Mercados mundiais têm alívio após semana de turbulências
Hong Kong, 8 Jan 2016 (AFP) - Os mercados mundiais tiveram um leve refresco nesta sexta-feira, aliviados pela recuperação ao menos temporária das bolsas chinesas, cuja queda desestabilizou todo o mundo financeiro neste começo de ano.
As bolsas chinesas finalmente se reergueram: Xangai subiu 1,97%, mas fechou a semana com perdas totais de 10%, e Shenzhen subiu 1,05%, mas na semana toda teve queda de 14%.
A China decidiu na quinta-feira à noite suspender seu novo sistema 'curto-circuito', que interrompia as sessões quando os índices despencavam. O mecanismo é destinado a frear a volatilidade do mercado e evitar um recuo das cotações, mas acabou alimentando o pânico das bolsas.
Já Hong Kong registrou ganhos e as bolsas europeias tiveram sessões com pequenas altas. Os mercados, contudo, não deixaram os riscos para trás, apontam analistas.
Para a diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde, os "sobressaltos" sofridos pela economia chinesa exigem "mais clareza sobre as políticas seguidas por Pequim".
"A China implementa um histórico processo de reajuste de seu modelo de crescimento (...) que é acompanhado por sobressaltos sentidos no mundo todo, e que requerem mais clareza, especialmente em matéria de taxa de câmbio", afirmou Lagarde nesta sexta-feira em Yaundé.
Esse "reajuste" consiste em estimular o consumo interno, os serviços, as novas tecnologias e as exportações de alto valor agregado, em detrimento da indústria pesada e das exportações tradicionais, motores históricos do crescimento na China, agora em sérias dificuldades.
Desinflar a bolha"A tranquilidade não poderá retornar aos mercados financeiros enquanto a China não desinflar a bolha de seus mercados de ações", afirmam analistas do Crédit Mutuel-CIC.
"O abandono do sistema de 'curto-circuito' ajudará a estabilizar o mercado, mas persistirá um sentimento de pânico, especialmente entre os investidores particulares", declarou Li Jingyuan, diretor-geral da Shanghai Bingsheng Asset Management à Bloomberg News.
Os investidores estão preocupados com a desaceleração econômica chinesa, pois seu PIB só crescerá 6,9% em 2015, segundo o banco central (PBOC), o nível mais baixo em 25 anos.
Tudo isso acontece além do contexto global cada vez mais incerto, com tensões geopolíticas, altos preços do petróleo e dúvidas sobre a reativação econômica dos Estados Unidos.
"As autoridades chinesas decidiram mudar totalmente o seu enfoque, para tentar acalmar a tormenta financeira que começou nesta semana", lembram os analistas do Crédit Mutuel.
A China subiu nesta sexta-feira a cotação de referência do iuane em relação ao dólar, encerrando oito dias de queda.
Um iuane fraco favorece as exportações chinesas ao exterior, mas encarece as importações do país.
"Ao demostrar vontade de defender a sua moeda e não transferir seus problemas para o resto do mundo, a China tenta enviar uma mensagem tranquilizadora. Mas a queda de suas reservas cambiais reduz a margem de manobra do banco central para defender sua divisa", acrescenta o Crédit Mutuel CIC.
O medo do MéxicoNa quinta-feira, o México se declarou preocupado diante do risco de, ao depreciar o iuane, a China lançar um ciclo de "desvalorizações competitivas" no mundo com um efeito "perverso" sobre os mercados e outras divisas, como já acontece com o peso mexicano, que registra baixas históricas, segundo expressou o ministro da Fazenda, Luis Videgaray.
Outras das preocupações da semana, à margem das turbulências nas bolsas e no câmbio da China, foi o petróleo, que atingiu o seu preço mais baixo em 12 anos.
jyq-ehl-jbo/fz/spi/me/eg/cc/mvv
As bolsas chinesas finalmente se reergueram: Xangai subiu 1,97%, mas fechou a semana com perdas totais de 10%, e Shenzhen subiu 1,05%, mas na semana toda teve queda de 14%.
A China decidiu na quinta-feira à noite suspender seu novo sistema 'curto-circuito', que interrompia as sessões quando os índices despencavam. O mecanismo é destinado a frear a volatilidade do mercado e evitar um recuo das cotações, mas acabou alimentando o pânico das bolsas.
Já Hong Kong registrou ganhos e as bolsas europeias tiveram sessões com pequenas altas. Os mercados, contudo, não deixaram os riscos para trás, apontam analistas.
Para a diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde, os "sobressaltos" sofridos pela economia chinesa exigem "mais clareza sobre as políticas seguidas por Pequim".
"A China implementa um histórico processo de reajuste de seu modelo de crescimento (...) que é acompanhado por sobressaltos sentidos no mundo todo, e que requerem mais clareza, especialmente em matéria de taxa de câmbio", afirmou Lagarde nesta sexta-feira em Yaundé.
Esse "reajuste" consiste em estimular o consumo interno, os serviços, as novas tecnologias e as exportações de alto valor agregado, em detrimento da indústria pesada e das exportações tradicionais, motores históricos do crescimento na China, agora em sérias dificuldades.
Desinflar a bolha"A tranquilidade não poderá retornar aos mercados financeiros enquanto a China não desinflar a bolha de seus mercados de ações", afirmam analistas do Crédit Mutuel-CIC.
"O abandono do sistema de 'curto-circuito' ajudará a estabilizar o mercado, mas persistirá um sentimento de pânico, especialmente entre os investidores particulares", declarou Li Jingyuan, diretor-geral da Shanghai Bingsheng Asset Management à Bloomberg News.
Os investidores estão preocupados com a desaceleração econômica chinesa, pois seu PIB só crescerá 6,9% em 2015, segundo o banco central (PBOC), o nível mais baixo em 25 anos.
Tudo isso acontece além do contexto global cada vez mais incerto, com tensões geopolíticas, altos preços do petróleo e dúvidas sobre a reativação econômica dos Estados Unidos.
"As autoridades chinesas decidiram mudar totalmente o seu enfoque, para tentar acalmar a tormenta financeira que começou nesta semana", lembram os analistas do Crédit Mutuel.
A China subiu nesta sexta-feira a cotação de referência do iuane em relação ao dólar, encerrando oito dias de queda.
Um iuane fraco favorece as exportações chinesas ao exterior, mas encarece as importações do país.
"Ao demostrar vontade de defender a sua moeda e não transferir seus problemas para o resto do mundo, a China tenta enviar uma mensagem tranquilizadora. Mas a queda de suas reservas cambiais reduz a margem de manobra do banco central para defender sua divisa", acrescenta o Crédit Mutuel CIC.
O medo do MéxicoNa quinta-feira, o México se declarou preocupado diante do risco de, ao depreciar o iuane, a China lançar um ciclo de "desvalorizações competitivas" no mundo com um efeito "perverso" sobre os mercados e outras divisas, como já acontece com o peso mexicano, que registra baixas históricas, segundo expressou o ministro da Fazenda, Luis Videgaray.
Outras das preocupações da semana, à margem das turbulências nas bolsas e no câmbio da China, foi o petróleo, que atingiu o seu preço mais baixo em 12 anos.
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