Day trade e swing trade: os jeitos diferentes de negociar na Bolsa
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Existem formas diferentes de investir em ações. Há quem compre e venda ações no mesmo dia, para ganhar com as pequenas variações. Esse método é chamado de day trade. Já o swing trade é uma versão mais "demorada" do day trade, em que o investidor fica com algumas ações por alguns dias ou até meses, e só faz a troca quando detecta movimento de baixa. E há aqueles que compram um papel para ficar com ele na carteira por um longo prazo, que pode se estender por anos.
O que é day trade
O "day trader" compra e vende as ações no mesmo dia. O objetivo é aproveitar a variação do papel no mesmo pregão. Em alguns casos, o intervalo entre a compra e a venda do ativo pode durar apenas alguns poucos minutos.
É recomendado que o day trader não seja um investidor inciante, mas alguém que já tenha alguma experiência de acompanhamento do mercado. Além disso, é preciso se dedicar diariamente a essa atividade.
O que é swing trade
Diferentemente, do day trade, quem faz o swing trade fica mais de um dia com a ação. "Pode ficar vários dias, semanas ou até meses", explica Rodrigo Cohen, analista de investimentos e co-fundador da Escola de Investimentos.
No swing trade, o investidor surfa a onda de alta e só vende a ação quando o preço cai. Isso pode acontecer em dias ou em um prazo mais longo. O banco ou corretora manda um aviso para que a venda seja feita.É indicado quem quer receber dividendos ou investir em empresas com bons fundamentos e possibilidade de valorização no curto e médio prazo.
O swing trade demanda menos tempo do investidor. Diferentemente do day trade, o swing trade não é uma atividade diária. Mesmo que o investidor tenha outras atividades, ele pode realizar as negociações em paralelo. Basta ficar atento.
O "swing trade", assim como o "day trade" não é para todo mundo. "O 'day trade' é para aquele investidor que gosta de especular e não liga para perdas. Já o 'swing trade' pode ser para alguém menos arrojado, mas que também saiba aceitar perdas", explica Cohen.Nas duas modalidades, os investidores precisam estar muito antenados. É o que diz Wesley Bernabé, gerente da equipe de analistas do BB Investimentos.
Como escolher onde investir?
O investidor compra uma carteira de ações e fica com os ativos. Quem faz as mudanças na carteira é o próprio investidor, mas há alguns bancos que oferecem um serviço de recomendações para swing trade. Quando o investidor - ou o banco ou corretora - identifica tendência de queda, ele vende o papel. O mesmo acontece com as altas.
Estar atento para não perder esses momentos é fundamental. Por isso, os especialistas recomendam para quem quer fazer o swing trade operar junto com uma corretora ou banco. Assim, o investidor recebe as mensagens de compra e venda no momento da alta ou da queda, por e-mail ou aplicativo.
Fatores fundamentalistas, como a inflação, o noticiário, também podem ser considerados.
Também é possível programar a compra ou venda. São as chamadas ferramentas de "stop loss" ou "stop gain". O investidor programa o aplicativo do banco ou corretora para vender uma ação automaticamente quando o papel atinge um determinado valor. Isso impede o investidor de um prejuízo maior que o esperado.
"Position trade" tem foco no longo prazo
Essa modalidade é para quem compra e fica com a ação por alguns anos. No position trade, o foco é o longo prazo, de um ano para cima.
O position trader fica de olho nos preços alvo de longo prazo. Esses preços são divulgados por bancos ou instituições financeiras que acompanham aquela empresa. Quando, depois um tempo longo, como 12 ou 24 meses, ele vê que a ação já atingiu seu pico de alta, o position trades faz a venda.
O acompanhamento também pode ser feito individualmente. Mas é necessário estudar os relatórios de bancos, acompanhar sites especializados no noticiário de Bolsa para ficar atento e identificar esse pico de alta.
Como fazer? Quais são as taxas?
O jeito mais fácil é procurar uma corretora ou banco e seguir as orientações. Mas a pessoa - se tiver conhecimento e tempo - também pode fazer tudo sozinha, acompanhando o mercado e o noticiário ou analisando gráficos de ações.
As corretoras cobram uma taxa de corretagem do cliente para intermediar a compra e venda. Essa taxa varia de empresa para empresa. A Bolsa de Valores também exige o pagamento de emolumentos ( taxas de negociação que incluem o valor do PIS e da Cofins, cuja alíquota total é de 9,25%). Todos os investidores precisam pagar essas taxas.
O day trader paga 20% sobre o lucro obtido em Imposto de Renda. E a do swing ou position trade é de 15%, segundo Pedro Galdi, analista da Mirae Asset.
É bastante arriscado. O investidor pode perder o momento de compra ou de venda. Se isso acontece e o investidor, por exemplo, fica mais tempo com uma ação do que devia, ele pode acabar perdendo ganhos que já haviam sido conquistados. Ele também pode ficar com uma ação que está caindo achando que ela pode se recuperar. Se isso não acontecer, ele registra perdas.
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