Comissão Europeia quer enfrentar legado da crise: desemprego e pobreza
Bruxelas, 22 Fev 2017 (AFP) - Em um contexto de recuperação econômica moderada, a Comissão Europeia pediu nesta quarta-feira aos 28 países-membros que enfrentem o desemprego de longa duração e o risco de pobreza, especialmente nos países do sul da Europa, os mais castigados pela crise de 2008.
"Nem todos os cidadãos europeus se beneficiaram da recuperação em igual medida", indicou a comissária europeia de Emprego, Marianne Thyssen, para quem uma maior igualdade gera inclusão social e torna as economias "mais resistentes" diante de eventuais "choques econômicos".
Thyssen fez estas declarações em uma coletiva de imprensa durante a apresentação de um relatório do Executivo comunitário, conhecido como "pacote de inverno", destinado a alentar os países da União Europeia (UE) e, especialmente, os 19 da zona do euro, com o objetivo de convergir suas economias.
Em suas previsões econômicas trimestrais, apresentadas na semana passada, a Comissão destacou que "pela primeira vez desde 2008" todos os países da zona do euro registraram uma expansão de sua economia no período 2016-2018, situando-se no prognóstico de 1,6% de crescimento médio para 2017.
Como consequência desta expansão moderada, o nível de desemprego nos 19 países do euro deveria ser reduzido progressivamente para 9,6% em 2017 e 9,1% em 2018. No auge da crise da dívida, o desemprego alcançou o recorde de 12,1% em abril, maio e junho de 2013.
"Apesar de ter havido uma melhoria geral no âmbito do emprego, continua existindo desafios econômicos e sociais, como o elevado desemprego e a pobreza", apontou o vice-presidente da Comissão, Valdis Dombrovskis, que pediu para "aproveitarem este momento para abordar" o resto "do legado da crise".
Aumenta a pobreza entre trabalhadoresEste "legado" é mais visível nos países do sul da Europa. Após anos de crise e de políticas de rigor orientadas a corrigir o déficit orçamentário, a Espanha poderia registrar um crescimento de seu PIB de 3,2% em 2016, 2,3% em 2017 e 2,1% em 2018, acima da média da zona do euro.
Em seu "pacote de inverno", a Comissão destaca esta "forte recuperação" da economia espanhola, em parte pelas reformas estruturais dos últimos anos, mas adverte que o desemprego "continua sendo muito alto" e "a pobreza e a desigualdade de investimentos se encontram entre as mais altas da UE".
"O risco de pobreza ou exclusão social começou a diminuir em 2015. Entretanto, se manteve muito alto, especialmente o infantil". A pobreza entre os trabalhadores "continua aumentando", aponta também o relatório, que destaca as consequências de "maiores riscos de pobreza" por conta dos contratos temporários.
Entre 2010 e 2015, o número de menores de idade em risco de exclusão social e de pobreza passou na Espanha de 33,3% para 34,4%, uma tendência registrada especialmente nos países do sul da Europa, como Portugal (de 28,7% para 29,6% no mesmo período), apesar desse número ter caído ligeiramente no conjunto da UE, segundo a Eurostat.
Em dezembro, o desemprego nestes países continuava acima da simbólica barreira dos 10%, chegando a 10,25% em Portugal e 18,4% na Espanha - a segunda maior da UE atrás da Grécia -, enquanto a média da zona do euro é de 9,6%.
Em relação a Portugal, que conta com "cifras alentadoras de crescimento e de redução do déficit", nas palavras do comissário europeu Pierre Moscovici, sua homóloga de Emprego destacou que a "pobreza trabalhista (...) continua sendo bastante elevada".
"A pobreza das pessoas com emprego (em Portugal) se manteve como uma das mais elevadas da UE em 2015, devido, em parte, à baixa qualidade dos empregos e do alto volume de trabalho involuntário em tempo parcial", aponta o relatório apresentado nesta quarta-feira.
Após a apresentação do relatório, a Comissão Europeia deverá iniciar um diálogo com os diferentes governos nacionais, que devem dar suas respostas em abril.
"Nem todos os cidadãos europeus se beneficiaram da recuperação em igual medida", indicou a comissária europeia de Emprego, Marianne Thyssen, para quem uma maior igualdade gera inclusão social e torna as economias "mais resistentes" diante de eventuais "choques econômicos".
Thyssen fez estas declarações em uma coletiva de imprensa durante a apresentação de um relatório do Executivo comunitário, conhecido como "pacote de inverno", destinado a alentar os países da União Europeia (UE) e, especialmente, os 19 da zona do euro, com o objetivo de convergir suas economias.
Em suas previsões econômicas trimestrais, apresentadas na semana passada, a Comissão destacou que "pela primeira vez desde 2008" todos os países da zona do euro registraram uma expansão de sua economia no período 2016-2018, situando-se no prognóstico de 1,6% de crescimento médio para 2017.
Como consequência desta expansão moderada, o nível de desemprego nos 19 países do euro deveria ser reduzido progressivamente para 9,6% em 2017 e 9,1% em 2018. No auge da crise da dívida, o desemprego alcançou o recorde de 12,1% em abril, maio e junho de 2013.
"Apesar de ter havido uma melhoria geral no âmbito do emprego, continua existindo desafios econômicos e sociais, como o elevado desemprego e a pobreza", apontou o vice-presidente da Comissão, Valdis Dombrovskis, que pediu para "aproveitarem este momento para abordar" o resto "do legado da crise".
Aumenta a pobreza entre trabalhadoresEste "legado" é mais visível nos países do sul da Europa. Após anos de crise e de políticas de rigor orientadas a corrigir o déficit orçamentário, a Espanha poderia registrar um crescimento de seu PIB de 3,2% em 2016, 2,3% em 2017 e 2,1% em 2018, acima da média da zona do euro.
Em seu "pacote de inverno", a Comissão destaca esta "forte recuperação" da economia espanhola, em parte pelas reformas estruturais dos últimos anos, mas adverte que o desemprego "continua sendo muito alto" e "a pobreza e a desigualdade de investimentos se encontram entre as mais altas da UE".
"O risco de pobreza ou exclusão social começou a diminuir em 2015. Entretanto, se manteve muito alto, especialmente o infantil". A pobreza entre os trabalhadores "continua aumentando", aponta também o relatório, que destaca as consequências de "maiores riscos de pobreza" por conta dos contratos temporários.
Entre 2010 e 2015, o número de menores de idade em risco de exclusão social e de pobreza passou na Espanha de 33,3% para 34,4%, uma tendência registrada especialmente nos países do sul da Europa, como Portugal (de 28,7% para 29,6% no mesmo período), apesar desse número ter caído ligeiramente no conjunto da UE, segundo a Eurostat.
Em dezembro, o desemprego nestes países continuava acima da simbólica barreira dos 10%, chegando a 10,25% em Portugal e 18,4% na Espanha - a segunda maior da UE atrás da Grécia -, enquanto a média da zona do euro é de 9,6%.
Em relação a Portugal, que conta com "cifras alentadoras de crescimento e de redução do déficit", nas palavras do comissário europeu Pierre Moscovici, sua homóloga de Emprego destacou que a "pobreza trabalhista (...) continua sendo bastante elevada".
"A pobreza das pessoas com emprego (em Portugal) se manteve como uma das mais elevadas da UE em 2015, devido, em parte, à baixa qualidade dos empregos e do alto volume de trabalho involuntário em tempo parcial", aponta o relatório apresentado nesta quarta-feira.
Após a apresentação do relatório, a Comissão Europeia deverá iniciar um diálogo com os diferentes governos nacionais, que devem dar suas respostas em abril.
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