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17 ações custam menos de R$ 10: quais comprar, e de quais fugir?

Lílian Cunha

Colaboração para o UOL, em São Paulo

11/10/2022 04h00

Na Bolsa de Valores de São Paulo, a B3 os preços das ações variam de R$ 1,10 a R$ 102. Mas nesse conjunto, 17 ativos estão custando menos de R$ 10, pelo fechamento do dia 6 de outubro.

Algumas empresas estão com um preço baixo na Bolsa e podem ser uma oportunidade para começar a investir no mercado de renda variável aplicando pouco.

Outras empresas, porém, podem ser uma cilada para o investidor. São companhias que enfrentam problemas internos e de mercado.

Para saber de quais fugir e em quais investir, conversamos com Leandro Petrokas, diretor de pesquisa e sócio da Quantzed, casa de análise e empresa de tecnologia e educação para investidores de Maringá (PR), e com Régis Chinchila e Luis Novaes, da equipe de análise da Terra Investimentos.

Dá para comprar uma ação só? Sim, mas depende do banco ou corretora que você escolher. Alguns exigem a compara de um lote mínimo de 100 ações. "Mas existem bancos que vendem ações por unidade", diz Marcio Loréga, do PagBank.

Há também as corretoras e bancos que cobram taxa de corretagem e outras que não fazem essa cobrança — isso tudo deve ser especificado na hora da compra do ativo. Se houver taxa de corretagem na hora de comprar ou vender ações, ela pode ser maior do que o valor da ação, então é importante considerar esse custo ao investir.

Toda operação, porém, pode ser feita pelo celular, por meio do aplicativo da instituição que você escolher.

Confira a lista das ações que custam menos de R$ 10:

  1. IRB Brasil Resseguros (IRBR3): R$ 1,10
  2. Méliuz (CASH3): R$ 1,40
  3. Cogna educação (COGN3): R$ 3,10
  4. CSN Mineração (CMIN3): R$ 3,70
  5. Via (VIIA3): R$ 3,90
  6. Raízen (RAIZ4): R$ 4,50
  7. Magazine Luíza (MGLU3): R$ 5,40
  8. Cielo (CIEL3): R$ 5,45
  9. Ecorodovias (ECOR3): R$ 5,50
  10. Copel energia (CPLE6): R$ 6,70
  11. CVC Brasil (CVCB3): R$ 7,10
  12. Banco Pan (BPAN4): R$ 7,70
  13. Usiminas (USIM5): R$ 7,90
  14. Hapvida (HAPV3): R$ 8,10
  15. Qualicorp (QUAL3): R$ 9,00
  16. Dexco (DXCO3): R$ 9,50
  17. BR Malls (BRML3): R$ 9,90
Fonte: Economatica.

Quais são boas compras?

Raízen: A empresa, segundo Petrokas, é uma das mais diversificadas no ramo de energia. "As outras focam só em distribuição, ou geração, ou extração. A Raízen atua em todas essas áreas e também em açúcar, e tem a questão ambiental, que é um fator positivo", afirma ele.

O BTG, por exemplo, tem recomendação de compra, esperando que a ação passe dos atuais R$ 4,31 para R$ 10 em um ano.

BrMalls: O setor de shoppings apanhou muito na pandemia, mas agora vive uma recuperação. "Com a Black Friday em novembro, o décimo terceiro salário, o final de ano, os resultados devem melhorar mais", diz Petrokas. Além disso, a combinação de negócios com a Aliansce Sonae (ALSO3) já foi aprovada pelo Conselho de Administração da brMalls - negócio que será vantajoso para as duas.

Dexco: É a antiga Duratex. "Com a sinalização do fim de ciclo de alta da Selic, pode haver um ponto de virada para as empresas do setor de construção civil, que depende do financiamento barato e da demanda de uma economia em crescimento", diz Chinchila. A recomendação da Terra é de compra com preço alvo em R$ 16 - uma potencial valorização de 68% em um ano.

Ecorodovias: A concessionária de rodovias pagou muito mais do que seus concorrentes pelo lote Noroeste de estradas. "Mas apesar do investimento arriscado, os resultados no futuro podem ser um fator importante para crescimento da companhia", diz Novaes. O preço alvo é de R$ 9 - 63% de alta.

Copel: A empresa de energia, segundo os analistas, tem perspectiva de um crescimento estável ao longo dos próximos anos, com possíveis gatilhos que acelerem esse processo. Para a Terra, é uma boa compra, com preço alvo de R$ 9 - potencial de 34% em um ano.

De quais delas é melhor fugir?

IRB Brasil: A empresa teve problemas com fraudes contábeis e desde então não vem conseguindo se recuperar. "Outras resseguradoras do mercado estão ganhando participação no lugar dela", diz Petrokas.

Méliuz: É uma companhia que ainda não conseguiu gerar lucro com seu modelo de negócios: uma plataforma de cashback, um bônus que o consumidor recebe para uma próxima compra. "Ainda é muito arriscado investir. Mas pode ser que mais para frente a empresa se prove lucrativa", diz o analista.

Cogna: Ao final do segundo trimestre, a dívida da dona das faculdades Anhanguera totalizava R$ 3 bilhões. E por isso o investidor deve ficar de fora dessa ação. O ensino presencial foi prejudicado na pandemia e o à distância ainda não decolou, acredita o analista.

Via: A dona das Casas Bahia tem um caso semelhante. O e-commerce não decolou e as lojas físicas perderam o atrativo. E com um endividamento muito alto (a dívida bruta em junho de 2022 era de R$ 7,9 bilhões), mesmo faturando muito, a margem de lucro é ruim.

CVC Brasil: Para Petrokas, o maior problema da CVC é o modelo de negócios. "Com sites de comparação de preços de passagens e de hospedagens, plataformas como o Airbnb, a competição da empresa no mercado está muito difícil", diz ele.

Qualicorp: Caso semelhante ao da CVC, a Qualicorp também está sofrendo com a competição. Focada em vender planos de seguro-saúde por adesão, a empresa enfrenta a concorrência de novas participantes no mercado, como Alice e Qsaúde. Com o alto reajuste dos planos (na casa dos 20%), a taxa de cancelamento também tem crescido.

Usiminas: A siderúrgica terá a maior queda nos lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) do trimestre, segundo prevê o Itaú BBA. O tombo deve ser de 65%, conforme cálculos do banco. "Na divisão de aço, preços e volumes domésticos mais baixos e custos mais altos darão o tom. Também esperamos resultados mais fracos na divisão de mineração, com preços e volumes menores", publicou o BBA.

Tem as neutras?

Sim. Magazine Luíza é uma delas. Apesar de ser uma empresa bem gerida, ela ainda pode sofrer muito no longo prazo com a diminuição do poder de compra da população.

A Cielo é a ação que mais rendeu este ano no Ibovespa, com alta até sexta-feira (7) de 155%. "A empresa passa por uma reestruturação que já dura mais de dois anos para se manter relevante no mercado de pagamentos enquanto recupera suas margens e volta a ser lucrativa", diz Chinchila. Então, por que não comprar? Ela pode ficar sem muito espaço para valorização porque já subiu muito em 2022, diz ele.

E, por fim, CSN Mineração: a empresa teve resultados ruins recentemente e precisa da força econômica da China para melhorar, coisa que não está no horizonte. "Por isso, a companhia não deve ser destaque na bolsa e nem no seu setor", diz Novaes.

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