Telefônica (VIVT3): analistas recomendam compra das ações e veem valorização de quase 30%
O Itaú BBA retomou a cobertura da Telefônica (VIVT3), dona da Vivo, com recomendação outperform, equivalente a compra. Em relatório, os analistas do BBA destacaram que a companhia tem um forte desempenho operacional e crescimento do lucro líquido.
A tese de investimento, segundo o BBA, se baseia na liderança da Vivo no mercado de telecomunicações sem fio brasileiro e a sua forte posição em linhas fixas. Além disso, os analistas esperam que os gastos de capital permaneçam estáveis, em torno de R$ 9 bilhões.
Outro ponto destacado pelo BBA é o histórico de retorno aos acionistas por meio de dividendos e pagamentos de juros sobre capital próprio (JCP), com uma média de 7,2% de 2019 até 2023.
Neste contexto, o BBA recomenda compra, com preço-alvo de R$ 57, um upside de 29,8%.
"Em termos de valuation relativa, a Vivo está sendo negociada a um EV/Ebitda de 4,0x para 2024, um desconto de 18% em relação à sua média de 4,8x dos últimos 10 anos", apontam os analistas.
Telefônica Brasil: BBA destaca forte momento operacional
Para o BBA, a telefônica registra um ótimo desempenho operacional, com bons números nas suas divisões de serviços móveis e serviços de linha fixa.
O crescimento do lucro líquido também é citado, visto o aumento de 29% no primeiro semestre de 2023.
No entanto, o BBA menciona que uma possível eliminação do JCP pode ter um impacto significativo nos ganhos por ação (EPS) da empresa, reduzindo-os em 18,5%.
Principais vetores de risco associados a Telefônica
De acordo com o BBA, existem alguns riscos associados ao investimento na Vivo. Entre eles:
- Ventos macroeconômicos adversos, principalmente na forma inflação
- Necessidade de gastos acima do esperado para implantação do 5G
- Reformas fiscais eliminando o JCP
- Aumento da concorrência nas linhas fixas
Companhia tem lucro bilionário no 2T23
A Telefônica (VIVT3) divulgou seus resultados do segundo trimestre de 2023 (2T23). A empresa proprietária da Vivo teve um lucro líquido de R$ 1,121 bilhão nesse período,
O lucro da Telefônica no 2T23 foi 50,3% maior que o divulgado no mesmo período do ano passado. Esse número também superou em 22,5% a estimativa do mercado financeiro do consenso Refinitiv, que era de R$ 915 milhões.
A empresa atribui esse lucro ao forte avanço do Ebit (lucro antes de juros e impostos) da empresa no segundo trimestre deste ano, 26,8% superior ao registrado no 2T22. Além disso, também impactou positivamente o resultado da Telefônica a redução das despesas financeiras.
Já o Ebtida da Telefônica no 2T23 foi de R$ 5,085 bilhões no segundo trimestre de 2023, com alta de 11,1% em relação ao período análogo em 2022. Nesse ponto, a projeção do Refinitiv era de R$ 4,97 bilhões.
A margem Ebitda da Telefônica alcançou a marca de 39,9%, o que corresponde a um crescimento anual de 1,2 ponto percentual. Enquanto isso, foram R$ 12,733 bilhões em receitas líquidas somadas no 2T23, com avanço de 7,6% em relação ao segundo trimestre do ano passado.
A receita de serviço móvel da Telefônica cresceu 10,4%, principalmente em razão da receita de pós-pago, com o crescimento da quantidade de clientes, nível de cancelamento na mínima histórica e pelos reajustes de valor realizados anualmente.
A receita oriunda de pré-pago teve uma baixa de 1,6% no 2T23, quando comparada ao segundo trimestre de 2022.
Resultado financeiro e dívida
Apesar do lucro líquido bilionário registrado no segundo trimestre de 2023, a dona da Vivo continuou com prejuízo em seu resultado financeiro, que foi de R$ 486 milhões nesse período. Assim, esse prejuízo caiu 19,2% em relação ao segundo trimestre de 2022.
Os investimentos realizados no trimestre somaram R$ 2,353 bilhões, com queda anual de 8,6%. Por fim, a dívida da Telefônica era de R$ 12,165 bilhões ao final do 2T23, o que corresponde a uma baixa de 7,4% em relação a igual período do ano passado.
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