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Tailândia busca responsáveis por ataques contra estratégico setor turístico

13/08/2016 10h15

Hua Hin, Tailândia, 13 Ago 2016 (AFP) - A junta militar tailandesa continuava neste sábado buscando os autores de mais de uma dezena de ataques contra locais turísticos que deixaram quatro mortos, provocando inquietação em um país que aposta nos visitantes estrangeiros para reerguer sua abalada economia.

Entre quinta-feira e sexta-feira onze bombas explodiram em diferentes locais de cinco províncias do sul, entre elas os balneários de Hua Hin e Phuket. Entre os feridos há dez turistas estrangeiros.

Os militares no poder afirmam que os ataques foram uma "sabotagem local", negando um eventual ataque de grupos jihadistas internacionais.

Por sua vez, a polícia afirma que os motivos dos ataques continuam sendo incertos, embora exclua os grupos independentistas do sul do país.

"Posso garantir que não é um ataque terrorista ou a expansão de militantes das três províncias do sul", disse à imprensa o delegado Ponsapat Pongcharoen, chefe-adjunto da polícia nacional, em referência ao conflito separatista que a região austral da Tailândia vive há uma década.

"A polícia vai se concentrar na inteligência e na vigilância", afirmou pouco antes. Enquanto isso, as equipes forenses trabalham nas amostras de DNA coletadas dos locais dos atentados.

Por sua vez, o ministro da Defesa, Prawit Wongsuwan, disse à AFP que neste sábado será emitida uma ordem de detenção, sem fornecer mais detalhes.

"A ordem de prisão será emitida hoje, mas não direi em que província", afirmou.

Enquanto isso, as autoridades reforçaram as medidas de segurança em todo o país, em especial em estações de trem, aeroportos e locais de alta concentração pública, como centros comerciais ou casas de espetáculos.

Impacto sobre o turismoHua Hin, um balneário 200 km ao sul de Bangcoc, o local mais afetado, com dois duplos atentados e dois mortos, abriga a casa de veraneio da família real tailandesa.

Neste sábado a vida neste povoado parecia voltar ao normal, mas os profissionais do turismo estavam inquietos pelo impacto sobre os visitantes estrangeiros.

"Temo uma queda da atividade. Nesta manhã tivemos menos clientes na hora do café da manhã. Acredito que muita gente voltou para casa", disse à AFP Nai Amporn, proprietário de um restaurante na praia.

Os ataques têm como alvo a junta militar, que desde que chegou ao poder através de um golpe de Estado apresentou como justificativa para a tomada do poder a necessidade de levar novamente a calma e a segurança ao país, após meses de protestos e comoção que precederam o golpe de maio de 2014.

Os criminosos lançaram seus ataques no setor que mais prejudica o regime: o turismo, a peça chave do governo para tentar reerguer sua economia.

bur-dth/gkg/mb/aoc.