Após Irma, Saint Martin deve atrair turistas para sobreviver
Marigot, 13 Set 2017 (AFP) - Ao devastar as paisagens paradisíacas e as infraestruturas de Saint Martin, o furacão Irma destruiu o pilar de sua economia, o turismo, que terá que ser completamente reconstruído para proporcionar um futuro a seus habitantes.
"Para a temporada turística que está chegando, está tudo perdido", desabafa Paco Benito, diretor do hotel Riu Palace, situado em Anse Marcel, ao norte da ilha franco-holandesa de St. Martin.
Seu estabelecimento chique, de frente para o mar, em uma enseada de areia branca com águas turquesas, foi destruído.
"Vamos ter que reconstruir tudo. Vamos começar o mais rápido possível", assegura o homem de 43 anos, visivelmente exausto pelos dias que acabou de viver.
"A prioridade era sobreviver após o furacão. Então, retiramos os clientes", conta Paco Benito, que agora pensa no futuro de seus funcionários.
Seu hotel é um dos maiores empregadores privados da ilha caribenha do lado francês.
"Temos 300 funcionários, o que significa 300 famílias que contam conosco", explica.
"Todas as lojas, empresas, foram destruídas. É como se uma bomba tivesse caído em Saint Martin", afirma a diretora da Câmara de Comércio e Indústria de St. Martin, Maggy Gumbs.
"Imagine, encontramos carros e barcos nas montanhas, carregados pelo vento", relatou.
A alta temporada começa no final de novembro e termina em abril. Impossível reparar todos os danos causados nas estradas, nos edifícios e no cenário natural da ilha.
"Todos os hotéis, todos os restaurantes estão destruídos. Por isso, será uma temporada morta. Os turistas já começaram a cancelar suas reservas", acrescenta Gumbs, lembrando que "o turismo é a única atividade econômica na ilha".
O setor hoteleiro e de restaurantes representa 15% dos empregos na parte francesa de Saint Martin, em comparação com 4% em Guadalupe, por exemplo. Além disso, as atividades comerciais, imobiliárias, de construção e náuticas dessa comunidade de cerca de 35 mil habitantes são totalmente dependentes do turismo.
- Recomeçar a todo vapor -Em Paris, o operador turístico Exotismes, especialista em ilhas tropicais, tomou a iniciativa e já contactou seus clientes que fizeram reservas para os próximos três meses, a fim de propor alternativas: adiar a viagem para uma data posterior, outro destino, ou reembolso.
"Mesmo que a infraestrutura seja restabelecida, a ilha foi profundamente danificada. Não há árvores, não é mais um local de turismo, e sim de reconstrução. As pessoas passam o ano poupando dinheiro para viajar de férias. Não podemos enviá-las para um canteiro de obras", justifica seu presidente, Gilbert Cisneros.
St. Martin recebeu 2,5 milhões de visitantes em 2014, principalmente americanos que frequentam a parte holandesa da ilha.
Para os habitantes, sobreviver financeiramente na ausência de turistas durante a reconstrução será difícil, mesmo que possam contar com o apoio da metrópole.
"Saint Martin vai renascer, estou comprometido com isso", prometeu na terça-feira o presidente Emmanuel Macron, embora alguns já tenham escolhido partir.
"Levará anos para que o turismo volte ao que era", estima Didier Arino, diretor do gabinete Protourisme, que vê o episódio, porém, como uma oportunidade para reconstruir um turismo mais moderno, "que preserva o meio ambiente, de qualidade, com um retorno econômico e social mais forte".
Com 30 anos de experiência em viagens para as ilhas caribenhas, Cisneros se diz confiante.
"Já experimentamos episódios pesados de furacões. Toda vez, voltamos. A cada vez, as pessoas reconstroem", conta, lembrando-se do furacão Hugo, que também devastou St. Martin em 1989.
