Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.
Como equilibrar tradição e revolução nos seus investimentos
Você sabe o que um rabino, um livro e a sua carteira de investimentos têm em comum? Aparentemente nada, certo? Contudo, dessa combinação improvável podem surgir conexões interessantes com boas dicas para nossas carteiras de investimentos, caso as devidas adaptações/interpretações sejam realizadas. Vejamos, então, a seguir como relacionar esses temas tão distintos, porém tão conectados.
"A Alma Imoral", livro escrito pelo rabino Nilton Bonder no final do século 20, traz uma série de parábolas de origem judaica que tratam em síntese sobre o conflito entre o corpo físico e a alma do ser humano. O sucesso da compilação de parábolas foi tamanho que gerou filmes, documentários e até peças de teatro.
Contudo, a esta altura do texto, você ainda deve estar se perguntando o que este livro tem a ver com investimentos, afinal. Antes de partirmos para a relação fria dos números e investimentos, acredito ser importante traduzir os significados dos conceitos propostos, em especial o corpo físico e a alma.
No livro, o corpo físico se apega às questões de ordem prática, ou como são descritas, às tradições e regras de princípios conservadores, que visam, em tese, a sobrevivência e perpetuação da espécie. A alma, por outro lado, é apegada às questões mais relacionadas ao desejo e a quebrar regras para provocar revoluções.
É a partir daí que surgem os conflitos entre a tradição e a revolução. Conflitos esses que nascem a partir do entendimento que, muitas vezes, para garantir a sobrevivência e perpetuação da espécie são necessárias transgressões da ordem vigente para que evoluções aconteçam, a fim de evitar o extermínio, por exemplo.
E no mundo dos investimentos?
Na vida em geral, em especial no mundo dos investimentos, também é assim que as coisas funcionam, e podemos traçar alguns paralelos. Ao mesmo tempo que os produtos tradicionais de perfil mais conservador visam a perpetuação da sua carteira de investimentos, muitas oportunidades podem acabar ficando de fora, caso outros tipos de perfil mais moderado a agressivo sejam deixados de lado.
O início do que hoje chamamos de mercado de capitais foi sendo progressivamente ajustado/melhorado conforme novas ideias e produtos financeiros foram sendo colocados à prova no mercado.
Caso a tradição, no conceito descrito no livro, prevalecesse, os grandes empreendimentos da humanidade continuariam sendo financiados pelos governos única e exclusivamente através dos recursos arrecadados dos pagadores de impostos e teríamos, então, uma restrição muito maior de capital para o desenvolvimento de grandes projetos realizados pelo homem, como estradas, portos, aeroportos e por aí vai.
Além disso, grandes inovações financeiras como o mercado global de derivativos, por exemplo, não teriam sido criadas, reforçando a importância de estarmos abertos às oportunidades de evolução e revolução que aparecem, a fim de alcançarmos novos patamares até que o que antes era uma inovação se torne uma tradição e. então, estejamos prontos para alçar novos voos a lugares nunca antes alcançados.
Contudo, assim como na vida pessoal, comportamento agressivo além da conta pode levar a crises financeiras, falta de liquidez e gerar dores de cabeça incalculáveis, podendo o investidor ter que amargar perdas expressivas de patrimônio. Então, os riscos também estão na mesa e precisam ser dosados e geridos para que o investidor consiga deitar a cabeça no travesseiro e dormir tranquilo à noite, sejam lá quais forem os níveis de risco assumidos. Tomar risco não é necessariamente ruim, podendo ser saudável até certo ponto em que você consegue medi-los e conviver com eles.
Na vida e nos investimentos, vale sempre o equilíbrio entre a tradição e a evolução, o conservador e o agressivo. Para sua carteira de investimentos, isso significa buscar diversificação e tomar riscos calculados de acordo com seu perfil de investidor, nem mais, nem menos. E a sua carteira de investimentos, está devidamente diversificada e pronta para os desafios de 2023?
Este material não é um relatório de análise, recomendação de investimento ou oferta de valor mobiliário. Este conteúdo é de responsabilidade do corpo jornalístico do UOL Economia, que possui liberdade editorial. Quaisquer opiniões de especialistas credenciados eventualmente utilizadas como amparo à matéria refletem exclusivamente as opiniões pessoais desses especialistas e foram elaboradas de forma independente do Universo Online S.A.. Este material tem objetivo informativo e não tem a finalidade de assegurar a existência de garantia de resultados futuros ou a isenção de riscos. Os produtos de investimentos mencionados podem não ser adequados para todos os perfis de investidores, sendo importante o preenchimento do questionário de suitability para identificação de produtos adequados ao seu perfil, bem como a consulta de especialistas de confiança antes de qualquer investimento. Rentabilidade passada não representa garantia de rentabilidade futura e não está isenta de tributação. A rentabilidade de produtos financeiros pode apresentar variações e seu preço pode aumentar ou diminuir, a depender de condições de mercado, podendo resultar em perdas. O Universo Online S.A. se exime de toda e qualquer responsabilidade por eventuais prejuízos que venham a decorrer da utilização deste material.
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