Venezuela sofre com falta de dinheiro após desastre com nota de 100
Caracas, 19 dez 2016 (AFP) - Os problemas com a falta de dinheiro em circulação na Venezuela permaneciam nesta segunda-feira, às vésperas do Natal, após a desastrada decisão do governo de retirar as notas de 100 bolívares, de maior valor, antes do lançamento de uma nova série de notas e moedas.
As notas de 100 bolívares voltaram às ruas, após o presidente Nicolás Maduro recuar no sábado e prorrogar sua validade até o dia 2 de janeiro. A princípio, as cédulas de 100 sairiam de circulação na quinta-feira passada, para combater as "máfias" de contrabandistas que agem nas fronteiras com Brasil e Colômbia.
Maduro recuou após protestos e saques no final de semana, que deixaram ao menos três mortos, devido à retirada da nota de 100 de circulação, que equivale a 0,15 dólares no câmbio oficial.
"Vou receber as 'marrons' (cor da nota de 100) até 31 de dezembro", disse em Petare (leste) o vendedor de mandioca Eduardo Rengifo.
Mas nas ruas ainda falta dinheiro (com valor) circulando e enormes filas se formaram nesta segunda-feira diante das agências bancárias.
Beatriz Cortés, de 65 anos, percorreu três agências bancárias e conseguiu "apenas 5 mil bolívares em notas de dois". "Já estou sem comida em casa".
Alguns bancos não entregavam mais de 10 mil bolívares, o que na Venezuela - onde a inflação deve superar os 470% em 2016, não é muita coisa.
- Violência e incerteza -Maduro culpa a oposição pelos atos de violência e os Estados Unidos pelo atraso nos voos que devem trazer à Venezuela as novas notas e moedas. "É um empurrão de (Barack) Obama", disse em referência ao presidente americano.
"Foi um plano terrorista" da oposição, declarou o número dois do chavismo, Diosdado Cabello.
Ao menos três mortos e mais de 300 detidos deixaram os protestos do final de semana, em várias cidades do país, como Guasdualito, no estado de Apure, onde foram queimadas três agências bancárias, e em Bolívar, sob o toque de recolher desde sábado.
No total, 3 mil soldados foram mobilizados para patrulhar as ruas em Bolívar, onde 450 estabelecimentos comerciais sofreram dados.
"A situação agora é de absoluta normalidade", garantiu nesta segunda-feira o ministro do Interior, general Néstor Reverol.
Já a oposição afirma que cinco pessoas morreram nos distúrbios e o Parlamento - dominado pela oposição - aprovou o início de uma investigação sobre a "responsabilidade" de Maduro e seu gabinete nos acontecimentos.
Nesta segunda-feira, o Legislativo votou a indenização dos comerciantes afetados pelos distúrbios e a abertura de um "canal humanitário" para levar comida e medicamentos aos Estados afetados.
"O custo desta medida torpe e improvisada está sendo pago pelos venezuelanos", disse o porta-voz da Mesa da Unidade Democrática (MUD), Jesús Torrealba, sobre a retirada das notas de 100 bolívares.
O primeiro carregamento com a nova série de notas - a mais alta de 20 mil bolívares - chegou no domingo à Venezuela com cédulas de 500.
Milhares de pessoas formaram longas filas na sexta-feira e no sábado diante da sede do Banco Central para entregar suas notas de 100, como determinou o governo, que inicialmente deu um prazo de cinco dias.
Mas diante da falta da nova série de notas, a população ficou com seu dinheiro retido nos bancos, o que somado à inflação galopante e à falta de alimentos e medicamentos provocou a onda de protestos e saques.
Em sua operação para combater as máfias de contrabandistas, além de retirar as notas de 100 bolívares de circulação, Maduro fechou as fronteiras com Brasil e Colômbia para impedir o retorno destas cédulas ao país. A medida permanecerá em vigor até o dia 2 de janeiro.
mis-erc/lr
As notas de 100 bolívares voltaram às ruas, após o presidente Nicolás Maduro recuar no sábado e prorrogar sua validade até o dia 2 de janeiro. A princípio, as cédulas de 100 sairiam de circulação na quinta-feira passada, para combater as "máfias" de contrabandistas que agem nas fronteiras com Brasil e Colômbia.
Maduro recuou após protestos e saques no final de semana, que deixaram ao menos três mortos, devido à retirada da nota de 100 de circulação, que equivale a 0,15 dólares no câmbio oficial.
"Vou receber as 'marrons' (cor da nota de 100) até 31 de dezembro", disse em Petare (leste) o vendedor de mandioca Eduardo Rengifo.
Mas nas ruas ainda falta dinheiro (com valor) circulando e enormes filas se formaram nesta segunda-feira diante das agências bancárias.
Beatriz Cortés, de 65 anos, percorreu três agências bancárias e conseguiu "apenas 5 mil bolívares em notas de dois". "Já estou sem comida em casa".
Alguns bancos não entregavam mais de 10 mil bolívares, o que na Venezuela - onde a inflação deve superar os 470% em 2016, não é muita coisa.
- Violência e incerteza -Maduro culpa a oposição pelos atos de violência e os Estados Unidos pelo atraso nos voos que devem trazer à Venezuela as novas notas e moedas. "É um empurrão de (Barack) Obama", disse em referência ao presidente americano.
"Foi um plano terrorista" da oposição, declarou o número dois do chavismo, Diosdado Cabello.
Ao menos três mortos e mais de 300 detidos deixaram os protestos do final de semana, em várias cidades do país, como Guasdualito, no estado de Apure, onde foram queimadas três agências bancárias, e em Bolívar, sob o toque de recolher desde sábado.
No total, 3 mil soldados foram mobilizados para patrulhar as ruas em Bolívar, onde 450 estabelecimentos comerciais sofreram dados.
"A situação agora é de absoluta normalidade", garantiu nesta segunda-feira o ministro do Interior, general Néstor Reverol.
Já a oposição afirma que cinco pessoas morreram nos distúrbios e o Parlamento - dominado pela oposição - aprovou o início de uma investigação sobre a "responsabilidade" de Maduro e seu gabinete nos acontecimentos.
Nesta segunda-feira, o Legislativo votou a indenização dos comerciantes afetados pelos distúrbios e a abertura de um "canal humanitário" para levar comida e medicamentos aos Estados afetados.
"O custo desta medida torpe e improvisada está sendo pago pelos venezuelanos", disse o porta-voz da Mesa da Unidade Democrática (MUD), Jesús Torrealba, sobre a retirada das notas de 100 bolívares.
O primeiro carregamento com a nova série de notas - a mais alta de 20 mil bolívares - chegou no domingo à Venezuela com cédulas de 500.
Milhares de pessoas formaram longas filas na sexta-feira e no sábado diante da sede do Banco Central para entregar suas notas de 100, como determinou o governo, que inicialmente deu um prazo de cinco dias.
Mas diante da falta da nova série de notas, a população ficou com seu dinheiro retido nos bancos, o que somado à inflação galopante e à falta de alimentos e medicamentos provocou a onda de protestos e saques.
Em sua operação para combater as máfias de contrabandistas, além de retirar as notas de 100 bolívares de circulação, Maduro fechou as fronteiras com Brasil e Colômbia para impedir o retorno destas cédulas ao país. A medida permanecerá em vigor até o dia 2 de janeiro.
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