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Odebrecht freia economia do Peru, diz Kuczynski

09/03/2017 21h45

Lima, 10 Mar 2017 (AFP) - O presidente do Peru, Pedro Pablo Kuczynski, admitiu nesta quinta-feira que a economia nacional freará devido à paralisação de vários projetos da empreiteira Odebrecht, investigada por pagamento de subornos, que serão vendidos ou licitados novamente.

"Não há dúvida que (o caso Odebrecht) vai frear a economia", disse o presidente peruano, em coletiva com a imprensa estrangeira no Palácio do Governo.

"Estamos tentando implementar uma luta bastante drástica contra a corrupção sem parar os grandes projetos, mas é muito difícil fazer isso porque o maior de todos parou. Pode nos custar meio ponto (do PIB) ou algo assim, mas não posso arriscar", acrescentou.

Kuczynski comentou que prepara uma nova concessão do gasoduto no sul do Peru, obra avaliada em sete bilhões de dólares, e cuja concessão foi retirada de um consórcio liderado pela Odebrecht, devido a sua incapacidade financeira.

Também lembrou que há outras duas empresas interessadas em parte do projeto de irrigação Chavimochic, do qual a empreiteira também irá sair.

A hidrelétrica Chaglla também espera sua venda e está avaliada em 1,4 bilhão de dólares.

A Odebrecht prepara uma saída ordenada de seus projetos públicos no Peru, devido a uma lei que impede que empresas relacionadas com corrupção continuem com contratos com o Estado.

"A única coisa que queremos é reservar uma parte destes recursos (das vendas da Odebrecht) para o caso de que no final haja uma multa ou recompensa para o Estado. Creio que o tema esteja tão pesado que dizer nunca mais venham (operar no Peru) é completamente impossível".

"Estamos tentando remontar. Para fazer isso é necessário reativar alguns projetos grandes que estavam na fila de espera", acrescentou Kuczynski.

O governo peruano anunciou nesta quinta-feira um pacote reativador que contempla injetar 1,6 bilhão de dólares na economia para infraestrutura.