Trump planeja novas tarifas contra China e Pequim denuncia 'chantagem'
Pequim, 19 Jun 2018 (AFP) - China e Estados Unidos estavam, nesta terça-feira (19), mais perto do que nunca de uma guerra comercial, depois que a China prometeu adotar "represálias" contra as ameaças de Donald Trump de impor novas e proibitivas tarifas a produtos chineses importados.
As Bolsas da China encerraram a terça-feira (horário local) com forte queda em consequência dessas ameaças do presidente americana: Xangai terminou em baixa de 3,78%, assim como Shenzhen (-5,77%), enquanto Hong Kong, a uma hora do fechamento das operações, perdia 3%.
Tóquio também terminou com perdas (-1,77%), enquanto as principais Bolsas europeias abriram suas sessões de hoje com queda acentuada.
Com as duas maiores economias mundiais já mergulhadas em um duelo temido pelos mercados e pela indústria, Trump disse que adotará novas medidas punitivas contra a "inaceitável" decisão de Pequim de aumentar suas próprias taxas.
Ele advertiu que, "se a China aumentar suas tarifas mais uma vez", Washington retaliará bens chineses com taxas de 10%, equivalentes a US$ 200 bilhões, para um possível total de US$ 450 bilhões, ou seja, quase todas as importações chinesas.
A reação da China foi quase imediata. O Ministério chinês do Comércio classificou a decisão de Trump como "chantagem".
"Se os Estados Unidos perderem o bom senso e publicarem uma lista [de produtos afetados pelas sobretaxas], a China se verá obrigada a adotar uma mistura de medidas quantitativas e qualitativas sob a forma de vigorosas represálias", disse o Ministério em uma nota.
- Novas ações -Em um comunicado, Trump disse que "novas ações deverão ser tomadas para pressionar a China a mudar suas práticas desleais, abrir seu mercado aos bens dos Estados Unidos e admitir uma relação comercial mais equilibrada".
"Aparentemente, a China não tem nenhuma intenção de mudar suas práticas ilegais de aquisição de propriedade intelectual e tecnologia americana", afirmou.
"A relação comercial entre Estados Unidos e China deveria ser mais equilibrada", insistiu Trump, que estabeleceu como meta reduzir em US$ 200 bilhões o déficit comercial com o gigante asiático.
Esta grave ameaça de guerra comercial preocupa o mercado e demais agentes econômicos.
"Nesta perigosa escalada (...) o Congresso deve intervir e exercer sua autoridade sobre a política comercial" afirmou a National Retail Federation (NRF), um lobby americano do varejo, em um comunicado.
Cerca de 455.000 empregos americanos estão ameaçados pelas últimas medidas punitivas contra a China, calculou a NRF, que estima que outra consequência será uma alta dos preços dos produtos de base.
Em 2017, os Estados Unidos exportaram para a China, segunda potência econômica mundial, US$ 130,4 bilhões em bens e mercadorias. No mesmo período, os EUA importaram US$ 505,6 bilhões, ou seja, um déficit de mais de US$ 375 bilhões.
- Medidas e represálias -Na última sexta-feira, a Casa Branca anunciou a imposição de taxas aduaneiras de 25% a bens importados da China, da ordem de US$ 50 bilhões, para compensar o que Washington denuncia como roubo de propriedade intelectual e de tecnologia por parte de Pequim.
O governo chinês respondeu, anunciando represálias equivalentes contra produtos americanos.
"Tenho uma excelente relação com o presidente Xi (Jinping) e continuaremos trabalhando juntos em muitos temas. Mas nem a China nem outros países se aproveitarão mais dos Estados Unidos em comércio", disse Trump.
O presidente americano deu sinal verde para as medidas punitivas depois de meses de um instável processo diplomático, no qual a promessa dos chineses de comprar mais bens americanos não aplacou as queixas de Trump sobre o desequilíbrio comercial bilateral.
A China prometeu aumentar a importação de bens americanos em US$ 70 bilhões para reduzir o déficit comercial americano, enquanto Trump pedia um corte do déficit em US$ 200 bilhões.
