não se confirmar. Só invista na bolsa americana se estiver disposto a correr esse risco, ou como forma de diversificar a carteira.

Criptomoedas

As criptomoedas tendem a ser favorecidas durante o governo Trump. Ele próprio chegou a dizer que pensa em criar uma reserva nacional em bitcoin.

Medidas como essa podem levar a uma corrida por criptomoedas, provocando ondas de valorização.

No entanto, devo lembrar que o risco desse tipo de investimento é imenso. Se for investir, esteja ciente de que pode ganhar muito ou perder muito.

Alguma dúvida?

Tendo alguma dúvida sobre investimentos, me siga no Instagram e envie uma mensagem por lá. Sua pergunta poderá ser respondida em breve nesta coluna.

Reportagem

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3 comentários

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Alberto Leal de Medeiros

"Exigirei que as taxas de juros caiam imediatamente". O que diriam os apaixonados por qualquer coisa que diga o Trump, se esta frase fosse dita por outro presidente de qualquer outro país???

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Tiago Jerã Nimo Alves

Simplista e chapa branca a análise

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Wilson Roberto Tozzi

Deveria fazer a pergunta. Se lula vai ser bom para os empreendedores no Brasil. 

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