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OPINIÃO

Brasil caminha para 10° ano consecutivo no vermelho

Privatização da Eletrobras será julgada na quarta; o que esperar das ações? - Getty Images
Privatização da Eletrobras será julgada na quarta; o que esperar das ações? Imagem: Getty Images

Rafael Bevilacqua

18/04/2022 09h36

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O Ministério da Economia enviou ao Congresso na última quinta-feira (14) o Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (PLDO) de 2023, no qual consta uma meta de déficit primário de R$ 65,9 bilhões para as contas públicas no ano.

Essa meta revela que o Brasil chegou a um grau de endividamento e descontrole dos gastos públicos tão alarmante que se torna difícil projetar um cenário de superávit das contas públicas no curto prazo.

O déficit primário ocorre quando os recursos arrecadados pela União são insuficientes para cobrir seus gastos, e acabam antes mesmo de o governo conseguir pagar os juros da dívida.

Além disso, é importante ter em mente que o Brasil está em déficit desde 2014, o que significa que caso a meta do Ministério da Economia se confirme, nosso país atingirá a marca de dez anos consecutivos gastando mais do que arrecada, fazendo com que a dívida pública cresça como uma bola de neve.

Além disso, o PLDO estima um déficit primário de R$ 27,89 bilhões em 2024, sinalizando que o país deve voltar a fechar o ano no azul apenas em 2025, com superávit de R$ 33,7 bilhões.

Todavia, a projeção de retomada do superávit não é uma garantia, e depende da aprovação de reformas estruturantes e do controle do apetite da classe política pelo aumento de gastos.

Caso as reformas administrativa e tributária não saiam do papel e novas propostas que implicam aumentos expressivos dos gastos da União sejam aprovadas, a situação fiscal brasileira pode se deteriorar ainda mais, fazendo com que as contas públicas permaneçam no vermelho por mais tempo ainda -até que o endividamento público atinja um patamar insustentável.

Leia no 'Investigando o Mercado' (exclusivo para assinantes do UOL Investimentos): informações sobre o processo de privatização da Eletrobras, maior companhia brasileira do setor de energia elétrica.

Rafael Bevilacqua
Estrategista-chefe e sócio-fundador da Levante

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Este material foi elaborado exclusivamente pela Levante Ideias e pelo estrategista-chefe e sócio-fundador Rafael Bevilacqua (sem qualquer participação do Grupo UOL) e tem como objetivo fornecer informações que possam auxiliar o investidor a tomar decisão de investimento, não constituindo qualquer tipo de oferta de valor mobiliário ou promessa de retorno financeiro e/ou isenção de risco . Os valores mobiliários discutidos neste material podem não ser adequados para todos os perfis de investidores que, antes de qualquer decisão, deverão realizar o processo de suitability para a identificação dos produtos adequados ao seu perfil de risco. Os investidores que desejem adquirir ou negociar os valores mobiliários cobertos por este material devem obter informações pertinentes para formar a sua própria decisão de investimento. A rentabilidade de produtos financeiros pode apresentar variações e seu preço pode aumentar ou diminuir, podendo resultar em significativas perdas patrimoniais. Os desempenhos anteriores não são indicativos de resultados futuros.