A disputa com a China é apenas uma das frentes comerciais abertas pelo protecionismo de Trump. Desde 1º de junho, as importações de aço e de alumínio de União Europeia, México e Canadá pagam tarifas de 25% e 10%, respectivamente.
oh/mdl/rs/gm-me/zm/tt
As Bolsas da China encerraram a terça-feira (horário local) com forte queda em consequência dessas ameaças do presidente americana: Xangai terminou em baixa de 3,78%, assim como Shenzhen (-5,77%), enquanto Hong Kong, a uma hora do fechamento das operações, perdia 3%.
Tóquio também terminou com perdas (-1,77%), enquanto as principais Bolsas europeias abriram suas sessões de hoje com queda acentuada.
Com as duas maiores economias mundiais já mergulhadas em um duelo temido pelos mercados e pela indústria, Trump disse que adotará novas medidas punitivas contra a "inaceitável" decisão de Pequim de aumentar suas próprias taxas.
Ele advertiu que, "se a China aumentar suas tarifas mais uma vez", Washington retaliará bens chineses com taxas de 10%, equivalentes a US$ 200 bilhões, para um possível total de US$ 450 bilhões, ou seja, quase todas as importações chinesas.
A reação da China foi quase imediata. O Ministério chinês do Comércio classificou a decisão de Trump como "chantagem".
"Se os Estados Unidos perderem o bom senso e publicarem uma lista [de produtos afetados pelas sobretaxas], a China se verá obrigada a adotar uma mistura de medidas quantitativas e qualitativas sob a forma de vigorosas represálias", disse o Ministério em uma nota.
- Novas ações -Em um comunicado, Trump disse que "novas ações deverão ser tomadas para pressionar a China a mudar suas práticas desleais, abrir seu mercado aos bens dos Estados Unidos e admitir uma relação comercial mais equilibrada".
"Aparentemente, a China não tem nenhuma intenção de mudar suas práticas ilegais de aquisição de propriedade intelectual e tecnologia americana", afirmou.
"A relação comercial entre Estados Unidos e China deveria ser mais equilibrada", insistiu Trump, que estabeleceu como meta reduzir em US$ 200 bilhões o déficit comercial com o gigante asiático.
Esta grave ameaça de guerra comercial preocupa o mercado e demais agentes econômicos.
"Nesta perigosa escalada (...) o Congresso deve intervir e exercer sua autoridade sobre a política comercial" afirmou a National Retail Federation (NRF), um lobby americano do varejo, em um comunicado.
Cerca de 455.000 empregos americanos estão ameaçados pelas últimas medidas punitivas contra a China, calculou a NRF, que estima que outra consequência será uma alta dos preços dos produtos de base.
Em 2017, os Estados Unidos exportaram para a China, segunda potência econômica mundial, US$ 130,4 bilhões em bens e mercadorias. No mesmo período, os EUA importaram US$ 505,6 bilhões, ou seja, um déficit de mais de US$ 375 bilhões.
- Medidas e represálias -Na última sexta-feira, a Casa Branca anunciou a imposição de taxas aduaneiras de 25% a bens importados da China, da ordem de US$ 50 bilhões, para compensar o que Washington denuncia como roubo de propriedade intelectual e de tecnologia por parte de Pequim.
O governo chinês respondeu, anunciando represálias equivalentes contra produtos americanos.
"Tenho uma excelente relação com o presidente Xi (Jinping) e continuaremos trabalhando juntos em muitos temas. Mas nem a China nem outros países se aproveitarão mais dos Estados Unidos em comércio", disse Trump.
O presidente americano deu sinal verde para as medidas punitivas depois de meses de um instável processo diplomático, no qual a promessa dos chineses de comprar mais bens americanos não aplacou as queixas de Trump sobre o desequilíbrio comercial bilateral.
A China prometeu aumentar a importação de bens americanos em US$ 70 bilhões para reduzir o déficit comercial americano, enquanto Trump pedia um corte do déficit em US$ 200 bilhões.
A disputa com a China é apenas uma das frentes comerciais abertas pelo protecionismo de Trump. Desde 1º de junho, as importações de aço e de alumínio de União Europeia, México e Canadá pagam tarifas de 25% e 10%, respectivamente.
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