PIB do Japão se contrai no 4º trimestre, em um novo revés para o governo
Tóquio, 15 Fev 2016 (AFP) - A economia do Japão se contraiu no quarto trimestre de 2015, segundo dados oficiais, o que representa um novo golpe para a política de incentivos ao crescimento do primeiro-ministro Shinzo Abe, conhecida por "Abenomics".
O retrocesso intensificará a polêmica sobre as medidas do Banco do Japão (BoJ, banco central), que, no final de janeiro, fixou taxas de juros negativas como uma tentativa desesperada de dinamizar a terceira economia mundial.
A falta de demanda nos principais setores, como a venda de carros ou de aparelhos eletrodomésticos, explicam a contração de 0,4% no período outubro-dezembro.
Desde o aumento do IVA, em abril de 2014, o Japão alterna trimestres de crescimento modesto com períodos de contração.
De fato, foi o segundo exercício em retrocesso de 2015, apesar de o ano fechar com um modesto crescimento de 0,4%.
O governo minimizou o dado, ainda provisório, do quarto trimestre, assegurando que os "fundamentos da economia continuam bons".
Mas, para os analistas, trata-se de um revés da política econômica de Abe.
A estratégia do premiê já vinha sendo atingida desde o início do ano pela força do iene, que afeta o setor exportador, e pela queda dos mercados financeiros.
"Os últimos dados mostram a dificuldade de afirmar que o governo de Abe conseguiu construir um 'círculo virtuoso' de alta das rendas, dos salários e dos investimentos", afirmou Tobias Harris, analista de riscos da consultora americana Teneo.
"O crescimento do Japão continua dependendo muito das exportações, que se viram afetadas pela desaceleração da China e seus impactos sobre a economia global", acrescentou.
O índice Nikkei 225 da Bolsa de Tóquio pareceu ignorar esses dados e teve uma alta espetacular de mais de 7% nesta segunda, atribuída pelos analistas a compras a preço em conta depois da hecatombe da semana passada, quando os valores perderam mais de 11%.
E mesmo com a disparada desta segunda, o Nikkei registrou um retrocesso de 16% no correr do ano.
- Dilemas e rumores -O iene, que na semana passada se fortaleceu 4% em relação ao dólar, voltou a enfraquecer nesta segunda por rumores de que o BoJ prepara novas medidas de flexibilização, o que colocaria dinheiro fresco nos mercados, e de que as autoridades estavam intervindo os mercados para tentar frear a valorização da moeda japonesa.
Abe realizou na sexta uma reunião de emergência com o presidente do BoJ, Haruhiko Kuroda, ante a extrema volatilidade dos mercados mundiais e o fortalecimento do iene.
O BoJ surpreendeu no final de janeiro adotando taxas de juros negativas, uma medida que pretende incentivar os bancos a investir na economia real, invés de reter o dinheiro em depósitos inativos.
Mas com o crescimento fraco e o BoJ em luta para que a inflação se aproxime de sua ambiciosa meta de 2% anual, Abe deve decidir se volta a aumentar o IVA.
O governo esperará o resultado das negociações salariais da primavera (hemisfério norte) para saber se as companhias estão dispostas a pagar mais a seus funcionários, o que daria esperanças de um aumento do consumo.
No último trimestre de 2015, o consumo dos lares diminuiu 0,5% em relação ao trimestre anterior.
Os investimentos não residenciais das empresas, por sua vez, progrediram levemente (+0,2%).
O comércio externo contribuiu, no entanto, positivamente para a evolução do PIB (+0,1), apesar de um retrocesso das exportações (-0,2%).
oh-qt-pb/dan/tjc-js.
O retrocesso intensificará a polêmica sobre as medidas do Banco do Japão (BoJ, banco central), que, no final de janeiro, fixou taxas de juros negativas como uma tentativa desesperada de dinamizar a terceira economia mundial.
A falta de demanda nos principais setores, como a venda de carros ou de aparelhos eletrodomésticos, explicam a contração de 0,4% no período outubro-dezembro.
Desde o aumento do IVA, em abril de 2014, o Japão alterna trimestres de crescimento modesto com períodos de contração.
De fato, foi o segundo exercício em retrocesso de 2015, apesar de o ano fechar com um modesto crescimento de 0,4%.
O governo minimizou o dado, ainda provisório, do quarto trimestre, assegurando que os "fundamentos da economia continuam bons".
Mas, para os analistas, trata-se de um revés da política econômica de Abe.
A estratégia do premiê já vinha sendo atingida desde o início do ano pela força do iene, que afeta o setor exportador, e pela queda dos mercados financeiros.
"Os últimos dados mostram a dificuldade de afirmar que o governo de Abe conseguiu construir um 'círculo virtuoso' de alta das rendas, dos salários e dos investimentos", afirmou Tobias Harris, analista de riscos da consultora americana Teneo.
"O crescimento do Japão continua dependendo muito das exportações, que se viram afetadas pela desaceleração da China e seus impactos sobre a economia global", acrescentou.
O índice Nikkei 225 da Bolsa de Tóquio pareceu ignorar esses dados e teve uma alta espetacular de mais de 7% nesta segunda, atribuída pelos analistas a compras a preço em conta depois da hecatombe da semana passada, quando os valores perderam mais de 11%.
E mesmo com a disparada desta segunda, o Nikkei registrou um retrocesso de 16% no correr do ano.
- Dilemas e rumores -O iene, que na semana passada se fortaleceu 4% em relação ao dólar, voltou a enfraquecer nesta segunda por rumores de que o BoJ prepara novas medidas de flexibilização, o que colocaria dinheiro fresco nos mercados, e de que as autoridades estavam intervindo os mercados para tentar frear a valorização da moeda japonesa.
Abe realizou na sexta uma reunião de emergência com o presidente do BoJ, Haruhiko Kuroda, ante a extrema volatilidade dos mercados mundiais e o fortalecimento do iene.
O BoJ surpreendeu no final de janeiro adotando taxas de juros negativas, uma medida que pretende incentivar os bancos a investir na economia real, invés de reter o dinheiro em depósitos inativos.
Mas com o crescimento fraco e o BoJ em luta para que a inflação se aproxime de sua ambiciosa meta de 2% anual, Abe deve decidir se volta a aumentar o IVA.
O governo esperará o resultado das negociações salariais da primavera (hemisfério norte) para saber se as companhias estão dispostas a pagar mais a seus funcionários, o que daria esperanças de um aumento do consumo.
No último trimestre de 2015, o consumo dos lares diminuiu 0,5% em relação ao trimestre anterior.
Os investimentos não residenciais das empresas, por sua vez, progrediram levemente (+0,2%).
O comércio externo contribuiu, no entanto, positivamente para a evolução do PIB (+0,1), apesar de um retrocesso das exportações (-0,2%).
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