Cielo (CIEL3): banco corta preço-alvo e projeta dificuldades no 3T23; veja motivos
O BTG Pactual cortou o preço-alvo das ações da Cielo (CIEL3), mas manteve a recomendação de compra. Segundo analistas do banco, a companhia "passou de estrela a um baixo desempenho".
"A ação do setor teve órimo desempenho em 2022, quando disparou 130%. Mas a Cielo tem apresentado performance significativamente abaixo do esperado em 2023, com queda de 35% no acumulado do ano", diz o BTG.
De acordo com analistas, esse cenário de perdas de participação de mercado no 1º semestre de 2023 da Cielo, forçaram a companhia a reagir por meio de aumento de investimentos, o que pode trazer risco de queda para as estimativas de ganhos da Cielo.
No entanto, o BTG ainda vê espaço para a Cielo considerar recompras ou aumentar o pagamento de dividendos.
"Esperamos um 3º trimestre mais fraco, devido à combinação de volumes estáveis, rendimentos mais baixos e despesas mais altas, o que pressionará a rentabilidade", projeta a equipe do BTG.
Nesse cenário, o banco reduziu o preço-alvo de R$ 6 para R$ 5 das ações da Cielo. Os papéis da Cielo fecharam cotados a R$ 3,47 nesta sexta (6), dia de alta de 0,58% na Bolsa.
Cielo: analistas projetam receita mais fraca no 3º trimestre
O BTG prevê um TPV (Volume total de pagamentos) estável para Cielo no terceiro trimestre, em comparação ao anterior.
Para o banco, embora a companhia tenha controlado a perda de participação de mercado no segmento de grandes contas, ainda podem haver perdas de participação no segmento de varejo.
Em relação ao rendimento da receita da Cielo, o BTG aponta três fatores negativos: o primeiro é o longo período desde a última onda de repricing, o segundo a proporção de contas grandes de baixo rendimento na base de clientes e, por fim, a perda de clientes com rendimentos mais altos no segmento de varejo.
Com isso, a equipe do BTG prevê um lucro líquido de R $440 milhões no 3º trimestre, cerca de 10% abaixo da estimativa anterior. "Embora ainda apontamos uma recuperação no 4º trimestre, agora estimamos que o lucro líquido "recorrente" de 2023 seja de R$1,9 bilhão."
Lucro no 2T23 cresceu 26,8%
A Cielo registrou um lucro líquido recorrente de R$ 486 milhões no segundo trimestre de 2023 (2T23).
Com isso, o lucro da Cielo mostra um crescimento de 26,8% em relação ao mesmo período do ano anterior.
Considerando os itens não recorrentes envolvendo as operações de Cielo Brasil e Cateno, a empresa apresentou um lucro consolidado de R$ 708,5 milhões no 2T23, maior patamar desde o quarto trimestre de 2018 e alta de 11,5% frente ao mesmo período do ano anterior.
O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (EBITDA) recorrente totalizou R$ 1,045 bilhão no segundo trimestre de 2023, apresentando um crescimento de 14,3% em relação ao mesmo trimestre do ano anterior.
A margem EBITDA recorrente atingiu 39,6% no 2T23, um aumento de 3,6 pontos percentuais em comparação ao mesmo período de 2022.
A receita líquida da Cielo somou R$ 2,642 bilhões no segundo trimestre de 2023, apresentando um crescimento de 4% na comparação com igual etapa de 2022, impulsionada principalmente pelo crescimento de yield (retorno) em Cielo Brasil e volume e yield em Cateno.
Apesar dos resultados positivos, a Cielo enfrentou uma queda no volume financeiro de transações capturado pela Cielo Brasil, que atingiu R$ 195,8 bilhões no 2T23, representando uma queda de 11,4% em relação ao 2T22.
Esse resultado foi impactado pela redução de 7,7% nas transações com cartões de crédito e de 16,8% nas transações com cartões de débito.
Em 30 de junho de 2023, a Cielo registrou um saldo de caixa e equivalentes de caixa de R$ 1,244 bilhão, representando uma redução de R$ 2,988 bilhões em relação a 30 de junho de 2022, e de R$ 1,107 bilhão frente a 31 de março de 2023.
A empresa explicou que essa redução é explicada, principalmente, pelo aumento substancial de recursos alocados em Produtos de Prazo.
Na data base de encerramento do balanço, a Cielo registrou um total de empréstimos e financiamentos de R$ 7,398 bilhões, representando um aumento de R$ 451,0 milhões em relação a 30 de junho de 2022.
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