Argentina acusa Europa de "agressivo protecionismo" com biodiesel
BUENOS AIRES, 28 Mayo 2013 (AFP) - O governo argentino acusou nesta terça-feira a Europa de impulsionar um "agressivo protecionismo" ao impor tarifas às importações de biodiesel do país sul-americano e da Indonésia, em um comunicado da chancelaria.
"Diante da incapacidade de competir, a Europa impulsiona um agressivo protecionismo contra o biodiesel argentino", afirmou o Ministério das Relações Exteriores.
Além disso, o governo de Cristina Kirchner se disse disposto a "tomar todas as ações que sejam necessárias, dentro do direito internacional" para proteger produtores e exportadores.
A Comissão Europeia (CE) anunciou nesta terça-feira que imporá tarifas às importações de biodiesel argentino e indonésio, por considerar que ambos países vendem o combustível de forma desleal, abaixo do preço de custo, com o objetivo de ganhar mercado.
Esta decisão "representa mais uma ação na escalada do histórico protecionismo europeu, agravado pela crise que a União Europeia atravessa", afirmou a nota argentina, acrescentando que as medidas "se devem à incapacidade dos produtores europeus de competir com produtores mais eficientes, como é o caso dos produtores argentinos e indonésios de biodiesel".
"Trata-se uma decisão de nítido viés protecionista que carece de justificativa técnica", concluiu.
A CE fixou tarifas provisórias entre 6,8% e 10,6% para as importações de biodiesel argentino. No caso da Indonésia, a faixa foi mais ampla (0% a 9,6%).
O Conselho Europeu do Biodiesel (EBB na sigla em inglês) apresentou, em julho de 2012, uma ação ante a Comissão Europeia em representação de mais de 25% de produtores de biodiesel europeus.
Na ação, o EBB considerou que tanto a Argentina como a Indonésia colocam biodiesel no mercado europeu a um preço inferior ao que o produto tem no mercado de origem, prática conhecida como "dumping".
Segundo o EBB, a Europa recebeu uma enxurrada de biodiesel argentino e indonésio, o que provocou uma redução do volume, preço e participação do mercado de biodiesel europeu, prejudicando a situação financeira da indústria do continente.
A CE considerou pouco depois, que as evidências apresentadas justificavam o começo de um processo de investigação por dumping contra ambos os países.
Argentina e Indonésia se defenderam, dizendo que suas medidas seguem as regras da Organização Mundial de Comércio (OMC).
A Argentina solicitou, no dia 15 de maio, a arbitragem da OMC, contra as barreiras impostas à entrada de seu biodiesel em vários países da UE.
A Argentina tomou a decisão "em um momento em que o lobby protecionista europeu atua com muita agressividade para fechar seus mercados à concorrência de produtos mais competitivos como é o caso do biodiesel argentino", disse a chancelaria em um comunicado.
Em 2012, a Argentina conseguiu reverter uma medida imposta pela Espanha, que modificou sua normativa para importar biodiesel de fora da União Europeia após a decisão do governo de Kirchner de expropriar 51% das ações da petrolífera YPF que estava nas mãos da espanhola Repsol.
Entre 2007 e 2011, a Argentina teve um desempenho explosivo da produção de biodiesel, de 1.100%, segundo cifras oficiais.
Em 2011, o país sul-americano exportou 1,6 milhão de toneladas do biocombustível, equivalentes a cerca de 2 bilhões de dólares.
A Argentina é o principal exportador mundial de biodiesel, e junto com a Indonésia, representa 90% das importações do produto pela UE.
"Diante da incapacidade de competir, a Europa impulsiona um agressivo protecionismo contra o biodiesel argentino", afirmou o Ministério das Relações Exteriores.
Além disso, o governo de Cristina Kirchner se disse disposto a "tomar todas as ações que sejam necessárias, dentro do direito internacional" para proteger produtores e exportadores.
A Comissão Europeia (CE) anunciou nesta terça-feira que imporá tarifas às importações de biodiesel argentino e indonésio, por considerar que ambos países vendem o combustível de forma desleal, abaixo do preço de custo, com o objetivo de ganhar mercado.
Esta decisão "representa mais uma ação na escalada do histórico protecionismo europeu, agravado pela crise que a União Europeia atravessa", afirmou a nota argentina, acrescentando que as medidas "se devem à incapacidade dos produtores europeus de competir com produtores mais eficientes, como é o caso dos produtores argentinos e indonésios de biodiesel".
"Trata-se uma decisão de nítido viés protecionista que carece de justificativa técnica", concluiu.
A CE fixou tarifas provisórias entre 6,8% e 10,6% para as importações de biodiesel argentino. No caso da Indonésia, a faixa foi mais ampla (0% a 9,6%).
O Conselho Europeu do Biodiesel (EBB na sigla em inglês) apresentou, em julho de 2012, uma ação ante a Comissão Europeia em representação de mais de 25% de produtores de biodiesel europeus.
Na ação, o EBB considerou que tanto a Argentina como a Indonésia colocam biodiesel no mercado europeu a um preço inferior ao que o produto tem no mercado de origem, prática conhecida como "dumping".
Segundo o EBB, a Europa recebeu uma enxurrada de biodiesel argentino e indonésio, o que provocou uma redução do volume, preço e participação do mercado de biodiesel europeu, prejudicando a situação financeira da indústria do continente.
A CE considerou pouco depois, que as evidências apresentadas justificavam o começo de um processo de investigação por dumping contra ambos os países.
Argentina e Indonésia se defenderam, dizendo que suas medidas seguem as regras da Organização Mundial de Comércio (OMC).
A Argentina solicitou, no dia 15 de maio, a arbitragem da OMC, contra as barreiras impostas à entrada de seu biodiesel em vários países da UE.
A Argentina tomou a decisão "em um momento em que o lobby protecionista europeu atua com muita agressividade para fechar seus mercados à concorrência de produtos mais competitivos como é o caso do biodiesel argentino", disse a chancelaria em um comunicado.
Em 2012, a Argentina conseguiu reverter uma medida imposta pela Espanha, que modificou sua normativa para importar biodiesel de fora da União Europeia após a decisão do governo de Kirchner de expropriar 51% das ações da petrolífera YPF que estava nas mãos da espanhola Repsol.
Entre 2007 e 2011, a Argentina teve um desempenho explosivo da produção de biodiesel, de 1.100%, segundo cifras oficiais.
Em 2011, o país sul-americano exportou 1,6 milhão de toneladas do biocombustível, equivalentes a cerca de 2 bilhões de dólares.
A Argentina é o principal exportador mundial de biodiesel, e junto com a Indonésia, representa 90% das importações do produto pela UE.
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