Sobrepeso e obesidade se tornam preocupantes no Brasil (FAO)
Rio de Janeiro, 24 Jan 2017 (AFP) - O Brasil registrou nos últimos anos um aumento nos índices de obesidade e sobrepeso, condição que já atinge mais da metade da população e que representa uma tendência mais premente que a desnutrição, apontou um relatório divulgado nesta terça-feira.
"Ao mesmo tempo em que o Brasil conseguiu superar a fome - alcançando níveis inferiores a 5% desde 2014, quando o país saiu do mapa da fome da ONU -, vêm aumentando nos últimos anos os índices de sobrepeso e obesidade", afirmou o representante da FAO no Brasil, Alan Bojanic, citado por um comunicado das Nações Unidas sobre o relatório.
"Essa situação gera impactos importantes na saúde e deve ser um tema prioritário nas agendas das famílias e das autoridades", acrescentou Bojanic.
O sobrepeso entre adultos brasileiros passou de 51,1% em 2010 para 54,1% em 2014, de acordo com um relatório sobre segurança alimentar na América Latina realizado pela Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) e a Organização Pan-americana de Saúde (OPAS).
O documento aponta a mesma tendência em relação à obesidade, que passou de 17,8% da população adulta em 2010 para 20% em 2014, com uma maior prevalência entre as mulheres, de 22,7%.
Assim como no Brasil, o sobrepeso afeta mais da metade dos adultos na maioria dos países da América Latina e o Caribe, como Chile (63%) e México (64%). Em média, 58% da população da região está acima do peso.
De acordo com o relatório, a tendência de sobrepeso e obesidade em crianças menores de cinco anos vem mostrando um aumento constante nas últimas décadas em toda a região. No Brasil, estima-se que 7,3% das crianças dessa faixa etária estão acima do peso, sendo as meninas as mais afetadas, com 7,7%.
Padrões alimentaresUm dos motores do aumento do sobrepeso na América Latina é cultural, e diz respeito a uma mudança generalizada nos padrões de consumo, afirma o relatório.
Segundo o texto, muitas famílias vêm trocando os pratos tradicionais, preparados em casa com alimentos frescos, por alimentos ultraprocessados e de baixa qualidade nutricional, com alto conteúdo de açúcares, sódio e gorduras.
Nos últimos anos, porém, esta tendência foi acelerada pela queda do crescimento econômico na região, o desemprego e o aumento da inflação.
O Brasil foi onde a perda de poder aquisitivo das famílias se mostrou mais acentuada, com uma queda de -3,3% do valor do salário médio real em 2015.
"O aumento do desemprego" - que no Brasil passou de 8% em 2013 para 9,3% em 2015 - "põe em risco a segurança alimentar e nutricional das famílias", destaca o relatório.
O comunicado das Nações Unidas aponta que, para combater essa realidade, deve-se adotar sistemas alimentares saudáveis e sustentáveis que unam agricultura, alimentação, nutrição e saúde.
"É necessário fomentar a produção sustentável de alimentos frescos, seguros e nutritivos, garantir a oferta, a diversidade e o acesso, principalmente da população mais vulnerável", afirma o texto, acrescentando que isso "deve ser complementado com educação nutricional e advertências para os consumidores sobre a composição nutricional dos alimentos".
"Ao mesmo tempo em que o Brasil conseguiu superar a fome - alcançando níveis inferiores a 5% desde 2014, quando o país saiu do mapa da fome da ONU -, vêm aumentando nos últimos anos os índices de sobrepeso e obesidade", afirmou o representante da FAO no Brasil, Alan Bojanic, citado por um comunicado das Nações Unidas sobre o relatório.
"Essa situação gera impactos importantes na saúde e deve ser um tema prioritário nas agendas das famílias e das autoridades", acrescentou Bojanic.
O sobrepeso entre adultos brasileiros passou de 51,1% em 2010 para 54,1% em 2014, de acordo com um relatório sobre segurança alimentar na América Latina realizado pela Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) e a Organização Pan-americana de Saúde (OPAS).
O documento aponta a mesma tendência em relação à obesidade, que passou de 17,8% da população adulta em 2010 para 20% em 2014, com uma maior prevalência entre as mulheres, de 22,7%.
Assim como no Brasil, o sobrepeso afeta mais da metade dos adultos na maioria dos países da América Latina e o Caribe, como Chile (63%) e México (64%). Em média, 58% da população da região está acima do peso.
De acordo com o relatório, a tendência de sobrepeso e obesidade em crianças menores de cinco anos vem mostrando um aumento constante nas últimas décadas em toda a região. No Brasil, estima-se que 7,3% das crianças dessa faixa etária estão acima do peso, sendo as meninas as mais afetadas, com 7,7%.
Padrões alimentaresUm dos motores do aumento do sobrepeso na América Latina é cultural, e diz respeito a uma mudança generalizada nos padrões de consumo, afirma o relatório.
Segundo o texto, muitas famílias vêm trocando os pratos tradicionais, preparados em casa com alimentos frescos, por alimentos ultraprocessados e de baixa qualidade nutricional, com alto conteúdo de açúcares, sódio e gorduras.
Nos últimos anos, porém, esta tendência foi acelerada pela queda do crescimento econômico na região, o desemprego e o aumento da inflação.
O Brasil foi onde a perda de poder aquisitivo das famílias se mostrou mais acentuada, com uma queda de -3,3% do valor do salário médio real em 2015.
"O aumento do desemprego" - que no Brasil passou de 8% em 2013 para 9,3% em 2015 - "põe em risco a segurança alimentar e nutricional das famílias", destaca o relatório.
O comunicado das Nações Unidas aponta que, para combater essa realidade, deve-se adotar sistemas alimentares saudáveis e sustentáveis que unam agricultura, alimentação, nutrição e saúde.
"É necessário fomentar a produção sustentável de alimentos frescos, seguros e nutritivos, garantir a oferta, a diversidade e o acesso, principalmente da população mais vulnerável", afirma o texto, acrescentando que isso "deve ser complementado com educação nutricional e advertências para os consumidores sobre a composição nutricional dos alimentos".
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