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Veja onde investir para se aposentar e viver de renda

Quer se aposentar cedo? Confira quais investimentos podem ser boas alternativas para isso - Vergani_Fotografia/iStock
Quer se aposentar cedo? Confira quais investimentos podem ser boas alternativas para isso Imagem: Vergani_Fotografia/iStock

Fernando Barbosa

Colaboração para o UOL, em São Paulo

20/10/2022 11h00

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A preocupação com o futuro - e com o sustento na aposentadoria - é cada vez mais presente em pessoas de todas as idades. A previdência privada não é a única maneira de conseguir garantir tranquilidade no futuro.

Existem diversos investimentos que podem ajudar nesse objetivo. Uma boa alternativa é escolher ativos que pagam dividendos. Ações, fundos imobiliários e até títulos na renda fixa pagam uma renda ao investidor.

Os dividendos são uma forma que as empresas e fundos possuem de compartilhar os lucros de um determinado período - o pagamento pode ser mensal, trimestral, semestral ou anual. No caso dos fundos imobiliários, é bastante comum que esse retorno seja pago aos cotistas mês a mês, por exemplo. Veja abaixo todas as opções disponíveis para planejar uma aposentadoria tranquila.

Segundo Ariane Benedito, economista especialista em mercado de capitais, quem quer investir pensando na previdência deve focar na compra de ativos que consigam gerar lucro de forma razoavelmente perene, com permanência a longo prazo.

É preciso pensar nos detalhes antes de investir e considerar diversos cenários. Para quem investe em ações, em caso de uma crise econômica ou política, a economista aconselha pensar no que pode vir acontecer com a geração de receita dessas empresas, com o setor em que estão inseridas e com a política de governança sobre a distribuição de lucros.

Ações são opção para se aposentar? Nos últimos meses, empresas como Vale, Petrobras e Gerdau chamaram a atenção do mercado pelo pagamento de dividendos exorbitantes. Em comum, são companhias de commodities, matérias-primas, com presença em diferentes setores, como mineração, petróleo e siderurgia, respectivamente.

Com o aumento de preços no mundo todo de itens como petróleo, aço e minério, além de soja, milho e café, as empresas foram beneficiadas e passaram a ter maior capacidade de oferecer retornos gordos aos investidores.

Apesar da possibilidade de continuidade deste panorama nos próximos meses, isto não é regra para o longo prazo, apontam os especialistas. É que os valores das commodities podem oscilar no mercado. Em caso de fim da guerra no Leste Europeu, o que hoje é improvável, a tendência é de redução dos preços, por exemplo.

Que empresas escolher? Para quem observa retornos para um período de dez anos ou mais, as empresas consideradas mais maduras historicamente são dos segmentos de saneamento, energia e financeiro, como os bancos. Essas têm possibilidade de gerar lucros elevados de forma consistente e compartilhar os resultados com investidores.

"Na estruturação de uma carteira, é necessário escolher não só bons ativos que distribuíram no passado, mas que também vão distribuir no futuro", diz o analista e professor da Fipecafi Projetos, Fábio Sobreira.

Qual a diferença entre dividendos e juros sobre capital próprio? Na prática, há pouca diferença entre dividendos e juros sobre capital próprio (JCP). Os dividendos são isentos de Imposto de Renda. Por isso, chamam a atenção de investidores.

Já o JCP é abatido do lucro da companhia antes do pagamento à Receita Federal, resultando em menos impostos pagos pelas empresas. O pagamento de 15% ao Leão é feito diretamente pelo acionista.

No caso das ações, o investidor pode vender até R$ 20 mil por mês sem a cobrança de impostos. Para as cotas dos FIIs, não existe tal isenção, e a cobrança de IR sobre o lucro é de 20%, independente do valor.

Fundos imobiliários também pagam dividendos: O grande atrativo dos fundos imobiliários é justamente o pagamento dos lucros mensais aos cotistas. As duas principais categorias de FIIs são os fundos de tijolo e fundos de papel.

