Mitsubishi admite teste de eficiência energética inadequados desde 1991
Tóquio, 26 Abr 2016 (AFP) - A Mitsubishi Motors admitiu ter utilizado desde 1991 um método inadequado para os testes de eficiência energética de seus veículos, um novo golpe após uma série de escândalos que abalaram a montadora japonesa.
"Para o mercado local, utilizamos este método desde 1991", declarou o vice-presidente da empresa, Ryugo Nakao, em uma entrevista coletiva.
Mas ele disse não saber quantos modelos foram afetados.
A Mitsubishi Motors (MMC) anunciou na semana passada que utilizou um método que não está de acordo com a legislação japonesa para "apresentar taxas de consumo de combustível mais favoráveis que a realidade".
A empresa informou que a medida havia afetado 625.000 veículos fabricados desde 2013 e que foram vendidos apenas no Japão, incluindo 468.000 produzidos pela também japonesa Nissan.
As ações da empresa desabaram na Bolsa de Tóquio desde a explosão do escândalo na quarta-feira da semana passada, com a perda de quase metade do valor".
"A única coisa que posso fazer é pedir desculpas, mas eu não estava a par", afirmou na terça-feira o presidente da Mitsubishi, Tetsuro Aikawa, antes de admitir que a crise vai abalar as finanças da empresa.
Para tentar esclarecer o caso, a Mitsubishi Motors anunciou a criação de uma comissão especial de investigação, composta apenas por especialistas externos. Um relatório deve ser apresentado em três meses.
Vários diretores afirmaram na entrevista coletiva que os métodos de medição de eficiência energética não foram substituídos quando, há alguns anos, o governo japonês determinou uma modernização à indústria automobilística.
Na semana passada, o ministério dos Transportes realizou uma operação na empresa, uma década depois da montadora ter sido salva da falência após a descoberta de que havia ocultado uma série de falhas em seu veículos.
No sábado, o jornal econômico Nikkei informou que a empresa pretende indenizar os clientes afetados pela fraude.
As novas revelações levantam suspeitas sobre o futuro da indústria japonesa, mas também sobre o setor de automóveis, depois de vários escândalos nos últimos meses sobre os testes de eficiência e os controles das emissões de poluentes.
Para a montadora alemã Volkswagen, que admitiu ter colocado um dispositivo no motor de 11 milhões de veículos em todo o mundo para que apresentassem um resultado menor de contaminação, o escândalo provocou perdas milionárias e os custos finais ainda não podem ser calculados.
Em 2015 registrou perdas líquidas de 1,582 bilhão de euros, seu primeiro balanço anual no vermelho em mais de 20 anos.
A Mitsubishi tem 30.000 funcionários e vende um milhão de veículos por ano em todo o mundo. Na quarta-feira, a empresa deve apresentar os resultados para o ano fiscal encerrado em março, mas provavelmente não divulgará projeções para o atual exercício.
A empresa já havia advertido que o impacto do escândalo será grande. De acordo com analistas, as consequências serão piores que as sofridas pela Volkswagen.
bur-anb/fp
MITSUBISHI MOTORS
"Para o mercado local, utilizamos este método desde 1991", declarou o vice-presidente da empresa, Ryugo Nakao, em uma entrevista coletiva.
Mas ele disse não saber quantos modelos foram afetados.
A Mitsubishi Motors (MMC) anunciou na semana passada que utilizou um método que não está de acordo com a legislação japonesa para "apresentar taxas de consumo de combustível mais favoráveis que a realidade".
A empresa informou que a medida havia afetado 625.000 veículos fabricados desde 2013 e que foram vendidos apenas no Japão, incluindo 468.000 produzidos pela também japonesa Nissan.
As ações da empresa desabaram na Bolsa de Tóquio desde a explosão do escândalo na quarta-feira da semana passada, com a perda de quase metade do valor".
"A única coisa que posso fazer é pedir desculpas, mas eu não estava a par", afirmou na terça-feira o presidente da Mitsubishi, Tetsuro Aikawa, antes de admitir que a crise vai abalar as finanças da empresa.
Para tentar esclarecer o caso, a Mitsubishi Motors anunciou a criação de uma comissão especial de investigação, composta apenas por especialistas externos. Um relatório deve ser apresentado em três meses.
Vários diretores afirmaram na entrevista coletiva que os métodos de medição de eficiência energética não foram substituídos quando, há alguns anos, o governo japonês determinou uma modernização à indústria automobilística.
Na semana passada, o ministério dos Transportes realizou uma operação na empresa, uma década depois da montadora ter sido salva da falência após a descoberta de que havia ocultado uma série de falhas em seu veículos.
No sábado, o jornal econômico Nikkei informou que a empresa pretende indenizar os clientes afetados pela fraude.
As novas revelações levantam suspeitas sobre o futuro da indústria japonesa, mas também sobre o setor de automóveis, depois de vários escândalos nos últimos meses sobre os testes de eficiência e os controles das emissões de poluentes.
Para a montadora alemã Volkswagen, que admitiu ter colocado um dispositivo no motor de 11 milhões de veículos em todo o mundo para que apresentassem um resultado menor de contaminação, o escândalo provocou perdas milionárias e os custos finais ainda não podem ser calculados.
Em 2015 registrou perdas líquidas de 1,582 bilhão de euros, seu primeiro balanço anual no vermelho em mais de 20 anos.
A Mitsubishi tem 30.000 funcionários e vende um milhão de veículos por ano em todo o mundo. Na quarta-feira, a empresa deve apresentar os resultados para o ano fiscal encerrado em março, mas provavelmente não divulgará projeções para o atual exercício.
A empresa já havia advertido que o impacto do escândalo será grande. De acordo com analistas, as consequências serão piores que as sofridas pela Volkswagen.
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MITSUBISHI MOTORS
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