FMI aprova empréstimo de US$ 1,8 bi para Grécia, mas retém fundos
Washington, 21 Jul 2017 (AFP) - O Fundo Monetário Internacional (FMI) aprovou nesta quinta-feira (20) um novo programa de empréstimos, de 1,8 bilhão de dólares, para a Grécia, mas não vai liberar os fundos imediatamente, um movimento bastante incomum.
No mês passado, o órgão anunciou que iria reativar a opção raramente usada de aprovar empréstimos deste tipo, a fim de convencer os ministros da zona do euro a liberarem um desembolso urgente para o país.
O último desembolso, de 8,5 bilhões de euros, do fundo de resgate da zona do euro para a Grécia foi aprovado na semana passada, bem a tempo de Atenas evitar o descumprimento de um pagamento de 7 bilhões de euros.
Este plano, que termina em agosto do ano que vem, deve permitir ao país enfrentar sua grande dívida, de quase 180% de seu PIB (315 bilhões de euros).
O órgão insistiu que a carga da dívida da Grécia é insustentável e que o país vai precisar de um significativo perdão por parte da zona do euro.
Contudo, a Alemanha se recusou a avaliar um perdão maior da dívida grega, a não ser que o FMI participe do programa de empréstimos, criando um impasse que se arrasta há meses.
A ação inesperada de aprovar um empréstimo sem liberação imediata foi um comprometimento, mas funcionários do fundo garantem que ele não viola as regras. A tática foi usada em 19 casos anteriores nos anos 1980 em países como Brasil, Argentina, México e Iugoslávia.
- Divergência de opiniões -A instituição ressaltou em documentos enviados ao conselho de administração que, "apesar de as divergência entre o FMI e os sócios europeus sobre a Grécia terem diminuído, a estratégia para reduzir a dívida baseada nas metas historicamente elevadas para o excedente primário ou a taxa de crescimento nesses períodos prolongados não é confiável".
Com seu aval, o Fundo afirmou que o excedente primário foi fixado em 3,5% do PIB de 2019 a 2022.
Mas depois de 2022, esta meta deve ser levada a um patamar "mais sustentável de 1,5% o mais rápido possível para ter uma margem de manobra orçamentária que permita aumentar a ajuda social, estimular o investimento e baixar os impostos para apoiar o crescimento".
O acordo do FMI deve facilitar que as autoridades gregas retornem ao mercado de capitais emitindo novos bônus, apesar de o país ter acesso a empréstimos com taxas baixas do Mecanismo Europeu de Estabilidade (MES).
No entanto, o montante máximo da dívida grega, fixado em 325 bilhões de euros pelo FMI e seus sócios europeus junto às autoridades gregas, poderia ser uma armadilha para a volta a este mercado.
A diretora-geral do FMI, Christine Lagarde, celebrou o "novo programa de ajuste econômico da Grécia, que se concentra em políticas que ajudarão a restabelecer no médio prazo a estabilidade macroeconômica e o crescimento, apoiando ao mesmo tempo os esforços das autoridades para conseguir de novo um financiamento através dos mercados de forma durável".
"O programa também aporta margens de manobra para mobilizar o apoio para reformas estruturais mais profundas, que a Grécia precisa para prosperar na zona do euro, e também um marco para os sócios europeus da Grécia para aliviar a dívida e restaurar a viabilidade da dívida grega", apontou.
O FMI prevê que a economia grega crescerá 2,1% neste ano e 2,6% no próximo.
vmt-jdl/spc/cc/lr
No mês passado, o órgão anunciou que iria reativar a opção raramente usada de aprovar empréstimos deste tipo, a fim de convencer os ministros da zona do euro a liberarem um desembolso urgente para o país.
O último desembolso, de 8,5 bilhões de euros, do fundo de resgate da zona do euro para a Grécia foi aprovado na semana passada, bem a tempo de Atenas evitar o descumprimento de um pagamento de 7 bilhões de euros.
Este plano, que termina em agosto do ano que vem, deve permitir ao país enfrentar sua grande dívida, de quase 180% de seu PIB (315 bilhões de euros).
O órgão insistiu que a carga da dívida da Grécia é insustentável e que o país vai precisar de um significativo perdão por parte da zona do euro.
Contudo, a Alemanha se recusou a avaliar um perdão maior da dívida grega, a não ser que o FMI participe do programa de empréstimos, criando um impasse que se arrasta há meses.
A ação inesperada de aprovar um empréstimo sem liberação imediata foi um comprometimento, mas funcionários do fundo garantem que ele não viola as regras. A tática foi usada em 19 casos anteriores nos anos 1980 em países como Brasil, Argentina, México e Iugoslávia.
- Divergência de opiniões -A instituição ressaltou em documentos enviados ao conselho de administração que, "apesar de as divergência entre o FMI e os sócios europeus sobre a Grécia terem diminuído, a estratégia para reduzir a dívida baseada nas metas historicamente elevadas para o excedente primário ou a taxa de crescimento nesses períodos prolongados não é confiável".
Com seu aval, o Fundo afirmou que o excedente primário foi fixado em 3,5% do PIB de 2019 a 2022.
Mas depois de 2022, esta meta deve ser levada a um patamar "mais sustentável de 1,5% o mais rápido possível para ter uma margem de manobra orçamentária que permita aumentar a ajuda social, estimular o investimento e baixar os impostos para apoiar o crescimento".
O acordo do FMI deve facilitar que as autoridades gregas retornem ao mercado de capitais emitindo novos bônus, apesar de o país ter acesso a empréstimos com taxas baixas do Mecanismo Europeu de Estabilidade (MES).
No entanto, o montante máximo da dívida grega, fixado em 325 bilhões de euros pelo FMI e seus sócios europeus junto às autoridades gregas, poderia ser uma armadilha para a volta a este mercado.
A diretora-geral do FMI, Christine Lagarde, celebrou o "novo programa de ajuste econômico da Grécia, que se concentra em políticas que ajudarão a restabelecer no médio prazo a estabilidade macroeconômica e o crescimento, apoiando ao mesmo tempo os esforços das autoridades para conseguir de novo um financiamento através dos mercados de forma durável".
"O programa também aporta margens de manobra para mobilizar o apoio para reformas estruturais mais profundas, que a Grécia precisa para prosperar na zona do euro, e também um marco para os sócios europeus da Grécia para aliviar a dívida e restaurar a viabilidade da dívida grega", apontou.
O FMI prevê que a economia grega crescerá 2,1% neste ano e 2,6% no próximo.
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