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OPINIÃO

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Conheça seu perfil e invista com mais segurança

Saber qual é o seu perfil de investidor fará com que se sinta mais seguro em suas aplicações - damircudic/iStock
Saber qual é o seu perfil de investidor fará com que se sinta mais seguro em suas aplicações Imagem: damircudic/iStock
Lucas Elmor

03/04/2023 04h00

Referência para o dinheiro, por muitos anos o ouro foi o principal metal utilizado em transações comerciais em todo o mundo. Os primeiros registros de seu uso como moeda de troca datam do Período Arcaico, entre os anos de 800 a.C. e 500 a.C. Nesse tempo, seu valor era facilmente mensurável, quanto maior a quantidade de ouro, mais elevado o valor da moeda.

Desde então, foram identificadas algumas corridas pelo ouro, tendo a principal "febre do ouro" ocorrido no século 19 em países como Brasil, Canadá, Austrália e Estados Unidos. A busca por esse metal precioso reproduziu um sentimento de que qualquer um poderia ser rico. Apesar de a maioria dos garimpeiros individuais não terem alcançado a riqueza, alguns mineradores e comerciantes obtiveram sucesso na exploração do metal, resultando em um aumento na oferta mundial de ouro que estimulou o comércio, bem como o investimento global.

Investir em ouro foi, por muito tempo, considerada uma ótima opção, já que o metal é um ativo físico que apoiava as reservas monetárias de muitos países. Mas, apesar de parecer um porto seguro, esse investimento está sujeito às intempéries do mercado, ou seja, como qualquer ativo de renda variável pode sofrer oscilações.

Não apenas no caso do ouro, são muitos os investidores ao longo da história que tomaram decisões equivocadas em busca por um enriquecimento rápido. Certamente você conhece alguém que fez um investimento do qual se arrependeu. Esse cenário comprova que o brilho do dinheiro fácil pode facilmente se tornar uma cilada.

Mas, afinal, o que motiva esse comportamento?

Nem sempre a tomada de decisão é racional. Tamanha a relevância do tema, surgiu recentemente um novo campo de pesquisa na área econômica, conhecido como finanças comportamentais. Segundo essa nova área de estudo, há aspectos emocionais que se sobressaem, como a sensação de prazer e felicidade relacionada a um determinado investimento. Saber identificar esses sentimentos ajuda a evitar o viés conhecido como excesso de confiança. O ideal é respirar fundo e se voltar para análises embasadas para não cair em armadilhas.

Outro sinal de alerta é o chamado viés de "efeito manada", que já foi amplamente estudado por especialistas em finanças comportamentais. É comprovado que as pessoas tendem a seguir o senso comum de forma inconsciente, mesmo sem a certeza de que aquele é o melhor caminho. Se a cotação de um fundo, por exemplo, está em queda, é preciso analisar o histórico daquele ativo, verificar com base na racionalidade a melhor forma de agir.

Conhecer com profundidade seu perfil de investidor é fundamental. É preciso ter clareza dos riscos que deseja assumir; se seus investimentos visam, curto, médio ou longo prazo; qual a diversificação da sua carteira; quais retornos você tem obtido e espera obter; e quais os reflexos no seu dia a dia, ou seja, se você está comprometendo reservas significativas que podem impactar no seu estilo de vida.

Posso afirmar que a combinação mais perversa é a de um investidor que não tem patrimônio, e que conta com uma reserva muito baixa de dinheiro, assumir um investimento de alto risco. Neste sentido, quanto mais conhecimento sobre o mercado financeiro, maior a capacidade de gerir riscos e de evitar situações que resultem em grandes prejuízos.

De forma muito resumida, são basicamente três os perfis de investidores: conservador, moderado e arrojado. O conservador, em geral, busca segurança e prefere aportar em renda fixa, com baixo risco, de modo a não comprometer seu patrimônio. Já o moderado está disposto a renunciar parte da segurança para obter mais rentabilidade e fazer seu patrimônio crescer. Por fim, o investidor arrojado é mais tolerante aos riscos e, para tanto, aceita suportar eventuais perdas no curto prazo em troca de maior rentabilidade em janelas de longo prazo.

Saber qual é o seu perfil de investidor fará com que se sinta mais seguro em suas aplicações. Buscar instituições sólidas e confiáveis também é um grande diferencial. Se informe. Tome decisões baseadas na racionalidade e evite investir ou desinvestir em determinado ativo com base na decisão de outros investidores. O conhecimento sobre si, sobre os ativos investidos e sobre o mercado é sempre o melhor caminho.

Este material não é um relatório de análise, recomendação de investimento ou oferta de valor mobiliário. Este conteúdo é de responsabilidade do corpo jornalístico do UOL Economia, que possui liberdade editorial. Quaisquer opiniões de especialistas credenciados eventualmente utilizadas como amparo à matéria refletem exclusivamente as opiniões pessoais desses especialistas e foram elaboradas de forma independente do Universo Online S.A.. Este material tem objetivo informativo e não tem a finalidade de assegurar a existência de garantia de resultados futuros ou a isenção de riscos. Os produtos de investimentos mencionados podem não ser adequados para todos os perfis de investidores, sendo importante o preenchimento do questionário de suitability para identificação de produtos adequados ao seu perfil, bem como a consulta de especialistas de confiança antes de qualquer investimento. Rentabilidade passada não representa garantia de rentabilidade futura e não está isenta de tributação. A rentabilidade de produtos financeiros pode apresentar variações e seu preço pode aumentar ou diminuir, a depender de condições de mercado, podendo resultar em perdas. O Universo Online S.A. se exime de toda e qualquer responsabilidade por eventuais prejuízos que venham a decorrer da utilização deste material.