Logo Pagbenk Seu dinheiro rende mais
Topo

OPINIÃO

EUA e Reino Unido aplicam novo golpe à economia russa

Getty Images/Bloomberg Creative
Imagem: Getty Images/Bloomberg Creative

Felipe Bevilacqua

09/03/2022 09h15

Esta é a versão online para a edição de hoje da newsletter Por Dentro da Bolsa. Para assinar este e outros boletins e recebê-los diretamente no seu email, cadastre-se aqui.

Em resposta à postura inflexível do líder russo Vladimir Putin, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, anunciou ontem um novo duro golpe à economia russa: a aplicação de sanções ao petróleo e ao gás natural produzidos no país, proibindo a importação de tais insumos por empresas norte-americanas.

Para compensar as perdas que as novas sanções podem acarretar, os EUA têm buscado uma reaproximação com o governo da Venezuela, país que possui as maiores reservas de petróleo do mundo, e retomado os esforços para o restabelecimento do acordo nuclear com o Irã, outro importante produtor da commodity.

Em linha com os EUA, o primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, comunicou que seu país colocará em prática um plano para eliminar as importações de petróleo e derivados russos até o final deste ano. Além disso, o Reino Unido baniu aeronaves russas de seu espaço aéreo nesta quarta-feira (9).

Diante dessas notícias, o preço do barril de petróleo tipo Brent -aquele que é extraído no Mar do Norte e negociado na Bolsa de Londres- disparou, e cresceu o temor pela adesão da União Europeia às sanções anunciadas.

Entretanto, Biden reconheceu que muitos de seus parceiros e aliados europeus podem não estar em uma posição para acompanhar a decisão dos Estados Unidos, tendo em vista a forte dependência dos países da região em relação ao petróleo e, principalmente, ao gás natural fornecidos pela Rússia.

Assim, o chanceler alemão, Olaf Scholz, que representa uma das nações mais dependentes do gás russo, defendeu que a UE não aplique sanções ao setor energético da Rússia enquanto fontes alternativas capazes de suprir a demanda por tais insumos não sejam encontradas.

Com a não adesão do bloco às medidas anunciadas, o petróleo desacelerou a alta, mas Putin sinalizou que pode haver retaliação, inclusive na forma de cortes no fornecimento de gás para a Europa -o que pode ser um novo blefe do autocrata russo.

Portanto, o preço do petróleo tende a seguir em desaceleração no curto prazo, podendo até mesmo recuar, mas é importante se manter atento aos desdobramentos do conflito na Ucrânia, que podem voltar a pressionar a alta da commodity.

Leia no 'Investigando o Mercado' (exclusivo para assinantes do UOL Economia Investimentos): informações sobre a inauguração da nova fábrica de veículos elétricos da Tesla na Alemanha.

Um abraço,

Rafael Bevilacqua

Analista certificado e sócio-fundador da Levante
CNPI - Analista certificado pela Apimec
Gestor CGA - Gestor de Fundos certificado pela Anbima
Administrador de Recursos e Gestor autorizado pela CVM

Queremos ouvir você

Tem alguma dúvida ou sugestão sobre investimentos? Mande sua pergunta para uoleconomiafinancas@uol.com.br.

Este material foi elaborado exclusivamente pela Levante Ideias e pelo estrategista-chefe e sócio-fundador Rafael Bevilacqua (sem qualquer participação do Grupo UOL) e tem como objetivo fornecer informações que possam auxiliar o investidor a tomar decisão de investimento, não constituindo qualquer tipo de oferta de valor mobiliário ou promessa de retorno financeiro e/ou isenção de risco . Os valores mobiliários discutidos neste material podem não ser adequados para todos os perfis de investidores que, antes de qualquer decisão, deverão realizar o processo de suitability para a identificação dos produtos adequados ao seu perfil de risco. Os investidores que desejem adquirir ou negociar os valores mobiliários cobertos por este material devem obter informações pertinentes para formar a sua própria decisão de investimento. A rentabilidade de produtos financeiros pode apresentar variações e seu preço pode aumentar ou diminuir, podendo resultar em significativas perdas patrimoniais. Os desempenhos anteriores não são indicativos de resultados futuros.