Bom negócio em 2024 será investir no Brasil
O setor imobiliário mundial se surpreendeu com uma notícia publicada no dia 29 de janeiro: um tribunal de Taiwan decretou a falência da incorporadora imobiliária chinesa Evergrande, uma das maiores do mundo, que acumulava dívidas de quase US$ 330 bilhões e não estava mais honrando seus compromissos com os investidores.
O mercado imobiliário costuma ser bom termômetro da economia de um país. Na China, onde o Estado já foi o único proprietário de tudo, adquirir um imóvel carrega um valor cultural ainda mais forte do que em outras sociedades. Por isso, a queda de quase 10% nas vendas dos imóveis da Evergrande acendeu um alerta: o tigre asiático está desacelerando, está crescendo muito menos do que estava acostumado.
O mesmo acontece nos Estados Unidos, onde economistas promovem debates intermináveis para concluir se a maior potência econômica do mundo está ou não em recessão. Vale lembrar que são necessários pelo menos dois trimestres com variação negativa do PIB para considerar que uma economia está recessiva.
Hoje, usam-se expressões como "pouso suave" para explicar a projeção de um crescimento tímido de 1,5% em 2024 para os norte-americanos, projetado pela Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) e pelo Fundo Monetário Internacional (FMI), ainda que nem isso esteja garantido. A mesma projeção de 1,5% foi feita para o Brasil, porém são economias muito diferentes. O que é boa notícia aqui pode não ser lá. Além disso, o desempenho das grandes potências, obviamente, afeta o nosso com muito mais intensidade do que o contrário.
Esse cenário vem sendo desenhado desde a retomada econômica pós-coronavírus. O Brasil foi a 21ª economia mundial que se recuperou mais rápido no pós-pandemia, segundo estudo da agência Austin Rating, à frente dos Estados Unidos, por exemplo, que ficou em 22º lugar.
E o que faz o investidor quando as duas principais economias do mundo, o porto seguro do dinheiro global, apresentam alguma ameaça?
O aumento gradativo dos investimentos estrangeiros na B3 nos dá uma pista. No ano passado, fechamos com um saldo positivo de R$ 45 bilhões no mercado secundário, menos da metade dos R$ 100 bilhões registrados em 2022. Porém, há um dado importante a ser levado em consideração: foi a segunda marca histórica de entrada de capital do exterior registrada pela Bolsa desde 2004.
Ainda que irregular, há uma tendência de crescimento de investimentos vindos de fora que pode ganhar corpo em 2024 e por diversos fatores. Mostramo-nos cada dia mais confiáveis. Temos sido resilientes em ambientes adversos.
A crise chinesa é hoje o grande desafio da economia global, com notícias sobre recuo de investimentos, deflação e empresas em sérias dificuldades. Há uma expectativa de que a turbulência atinja o sistema bancário neste ano e que se aprofunde ainda mais a partir disso. Obviamente o gigante asiático acabará por afetar mais a economia americana. Diante desse cenário, países emergentes, entre os quais o Brasil em destaque, se tornam uma boa opção.
Aos poucos, começamos a enxergar o que os estrangeiros já vislumbram há algum tempo: temos um país a ser construído pela frente, com obras necessárias de infraestrutura, com um mercado livre de energia em ebulição, com um déficit habitacional à espera de soluções imobiliárias, enfim, com diversas possibilidades de rentabilidades consideráveis.
O turismo é um bom exemplo. O setor deve faturar R$ 155,87 bilhões na alta temporada, entre novembro do ano passado e fevereiro de 2024, segundo a pesquisa mais recente da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) —5,6% a mais em relação ao mesmo período em 2022/2023.
Segundo dados do Banco Central, apenas os turistas estrangeiros gastaram US$ 6,9 bilhões no ano passado no país, acima do recorde registrado em 2014, ano da Copa do Mundo, quando US$ 6,8 bilhões foram gastos no Brasil pelos visitantes. Não é à toa que a Organização Mundial do Turismo (OMT) inaugurou, em dezembro, no Rio de Janeiro, o segundo escritório da entidade no mundo.
Em resumo: o Brasil deve ser um dos melhores investimentos deste ano, inclusive para nós, brasileiros.
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