Americanas (AMER3) teve prejuízo líquido de R$ 12,9 bilhões em 2022 e de R$ 6 bilhões em 2021
Após adiamentos, a Americanas (AMER3), em recuperação judicial, apresentou os resultados de 2022 e republicou os de 2021, conforme comunicado divulgado nesta quinta-feira (16). O último balanço divulgado pela varejista foi o do terceiro trimestre de 2022, em novembro do ano passado.
Em 2022, a varejista teve um prejuízo líquido de R$ 12,9 bilhões e corrigiu a última linha de seu balanço em 2021 - neste ano, a Americanas teve um prejuízo líquido de R$ 6,23 bilhões, ante lucro líquido R$ 731 milhões divulgado anteriormente.
Assim, a perda líquida da Americanas aumentou 107% entre 2021 e 2022.
Já o lucro bruto da Americanas em 2022 foi de aproximadamente R$ 5,0 bilhões e a margem bruta atingiu a marca de 19,5% da receita líquida, "impactada pelo real custo de mercadorias vendidas, que já não contava com a fraude de lançamentos de contratos fictícios de verba de propaganda cooperada (VPC) que reduziam o custo", explicou. "Outro impacto relevante foi a provisão de obsolescência de estoques no valor de R$ 744 milhões, que teve contrapartida na linha de custos de mercadoria vendida".
A receita líquida consolidada da Americanas atingiu a marca de R$ 25,8 bilhões em 2022, com o varejo digital e o físico como unidades de negócio de maior representatividade (aproximadamente 87%). O valor é 14,6% superior aos R$ 22,521 bilhões reportados um ano antes.
Já o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) recorrente da Americanas ficou negativo em R$ 2,927 bilhões em 2022. Já o capital de giro da Americanas ficou em R$ 2,5 bilhões, com uma piora de R$ 1,2 bilhão na comparação anual, "com a redução dos recebíveis não sendo suficiente para compensar a redução do financiamento dos estoques", disse.
Ao fim do ano passado, a dívida líquida da Americanas era de R$ 26,3 bilhões. No final de 2021, a dívida líquida real da companhia era de R$ 13,9 bilhões, ante caixa líquido de R$ 1,73 bilhão divulgado originalmente.
O resultado financeiro da Americanas foi negativo em R$ 5,23 bilhões no ano passado, "já considerando as despesas de juros dos contratos de risco sacado e contratos de capital de giro devidamente contabilizados". A Americanas informou, também, que tinha um endividamento de curto prazo de R$ 37 bilhões ao final de 2022.
Projeções da Americanas para 2025
A Americanas também divulgou projeções para 2025, considerando uma eventual aprovação do plano de recuperação judicial, atualmente negociado com os principais credores da empresa.
Segundo a varejista, a expectativa para 2025 é de Ebitda de mais de R$ 2,2 bilhões, com um alavancagem medida pela relação dívida líquida/Ebitda de menos de 0,75 vez.
Além disso, espera atingir uma dívida bruta financeira entre R$ 1 bilhão e R$ 1,5 bilhão, e que o patrimônio da Americanas volte a ficar positivo.
"A projeção aqui divulgada é baseada nas expectativas da companhia sobre o futuro dos negócios. Essas expectativas dependem, substancialmente, de fatores alheios à vontade da companhia, tais como condições de mercado, desempenho da economia brasileira, do setor e dos mercados internacionais", disse a Americanas.
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