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Como ganhar R$ 10 mil todos os meses com fundos imobiliários sem trabalhar

Renda passiva com fundos imobiliários: veja como receber R$ 10 mil por mês - Getty Images
Renda passiva com fundos imobiliários: veja como receber R$ 10 mil por mês Imagem: Getty Images

Fernando Barbosa

Colaboração para o UOL, em São Paulo

13/10/2022 04h00

O pagamento de dividendos mensais, livres de imposto de renda, é o fator que mais acaba atraindo investidores para os Fundos de Investimentos Imobiliários (FIIs). Afinal, ter uma renda mensal pingando todo mês na conta é sempre interessante.

O UOL buscou a ajuda de especialistas para entender quanto é necessário ter aplicado para receber R$ 10 mil por mês de renda passiva e o que deve pesar na decisão de escolha do investidor.

Confira abaixo:

Qual é a média de pagamento? O especialista em renda imobiliária da Empiricus Research, Caio Araújo, diz que a média de dividendos pagos pelos fundos que integram o Ifix, indicador que contempla a cotação média dos FIIs listados na B3, foi de 11,47% nos últimos 12 meses, ou 0,95% ao mês. Assim, o investidor precisaria ter R$ 1.046.207,50 investidos para receber os R$ 10 mil mensais.

Quais foram os fundos que mais pagaram dividendos? Com base na remuneração em 12 meses, os maiores fundos pagadores são:

  • URPR11 (crédito) - 19,03%
  • CPOP11 (lajes corporativas) - 14,46%
  • RELG11 (logística) - 11,77%
  • JFLL11 (residencial) - 10,37%
  • ABCP11 (shoppings centers) - 8,95%

Dessa forma, para ter os R$ 10 mil por mês ou R$ 120 mil por ano, seriam necessários investir, em cada um deles:

  • URPR11 (crédito) - R$ 630.583,29
  • CPOP11 (lajes corporativas) - R$ 829.875,52
  • RELG11 (logística) - R$ 1.019.541,21
  • JFLL11 (residencial) - R$ 1.157.184,19
  • ABCP11 (shoppings centers) - R$ 1.340.782,12

Sempre tenha em mente que resultado passado não garante futuro: O especialista da Empiricus Research afirma que o pagamento pelos fundos varia.

No caso dos fundos de tijolos (que investem em prédios físicos), o retorno pago aos cotistas depende da ocupação dos imóveis e revisão dos aluguéis ao longo dos meses, o que pode variar para cima ou para baixo.

No caso dos fundos de papel, como os CRIs (Certificados de Recebíveis Imobiliários), a remuneração pode mudar conforme o IPCA ou a taxa básica de juros, a Selic.

Além disso, o dividend yield (valor pago em relação ao preço da cota do investimento) contempla o pagamento dos últimos 12 meses dividido pelo preço atual da cota. Assim, caso a cotação de um fundo específico sofra uma queda brusca, os investidores podem receber dividendos maiores. Portanto, o histórico não vai determinar os ganhos futuros.

Como escolher os melhores fundos? Caio Araújo diz que mais do que a rentabilidade, o investidor deve visar uma boa diversificação, verificar o nível de liquidez dos ativos, buscar boas gestoras e entender o grau de risco. "Muitas vezes fundos que pagam mais dividendos têm portfólios mais arriscados, enquanto fundos com proventos menores oferecem maior segurança", afirma.

No caso da diversificação, o investidor pode escolher de cinco a 15 fundos, dependendo da renda e tamanho do aporte.

Como saber se um fundo tem imóveis de qualidade? Para Nicolas Merola, analista da casa de análises Inv, o investidor não deve tomar a decisão de investir observando exclusivamente o retorno. "A qualidade dos imóveis e dos inquilinos é muito mais importante do que a renda", declara.

De acordo com dados da Bloomberg, os setores de fundos imobiliários que pagaram dividendos na média dos últimos 12 meses foram aqueles que aplicam em:

  • Crédito - 13,75%
  • Agências bancárias - 12,11%
  • Híbridos (com ativos de papel e tijolo) - 9,77%
  • Renda urbana (ativos em grandes cidades) - 9,57%
  • Fundos de Fundos (FoFs) - 8,64%

Um exemplo são as agências bancárias. Mesmo sendo um dos setores que mais distribuíram dividendos, Merola diz que prefere deixar de fora da carteira este tipo de FII, uma vez que as agências não devem continuar atuando da mesma forma no futuro, com espaços físicos espalhados por todo o país.

O analista diz que FIIs mais tradicionais, como lajes corporativas, galpões logísticos e shoppings centers, podem oferecer mais tranquilidade para os investidores. A partir daí, vale buscar pelo menos um imóvel com segurança para investir.

Este material não é um relatório de análise, recomendação de investimento ou oferta de valor mobiliário. Este conteúdo é de responsabilidade do corpo jornalístico do UOL Economia, que possui liberdade editorial. Quaisquer opiniões de especialistas credenciados eventualmente utilizadas como amparo à matéria refletem exclusivamente as opiniões pessoais desses especialistas e foram elaboradas de forma independente do Universo Online S.A.. Este material tem objetivo informativo e não tem a finalidade de assegurar a existência de garantia de resultados futuros ou a isenção de riscos. Os produtos de investimentos mencionados podem não ser adequados para todos os perfis de investidores, sendo importante o preenchimento do questionário de suitability para identificação de produtos adequados ao seu perfil, bem como a consulta de especialistas de confiança antes de qualquer investimento. Rentabilidade passada não representa garantia de rentabilidade futura e não está isenta de tributação. A rentabilidade de produtos financeiros pode apresentar variações e seu preço pode aumentar ou diminuir, a depender de condições de mercado, podendo resultar em perdas. O Universo Online S.A. se exime de toda e qualquer responsabilidade por eventuais prejuízos que venham a decorrer da utilização deste material.

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Errata: este conteúdo foi atualizado
A versão original da reportagem informava que JFLL11 era um fundo de shoppings, mas é um fundo residencial. Também estava errada a informação de que ABCP11 era um fundo residencial. Ele é um fundo de shoppings centers. A informações foram corrigidas.