Ação da Minerva despenca, mas tem potencial de subir mais de 70%
A Minerva teve uma perda bilionária, depois de anunciar um negócio com a Marfrig. Mas a ação pode disparar em um ano, diz a XP.
O que aconteceu
A Minerva comprou unidades da Marfrig. Ontem, 29, ela fechou um negócio para adquirir 16 unidades de abate e desossa da Marfrig (MRFG3) na América do Sul. O negócio de R$ 7,5 bilhões envolveu também um centro de distribuição.
A Minerva (BEEF3) perdeu R$ 1,16 bilhão em valor de mercado. Essa derrubada no valor, de 18,26%, fez ela ir de R$ 6,39 bilhões para R$ 5,22 bilhões em um único dia, diz a plataforma Trademap.
No mesmo dia, MRFG3 teve alta de 9,96%, para R$ 7,40. Mas isso não quer dizer que a empresa está indo bem e que a ação é uma boa compra.
Só subiu porque teve dinheiro entrando na empresa. E o ativo da Minerva só caiu, no dia, porque teve recurso saindo
Fernando Bresciani, analista de investimentos do Andbank.
Setor de frigoríficos vive bom momento no Brasil
No Brasil, o preço da carne agora está favorável aos frigoríficos e produtores. É o que explica Nilo Galvani, gestor de portfólio da TM3, de Curitiba. Nos EUA, o rebanho está farto e o preço da carne, em baixa.
Custos dos frigoríficos estão menores. Com o verão chuvoso que aconteceu no Brasil no início do ano, as pastagens férteis aqui estão ajudando algumas companhias a economizar com ração, explica Fernando Bresciani, analista de investimentos do Andbank.
O preço do milho também está em queda. Isso porque a produção deve crescer em relação à safra anterior. Isso beneficia bastante a BRF, que produz mais frango.
O mercado já está de olho nessa queda de preços. Esse custo menor deve ajudar a reduzir o endividamento dos frigoríficos, diz Johny Nicolas, analista da Esh Capital.
A Minerva está mais concentrada no Brasil. Por isso, pode ganhar com o bom momento por aqui. Além disso, a compra dos ativos da Marfrig vai ajudar a companhia a crescer ainda mais. A JBS, por outro lado, produz mais nos EUA.
O problema da BRF - assim como o da Marfrig - é o endividamento altíssimo. É por conta de endividamento que a Marfrig está vendendo ativos. "A BRF e a Marfrig, mesmo com os aumentos de capital e os planos de desinvestimentos de alguns ativos, seguem com o balanço apertado e uma alavancagem elevada", diz Andreas Ferreira, analista da Mantaro Capital.
E o que fazer com as ações agora?
Mesmo com a queda, os papéis da Minerva são considerados os melhores do setor. A XP recomenda a compra, já que a ação pode saltar de R$ 9,06 para R$ 15,50, potencial de alta de 71,08% em 12 meses.
A JBS (JBSS3), segundo a XP, também pode subir. A valorização esperada para os próximos meses é de 44%, diz a XP.
Mas a BRF (BRFS3), dona da Sadia e da Perdigão, não tem uma boa projeção. É o mesmo caso da Marfrig. As duas foram classificadas como neutras pela maioria das casas de análises: melhor não comprar, nem vender.
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