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EUA: agência de notícias AP sofre 'grampo' federal

13/05/2013 21h56

WASHINGTON, 14 Mai 2013 (AFP) - A agência de notícias Associated Press informou nesta segunda-feira que o Departamento de Justiça dos EUA obteve, em sigilo, dois meses dos registros telefônicos de suas atividades, o que classificou de "intrusão maciça e sem precedentes".

Em uma carta ao procurador-geral dos EUA, Eric Holder, a AP disse que "não pode haver justificativa possível para um arquivo tão excessivamente amplo das comunicações telefônicas da Associated Press e de seus jornalistas".

Em uma nota divulgada hoje, a AP afirma que as autoridades parecem ter acessado os registros dentro de uma investigação criminal sobre vazamento de informação em uma matéria de maio de 2012, feita pela agência sobre um frustrado ataque terrorista.

"A história revelou detalhes de uma operação da CIA no Iêmen que conseguiu conter um complô da rede Al-Qaeda na primavera de 2012 para detonar uma bomba em um avião com destino aos EUA", dizia a matéria da AP.

Erin Madigan White, da AP, afirmou em um blog que a agência soube na última sexta-feira que as autoridades "conseguiram, em sigilo, os registros telefônicos de mais de 20 linhas de jornalistas e de escritórios, incluindo celulares e linhas de telefone fixo" dos funcionários.

Na carta enviada a Holder, o diretor executivo da AP, Gary Pruitt, condenou "nos termos mais enérgicos possíveis uma intrusão maciça e sem precedentes (...) nas atividades de arquivo de notícias da Associated Press".

Pruitt disse que as intercepções "cobrem um período completo de dois meses no início de 2012" e incluem o número de telefone geral da AP em Nova York, os escritórios da agência em Nova York, Washington, Hartford, Connecticut e na Câmara de Representantes.

A carta informa que a ação do governo foi realizada "sem aviso prévio", o que constitui "uma séria interferência nos direitos constitucionais da AP de investigar e reportar as notícias".

O governo de Barack Obama tem sido agressivo na identificação da origem de vazamentos de informações sigilosas.

Em janeiro de 2013, o ex-agente da CIA John Kiriakou foi condenado a dois anos e meio de prisão por vazar o nome de um agente secreto envolvido em duros interrogatórios de suspeitos da Al-Qaeda.