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Mercado do petróleo tende ao equilíbrio, diz AIE

12/05/2016 16h09

Paris, 12 Mai 2016 (AFP) - O mercado de petróleo se encaminha ao equilíbrio por uma forte redução da oferta em países não membros da Opep, como o Canadá, onde os incêndios florestais paralisaram a produção, apontou a Agência Internacional de Energia (AIE).

"Os incêndios florestais no Canadá causaram uma perda de 1,2 milhão de barris diários (mbd) de capacidade de produção", destacou a AIE em seu relatório mensal publicado nesta quinta-feira.

O organismo, que representa os interesses dos países consumidores industrializados da OCDE, diz que seria "prematuro" avaliar no momento o impacto total dos incêndios canadenses nos mercados energéticos.

As petroleiras encerram suas atividades para se adaptar às normas de segurança impostas após os devastadores incêndios na região de Fort McMurray, na província de Alberta (oeste), e poderão passar vários dias paradas, ou até semanas, antes que a produção seja retomada.

"Mesmo antes dos incêndios, se previa que a produção canadense de petróleo diminuísse em abril e maio por causa das obras de manutenção programadas em várias instalações", disse a AIE.

A oferta procedente dos Estados Unidos também continua caindo devido aos baixos preços do petróleo, embora estejam acima dos 45 dólares o barril.

A oferta também foi afetada em abril por interrupções imprevisíveis em Gana e na Itália, onde a petroleira italiana Eni suspendeu a produção dos campos de Val d'Agri (75.000 barris diários), em meio a um escândalo sobre tráfico de resíduos.

Consequentemente, a AIE prevê que a produção dos países que não são membros da Opep (Organização de Países Exportadores de Petróleo) registre em 2016 uma redução de 800.000 barris diários, contra uma estimativa de 700.000 bd em abril, a 56,8 mbd.

Sem muitas expectativasEsses fatores não provocarão um aumento sensível dos preços do barril, devido às reservas que continuam sendo abundantes, embora o ritmo da acumulação vá cair consideravelmente.

Os estoques de petróleo crescerão em 1,3 mbd no primeiro semestre, mas depois o aumento será de 200.000 bd, prevê a AIE. Os estoques nos países da OCDE registraram uma queda em fevereiro pela primeira vez no ano.

"Isso respalda nossa opinião de que o excedente de oferta mundial se reduzirá consideravelmente ao longo do ano", afirmou a entidade com sede em Paris.

A produção da Opep, por seu lado, continuou aumentando vigorosamente em abril, a 32,76 mbd, 300.000 a mais do que em março. Isso se deve a maiores extrações do Irã, que compensou as interrupções na Nigéria e na Venezuela.

A produção petroleira mundial foi em abril, de 96,2 mbd, 250.000 a mais do que em março. A demanda foi mais robusta do que no primeiro trimestre (95 mbd, com aumento de 1,4 mbd), principalmente graças à atividade na Índia, mais dinâmica do que a da China.

A AIE mantém sua previsão de uma demanda mundial de 95,9 de mbd em 2016, em uma alta de 1,2 mbd, mas adverte que poderá modificar essa projeção, "mais provavelmente para cima do que para baixo".

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