B3 (B3SA3): Itaú BBA corta preço-alvo, com 'persistente baixa nos volumes negociados'
Após a B3 (B3SA3) reportar um lucro líquido recorrente de R$ 1,057 bilhão no quarto trimestre de 2023 (4T23), o Itaú BBA reduziu suas estimativas para a companhia, reiterando recomendação "market perform".
O BBA prevê um aumento modesto de 4% nos lucros recorrentes da B3 em 2024, que deve manter os múltiplos nos atuais níveis descontados de 15x Preço/Lucro esperado deste ano. Segundo o banco, as revisões para baixo decorrem de volumes mais fracos, margens de negociação e despesas mais altas.
"Vemos melhores oportunidades de capitalizar a recuperação do mercado de capitais brasileiro com o BTG (BPAC11), que cresce mais rápido e tem descontos maiores".
Agora, os analistas preveem lucro líquido recorrente de R$ 4,775 bilhões neste ano, de 5,014 bilhões anteriormente, enquanto reduziram as projeções de receita líquida de R$ 9,757 bilhões para R$ 9,612 bilhões.
Além disso, dada a persistente baixa nos volumes observados até o momento e a velocidade de giro mais lenta, os analistas estão revisando para baixo a ADTV (volume médio diário negociado) para 2024. Agora a previsão é de R$ 26 bilhões (antes era R$ 27 bilhões).
"Os fluxos estrangeiros e a indústria local de fundos ainda estão se movendo em um ritmo lento, especialmente quando comparados às nossas expectativas anteriores. Os fundos de ações e hedge ainda precisam de volumes de entrada decentes, enquanto os produtos de renda fixa continuam a atrair a maioria dos influxos", explica o BBA.
Neste contexto, o BBA cortou o preço-alvo das ações da B3, passando de R$ 16 para R$ 15.
B3 tem queda de 8,2% no lucro do 4T23
A B3 (B3SA3) reportou um lucro líquido recorrente de R$ 1,057 bilhão no quarto trimestre de 2023, queda de 8,2% frente ao mesmo período de 2022 e de 8,7% na base sequencial.
O lucro líquido atribuído aos acionistas, que exclui itens não recorrentes, ficou em R$ 915,5 milhões, uma queda de 8,8% em 12 meses e de 14,8% no comparativo trimestral.
As receitas totais da B3 no quarto trimestre de 2023 somaram R$ 2,493 bilhões, número 2,9% inferior ao registrado no mesmo período do ano anterior e 0,1% superior ao do terceiro trimestre. Segundo o relatório, a queda na receita da B3 reflete o desempenho dos derivativos de câmbio, compensada, em parte, pelas receitas de juros somadas em moeda nacional. Os juros também foram apontados como responsáveis pela dificuldade de uma "recuperação consistente" no segmento de ações e instrumentos de Renda Variável durante o 4° tri.
Entre os destaques positivos, a companhia destaca a alta de 5,5% do saldo na depositária de renda variável, o que demonstra que o valor de mercado das empresas subiu no período.
Em derivativos listados, a B3 também destacou que o volume médio diário negociado (ADV) totalizou 6,2 milhões de contratos, valor maior em 4,8% em relação ao 3° tri e 35,7% ao 4° Tri de 2022, principalmente em função do bom desempenho de contratos de taxas de juros em Real.
Já no segmento de balcão da B3, as taxas de juros mais altas seguiram favorecendo o aumento de volumes, com alta de 14,3% no estoque de instrumentos de renda fixa e de 26,4% no estoque do Tesouro Direto em relação ao mesmo período de 2022.
No 4T23 da B3, o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) caiu 10,3%, para R$ 1,45 bilhão, se comparado com os três meses anteriores, e apresentou um recuo de 9,8%, na comparação anual. A margem Ebtida caiu para 65,1% no quarto trimestre, de 70,5% no mesmo intervalo de 2022 e de 72,3% no terceiro trimestre.
Resultados de 2023
No acumulado do ano de 2023, o lucro da B3 ficou em R$ 4,13 bilhões, número 2,2% menor que o registrado em 2022. A receita total do ano foi de R$ 9,9 bilhões, 1,9% menor na mesma base de comparação. A empresa salienta que a queda de 14,8% no segmento de ações e instrumentos de renda variável foi compensada pelo bom desempenho nos demais segmentos.
No segmento listado, a receita bruta caiu 9,2%, para R$ 5,97 bilhões e representou 60,2% do total. Na divisão de balcão, a receita subiu 14,9%, para R$ 1,49 bilhão, 15% do total.
Cotação
Na tarde desta quarta-feira (28), as ações da B3 caem 1,60%, cotadas a R$ 12,48.
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