Trump embaralha as cartas do comércio mundial
Paris, 25 Jan 2017 (AFP) - Com a retirada da Parceria Transpacífico (TPP na sigla em inglês) e sua intenção de renegociar o Tratado Norte-Americano de Livre-Comércio (Nafta), o presidente Donald Trump causa uma reviravolta no comércio mundial, obrigando China, Europa e potências emergentes a buscar novas pistas.
Desde o início de sua presidência, Trump cumpre sua promessa eleitoral de retirar os Estados Unidos do TPP, uma das prioridades de seu antecessor Barack Obama, que buscava com esse acordo um contrapeso à crescente influência da China.
"É uma oportunidade perdida para os países exportadores que queriam um maior acesso a mercados importantes", explica Marie Diron, da agência classificatória de risco Moody's, em uma nota publicada nesta quarta-feira (25).
O fracasso deste tratado, assinado em 2015 por 12 países da região Ásia-Pacífico - sem a China - que representam 40% do PIB mundial, vai prejudicar países exportadores como Vietnã, Malásia, Brunei e sobretudo o México, integrante latino-americano deste TPP junto com Chile e Peru.
A mudança afetará menos o Japão, ou a Austrália, "cujo acesso ao mercado mundial é maior", segundo a especialista.
Os países emergentes também se verão obrigados a buscar novas opções, como é o caso do México, em situação difícil depois que Trump exigiu a renegociação do Nafta e ameaçou taxar as importações mexicanas, especialmente no setor automotivo.
O governo mexicano advertiu que abandonará as negociações em caso de desacordo com os Estados Unidos, mas não esclareceu se irá se voltar para a China, ou para outros países.
- China na ofensiva - A China está passando à ofensiva para tirar proveito das decisões de Trump. Na semana passada, o presidente Xi Jinping compareceu ao Fórum Econômico de Davos para criticar o protecionismo e defender o livre-comércio.
"À medida que os Estados Unidos se retiram do resto do mundo, a China ocupará o menor espaço disponível", explicou à AFP o economista-chefe do banco Saxo, Steen Jacobsen.
A retirada do TPP "dá opções à China não só na Ásia, ou na região do Pacífico, como também no México!", ressaltou o economista Nouriel Roubini durante o fórum de Davos.
O economista acredita que o México e outros países emergentes devem se aproximar de Pequim.
"Se os Estados Unidos não querem o México no Nafta, então que (o México) se junte a um acordo de livre-comércio com a China", declarou.
A opção chinesa não é necessariamente a solução mais fácil, como opina Radu Vranceanu, professor de economia no Essec.
"A China tem um grande discurso sobre a globalização, mas sendo um país muito mais fechado do que os Estados Unidos para os países estrangeiros", lembra.
A China "não é, de modo algum, um exemplo de livre-comércio", completou Vranceanu.
Alguns países que assinaram o TPP começaram a estudar a possibilidade de se somar ao acordo econômico regional lançado pela China, "mas os acordos comerciais potenciais previstos não têm as mesmas vantagens que o TPP", adverte Diron, da Moody's.
"Não vejo risco chinês para Washington", conclui Vranceanu, acrescentando que "a vantagem comparativa dos Estados Unidos é a inovação, que encontramos nos produtos que exporta".
No que se refere à Europa, o continente pode tirar alguma vantagem.
"Esses fatores externos (que poderão reduzir as exportações europeias) obrigarão a Alemanha a aumentar seu consumo para manter o mesmo nível de crescimento", explica Jakobsen, do Saxo.
Desde o início de sua presidência, Trump cumpre sua promessa eleitoral de retirar os Estados Unidos do TPP, uma das prioridades de seu antecessor Barack Obama, que buscava com esse acordo um contrapeso à crescente influência da China.
"É uma oportunidade perdida para os países exportadores que queriam um maior acesso a mercados importantes", explica Marie Diron, da agência classificatória de risco Moody's, em uma nota publicada nesta quarta-feira (25).
O fracasso deste tratado, assinado em 2015 por 12 países da região Ásia-Pacífico - sem a China - que representam 40% do PIB mundial, vai prejudicar países exportadores como Vietnã, Malásia, Brunei e sobretudo o México, integrante latino-americano deste TPP junto com Chile e Peru.
A mudança afetará menos o Japão, ou a Austrália, "cujo acesso ao mercado mundial é maior", segundo a especialista.
Os países emergentes também se verão obrigados a buscar novas opções, como é o caso do México, em situação difícil depois que Trump exigiu a renegociação do Nafta e ameaçou taxar as importações mexicanas, especialmente no setor automotivo.
O governo mexicano advertiu que abandonará as negociações em caso de desacordo com os Estados Unidos, mas não esclareceu se irá se voltar para a China, ou para outros países.
- China na ofensiva - A China está passando à ofensiva para tirar proveito das decisões de Trump. Na semana passada, o presidente Xi Jinping compareceu ao Fórum Econômico de Davos para criticar o protecionismo e defender o livre-comércio.
"À medida que os Estados Unidos se retiram do resto do mundo, a China ocupará o menor espaço disponível", explicou à AFP o economista-chefe do banco Saxo, Steen Jacobsen.
A retirada do TPP "dá opções à China não só na Ásia, ou na região do Pacífico, como também no México!", ressaltou o economista Nouriel Roubini durante o fórum de Davos.
O economista acredita que o México e outros países emergentes devem se aproximar de Pequim.
"Se os Estados Unidos não querem o México no Nafta, então que (o México) se junte a um acordo de livre-comércio com a China", declarou.
A opção chinesa não é necessariamente a solução mais fácil, como opina Radu Vranceanu, professor de economia no Essec.
"A China tem um grande discurso sobre a globalização, mas sendo um país muito mais fechado do que os Estados Unidos para os países estrangeiros", lembra.
A China "não é, de modo algum, um exemplo de livre-comércio", completou Vranceanu.
Alguns países que assinaram o TPP começaram a estudar a possibilidade de se somar ao acordo econômico regional lançado pela China, "mas os acordos comerciais potenciais previstos não têm as mesmas vantagens que o TPP", adverte Diron, da Moody's.
"Não vejo risco chinês para Washington", conclui Vranceanu, acrescentando que "a vantagem comparativa dos Estados Unidos é a inovação, que encontramos nos produtos que exporta".
No que se refere à Europa, o continente pode tirar alguma vantagem.
"Esses fatores externos (que poderão reduzir as exportações europeias) obrigarão a Alemanha a aumentar seu consumo para manter o mesmo nível de crescimento", explica Jakobsen, do Saxo.
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