Basicamente, os fundos de tijolo aplicam o dinheiro dos investidores em imóveis físicos de shoppings, empresas, escolas, hotéis, galpões logísticos e escolas. Ao adquirir uma cota, é como se o investidor tivesse um "pedacinho" daquele imóvel. Assim, o retorno pago aos cotistas se resume aos aluguéis cobrados dos inquilinos, com contratos que têm reajustes pela inflação. A outra possibilidade de lucrar é com o aumento do valor das cotas, como acontece com as ações listadas na Bolsa.

Por outro lado, os fundos de papel investem o dinheiro dos cotistas em títulos de renda fixa de instituições financeiras. As letras de crédito imobiliários (LCIs) ou certificados de recebíveis imobiliários (CRIs) representam uma maneira de financiar os empreendimentos do setor. Os ativos são atrelados ao IPCA ou à taxa básica de juros, a Selic.

Existem, ainda, os fundos de fundos (FoFs), que são os fundos que investem em outros fundos imobiliários.

Como escolher os melhores FIIs? Para Fábio Sobreira, da Fipecafi Projetos, os fundos de papel são mais interessantes para a aposentadoria. Com a correção pelo IPCA, o analista argumenta que o dinheiro não só tem o seu poder de compra preservado a longo prazo, como o investidor ainda recebe uma taxa adicional.

Outra dica é não ser imediatista. Para montar uma carteira para a previdência, é necessário pensar a longo prazo. É necessário comprar e segurar as cotas, procurar fundos bem geridos, com bom imóveis, entender se tem um ou vários ativos, e se a gestão preza por imóveis de alto padrão ou não, afirma Sobreira.

Renda fixa também paga dividendos? Para quem se sente mais confortável com a renda fixa, o Tesouro Direto possui algumas opções de distribuição de juros semestrais proporcionais à participação do investidor, além da valorização do capital aplicado.

No Tesouro Prefixado, a alternativa de juros semestrais tem remuneração em torno de 11,90% e tem vencimento para janeiro de 2033. Por outro lado, quem prefere os títulos sujeitos ao reajuste pela inflação, há o Tesouro IPCA+ com vencimento para agosto de 2032, agosto de 2040 e maio de 2055. A remuneração é pelo IPCA+ varia entre 5,70% e 5,80%, a depender da opção selecionada.

Entretanto, diferente dos títulos comuns do Tesouro, em que o IR a ser pago é de 22,5% (para até 180 dias), 20% (de 181 a 360 dias), 17,5% (entre 361 a 720 dias) e 15% (acima de 720 dias), os investimentos com juros semestrais têm o pagamento dos tributos feito no momento em que o lucro entra no caixa.

Assim, na data do recebimento do primeiro pagamento, o investidor tem deduzido 22,5% pela Receita. No segundo pagamento, 20%. No terceiro, 17,5%. E no quarto, 15%.

Este material não é um relatório de análise, recomendação de investimento ou oferta de valor mobiliário. Este conteúdo é de responsabilidade do corpo jornalístico do UOL Economia, que possui liberdade editorial. Quaisquer opiniões de especialistas credenciados eventualmente utilizadas como amparo à matéria refletem exclusivamente as opiniões pessoais desses especialistas e foram elaboradas de forma independente do Universo Online S.A.. Este material tem objetivo informativo e não tem a finalidade de assegurar a existência de garantia de resultados futuros ou a isenção de riscos. Os produtos de investimentos mencionados podem não ser adequados para todos os perfis de investidores, sendo importante o preenchimento do questionário de suitability para identificação de produtos adequados ao seu perfil, bem como a consulta de especialistas de confiança antes de qualquer investimento. Rentabilidade passada não representa garantia de rentabilidade futura e não está isenta de tributação. A rentabilidade de produtos financeiros pode apresentar variações e seu preço pode aumentar ou diminuir, a depender de condições de mercado, podendo resultar em perdas. O Universo Online S.A. se exime de toda e qualquer responsabilidade por eventuais prejuízos que venham a decorrer da utilização deste material.