Ele acredita que o turismo voltará ainda mais forte, já que St. Martin e a ilha vizinha de St. Barts "serão os dois destinos do Caribe que terão as melhores infraestruturas em um ano", prevê, otimista.
rfo-aro-caz-val/mch/glr/mr/tt
"Para a temporada turística que está chegando, está tudo perdido", desabafa Paco Benito, diretor do hotel Riu Palace, situado em Anse Marcel, ao norte da ilha franco-holandesa de St. Martin.
Seu estabelecimento chique, de frente para o mar, em uma enseada de areia branca com águas turquesas, foi destruído.
"Vamos ter que reconstruir tudo. Vamos começar o mais rápido possível", assegura o homem de 43 anos, visivelmente exausto pelos dias que acabou de viver.
"A prioridade era sobreviver após o furacão. Então, retiramos os clientes", conta Paco Benito, que agora pensa no futuro de seus funcionários.
Seu hotel é um dos maiores empregadores privados da ilha caribenha do lado francês.
"Temos 300 funcionários, o que significa 300 famílias que contam conosco", explica.
"Todas as lojas, empresas, foram destruídas. É como se uma bomba tivesse caído em Saint Martin", afirma a diretora da Câmara de Comércio e Indústria de St. Martin, Maggy Gumbs.
"Imagine, encontramos carros e barcos nas montanhas, carregados pelo vento", relatou.
A alta temporada começa no final de novembro e termina em abril. Impossível reparar todos os danos causados nas estradas, nos edifícios e no cenário natural da ilha.
"Todos os hotéis, todos os restaurantes estão destruídos. Por isso, será uma temporada morta. Os turistas já começaram a cancelar suas reservas", acrescenta Gumbs, lembrando que "o turismo é a única atividade econômica na ilha".
O setor hoteleiro e de restaurantes representa 15% dos empregos na parte francesa de Saint Martin, em comparação com 4% em Guadalupe, por exemplo. Além disso, as atividades comerciais, imobiliárias, de construção e náuticas dessa comunidade de cerca de 35 mil habitantes são totalmente dependentes do turismo.
- Recomeçar a todo vapor -Em Paris, o operador turístico Exotismes, especialista em ilhas tropicais, tomou a iniciativa e já contactou seus clientes que fizeram reservas para os próximos três meses, a fim de propor alternativas: adiar a viagem para uma data posterior, outro destino, ou reembolso.
"Mesmo que a infraestrutura seja restabelecida, a ilha foi profundamente danificada. Não há árvores, não é mais um local de turismo, e sim de reconstrução. As pessoas passam o ano poupando dinheiro para viajar de férias. Não podemos enviá-las para um canteiro de obras", justifica seu presidente, Gilbert Cisneros.
St. Martin recebeu 2,5 milhões de visitantes em 2014, principalmente americanos que frequentam a parte holandesa da ilha.
Para os habitantes, sobreviver financeiramente na ausência de turistas durante a reconstrução será difícil, mesmo que possam contar com o apoio da metrópole.
"Saint Martin vai renascer, estou comprometido com isso", prometeu na terça-feira o presidente Emmanuel Macron, embora alguns já tenham escolhido partir.
"Levará anos para que o turismo volte ao que era", estima Didier Arino, diretor do gabinete Protourisme, que vê o episódio, porém, como uma oportunidade para reconstruir um turismo mais moderno, "que preserva o meio ambiente, de qualidade, com um retorno econômico e social mais forte".
Com 30 anos de experiência em viagens para as ilhas caribenhas, Cisneros se diz confiante.
"Já experimentamos episódios pesados de furacões. Toda vez, voltamos. A cada vez, as pessoas reconstroem", conta, lembrando-se do furacão Hugo, que também devastou St. Martin em 1989.
Ele acredita que o turismo voltará ainda mais forte, já que St. Martin e a ilha vizinha de St. Barts "serão os dois destinos do Caribe que terão as melhores infraestruturas em um ano", prevê, otimista.
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