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Barclays pagará multa de US$ 2 bi por responsabilidade na crise de 2008

Kirsty Wigglesworth/AP Photo
Imagem: Kirsty Wigglesworth/AP Photo

29/03/2018 15h39

Nova York, 29 Mar 2018 (AFP) - O poderoso banco britânico Barclays chegou a um acordo com o governo dos Estados Unidos para pagar uma multa de US$ 2 bilhões para encerrar uma investigação sobre suas práticas no setor imobiliário antes da crise financeira de 2008/2009, informou o Departamento de Justiça norte-americano (DoJ).

O banco foi acusado de "fraude" por ter vendido entre 2005 e 2007 créditos imobiliários tóxicos --chamados "RMBS"-- a investidores, que sofreram perdas bilionárias quando estes produtos financeiros perderam todo o valor, segundo um comunicado do DoJ.

O departamento de Justiça indicou que os empréstimos subjacentes "eram consideravelmente menos solventes do que o Barclays apresentou" e que o banco "tergiversou intencionalmente" os fatos-chave.

Os devedores começaram a descumprir com o pagamento das hipotecas e isso desatou um efeito cascata por todo o setor financeiro mundial que teve seu clímax na crise de 2008.

Filiais do Barclays realizaram 36 transações com RMBS por um montante inicialmente estimado em US$ 31 bilhões.

"O banco mentiu sobre a qualidade dos créditos imobiliários contidos nessas operações", disse o regulador, que retirará sua queixa civil contra o Barclays e suspenderá todas as investigações sobre a entidade.

Executivos pagarão US$ 2 milhões em multas

Também conseguiram acordos com as autoridades dois executivos americanos do Barclays, Paul Menefee em Austin (Texas) e John Carroll de Port Washington (New York), que pagarão multas totalizando US$ 2 milhões.

Barclays é o último dos grandes bancos punidos quase uma década depois do colapso das entidades financeiros detentoras desses ativos baseados em hipotecas com alto risco de descumprimento.

Na semana passada, o banco suíço UBS aceitou pagar US$ 230 milhões ao estado de Nova York para saldar a acusação de ter tergiversado o valor dos ativos formados por hipotecas e vendido antes da crise.

O Deutsche Bank e o Credit Suisse realizaram acordos similares no final do ano passado. O banco alemão acertou o pagamento de US$ 7,2 bilhões aos Estados Unidos e o suíço, US$ 5,28 bilhões.

Em troca do pagamento da multa, o banco terá saldado a questão com os Estados Unidos. "Fico satisfeito por ter podido chegar a um acordo justo e proporcional com o departamento da Justiça", disse o CEO do Barclays, Jes Staley, em um comunicado.

Autoridades federais americanas enfrentaram um questionamento severo por parte de congressistas por não terem conseguido uma forma de acusar penalmente os executivos dos bancos, apesar de as investigações deixarem em evidência uma conduta fraudulenta generalizada.