Há diversas opções de investimentos, mas a escolha passa pelo seu perfil de investidor e pelos seus objetivos. É isso que define quanto risco você vai correr, qual o prazo que tem para investir e quais produtos deve escolher.
O primeiro passo é entender as características dos investimentos. É o que diz a planejadora financeira Lueny Santos no Papo com Especialista, programa ao vivo do UOL. "Não invista em algo que você não conheça e não saiba como aquilo vai funcionar", declara.
Leia abaixo a análise da planejadora financeira e assista ao programa completo. É é um tira-dúvidas sobre investimentos exclusivo para assinantes e transmitido semanalmente, às quintas-feiras, das 16h às 17h.
Para também ter sua dúvida respondida no programa, envie sua questão para o Papo pelo email uoleconomiafinancas@uol.com.br.
Como equilibrar seus investimentos
Se você quer mais retorno, vai precisar assumir mais riscos, e vice-versa. Mas não dá para montar uma carteira totalmente voltada para o retorno, porque o risco de perder dinheiro é alto.
Veja qual é o cenário. Hoje, por exemplo, você consegue boa rentabilidade com produtos de renda fixa, já que a taxa Selic está alta (13,75% ao ano). Mas isso não deve se manter por muito tempo - a expectativa é que os juros comecem a diminuir perto do fim deste ano.
Olhe as oportunidades. Com os juros altos, os investidores saíram da Bolsa. Isso significa que ela está barata e pode ser uma oportunidade de investir e ganhar no longo prazo.
Diversifique os investimentos. Uma carteira diversificada é composta por várias classes de ativos. Você pode colocar um percentual da sua carteira em renda fixa (com produtos atrelados à Selic e ao CDI), em produtos atrelados à inflação (IPCA), em ativos da renda variável, em multimercado e em global.
O que você precisa definir é a proporção de cada classe de ativos, de acordo com o seu perfil.
Lueny Santos, planejadora financeira
Saiba para que vai usar o dinheiro
Descubra qual é o seu perfil de investidor. Uma pessoa conservadora, por exemplo, não vai investir apenas em renda fixa. Ela vai investir a maior proporção da sua carteira em renda fixa, mas também ter um pouco de outras classes de ativos, em uma proporção menor.
Defina os objetivos do dinheiro para o longo prazo. "Você vai pensar em carteira diversificada quando estiver pensando em investimentos para o longo prazo, como montar um patrimônio, planejar a sua aposentadoria, comprar a sua casa daqui a dez anos", diz. No curto e médio prazo, você acaba limitando o risco que pode assumir e as possibilidades dos investimentos também, segundo ela.
Uma carteira equilibrada não é engessada para o resto da vida. Você pode ir fazendo ajustes ao longo do tempo. Investimento é dar um passo de cada vez.
Lueny Santos, planejadora financeira
Definir o objetivo do dinheiro. "Para equilibrar isso na carteira, você precisa entender, primeiro, para que vai usar esse dinheiro", afirma Lueny. Se você vai usar o dinheiro daqui a dois anos, é importante ficar atento ao prazo do vencimento.
A partir do momento em que você sabe qual é o seu projeto, você entende o prazo que tem para investir.
Lueny Santos, planejadora financeira
Como saber quais investimentos são mais seguros e os mais arriscados?
Entenda as características do investimento. "Você já entendeu o seu perfil, definiu os projetos e já pensou nas proporções adequadas. Agora é entender as características dos ativos e as diferenças entre eles", afirma Lueny.
- Renda fixa: títulos públicos do Tesouro Direto, CDB, LCI, LCA, CRI, CRA e debêntures.
- Renda variável: carteiras de ações, fundos imobiliários, fundos de ações, etc.
Títulos públicos são os produtos mais seguros do país. "Mas são os melhores? Depende do que está procurando. Se estiver procurando um produto que tenha garantia, os do Tesouro não têm, porque você está emprestando dinheiro para a maior hierarquia. Daí você prefere ir para o CDB, que tem o FGC [Fundo Garantidor de Créditos] por trás, e também têm prazos diferentes de vencimento em relação aos títulos do Tesouro", diz.
Debêntures têm rentabilidade maior, mas o risco aumenta também. "Aqui você conhece as condições de retorno, mas, em contrapartida, como você está emprestando dinheiro para empresas, o risco é muito maior do que emprestar para o governo", diz.
Fundos de investimento aumentam ainda mais a sua volatilidade. "O fundo não tem data de vencimento. O benefício é a diversificação do seu dinheiro", diz.
Comece pela reserva de emergência. Lueny diz que é importante separar o que são projetos de curto, médio e longo prazo, para você ter a tranquilidade de escolher produtos que farão sentido para esses prazos. No entanto, diz ela, se você não tem a reserva de emergência montada, isso pode atrapalhar toda a sua estratégia.
É a reserva de emergência que vai garantir que você conseguirá assumir riscos e prazos para os outros investimentos. Sem a reserva, aumenta muito o risco de você precisar do dinheiro, e ele estar travado.
Lueny Santos, planejadora financeira
Há investimento para ganhar dinheiro rápido? Como saber se não é golpe?
Não existe forma fácil de ganhar dinheiro.
Desconfie de promessas milagrosas. Se existir uma promessa milagrosa com rentabilidade garantida, sem características claras ou investimentos sem regulamentação, pode desconfiar.
Investimentos são regulamentados por algum órgão, como CVM (Comissão de Valores Mobiliários).
Veja de onde vem a rentabilidade prometida. Ao investir, você tem duas opções: emprestar dinheiro para alguma instituição (governo, bancos, empresas), ou comprar alguma coisa (ação, FIIs, moedas, commodities). "Se algum investimento não for nenhuma dessas duas opções, e não está muito claro o que está sendo feito com o seu dinheiro, desconfie", declara Lueny.
Pare de esperar essa promessa milagrosa e assuma a responsabilidade de fazer os aportes em seus investimentos, para que o dinheiro trabalhe a seu favor, fazendo o seu patrimônio aumentar.
Lueny Santos, planejadora financeira
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Este material não é um relatório de análise, recomendação de investimento ou oferta de valor mobiliário. Este conteúdo é de responsabilidade do corpo jornalístico do UOL Economia, que possui liberdade editorial. Quaisquer opiniões de especialistas credenciados eventualmente utilizadas como amparo à matéria refletem exclusivamente as opiniões pessoais desses especialistas e foram elaboradas de forma independente do Universo Online S.A.. Este material tem objetivo informativo e não tem a finalidade de assegurar a existência de garantia de resultados futuros ou a isenção de riscos. Os produtos de investimentos mencionados podem não ser adequados para todos os perfis de investidores, sendo importante o preenchimento do questionário de suitability para identificação de produtos adequados ao seu perfil, bem como a consulta de especialistas de confiança antes de qualquer investimento. Rentabilidade passada não representa garantia de rentabilidade futura e não está isenta de tributação. A rentabilidade de produtos financeiros pode apresentar variações e seu preço pode aumentar ou diminuir, a depender de condições de mercado, podendo resultar em perdas. O Universo Online S.A. se exime de toda e qualquer responsabilidade por eventuais prejuízos que venham a decorrer da utilização deste material.
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