Fed fará 'o que for necessário' diante de inflação ou crise
Washington, 24 Ago 2018 (AFP) - Evitando se referir às críticas do presidente americano, Donald Trump, o chefe do Federal Reserve (Fed, banco central dos EUA), Jerome Powell, disse nesta sexta-feira (24) que a entidade fará "tudo o que for necessário" para administrar a inflação ou reagir a uma nova crise.
Os últimos ataques de Trump ao Fed geraram especulação sobre se a política estaria presente no discurso com que Powell abriria a reunião anual com membros de bancos centrais do mundo todo e acadêmicos em Jackson Hole; um balneário montanhoso do estado de Wyoming.
No entanto, o tom de Powell foi mais técnico do que político, com referências às críticas de Trump à política monetária do Fed e menção ao risco econômico do protecionismo comercial.
Nesta semana, Trump, quebrando uma tradição de respeitar a independência do banco central, reiterou seu descontentamento com a política monetária que lentamente aumentou os juros por duas vezes neste ano e que espera elevar outras duas até o final do ano.
Powell se concentrou nos debates de política monetária e nos desafios enfrentados pelo Fed e ressaltou que todos os membros do organismo estão atentos aos dados econômicos.
"Acredito que o FOMC (comitê de política monetária do Fed) fará 'tudo o que for necessário caso a inflação supere com alta ou baixa as expectativas ou se uma crise voltar a ameaçar", disse.
Ele acrescentou que a economia dos Estados Unidos continua sendo sólida e que qualquer pessoa que busque trabalho encontra. Além disso, lembrou que os preços estão se movimentando em torno da meta inflacionária de 2%.
"Não vimos sinais de uma aceleração acima de 2% e isso não parece mostrar riscos elevados de aquecimento" econômico, disse.
Consequentemente, "se o crescimento da renda e do emprego continuar forte, provavelmente será apropriado novos aumentos graduais dos juros", explicou.
Enquanto a economia americana se recuperava, em 2015 o Fed começou a elevar a taxa de juros, que na época era de praticamente zero. Desde então subiu a taxa sete vezes e para o restante deste ano esperam-se mais aumentos; um em setembro e outro em dezembro.
Trump argumenta que aumentar os juros, o que encarece o dólar e reduz a competitividade dos exportadores americanos, pode acabar desacelerando o crescimento e anulando o benefício da redução de impostos, aplicada há nove meses.
Trump disse que não está "contente" com a alta os juros que atualmente se situam entre 1,75% e 2%.
Esta semana foi mais longe e em uma entrevista recusou confirmar o compromisso de respeitar a independência do Fed; o que potencialmente pode prejudicar os mercados.
Não é comum nos Estados Unidos que os políticos, e especialmente a Casa Branca, critiquem o Fed. Esses comentários podem ser interpretados como uma pressão à entidade, que pode ser induzida a tomar decisões economicamente inconvenientes.
Em seu discurso, Powell reforçou a importância de assegurar que nem as empresas nem os consumidores acreditam que a inflação tende a se acelerar; algo que os economistas definem como "ancorar" as expectativas inflacionárias.
"Uma lição absolutamente importante para os responsáveis pela política monetária: ancorar as expectativas inflacionárias de longo prazo é uma pré-condição vital para alcançar outras metas de política monetária", disse.
Os últimos ataques de Trump ao Fed geraram especulação sobre se a política estaria presente no discurso com que Powell abriria a reunião anual com membros de bancos centrais do mundo todo e acadêmicos em Jackson Hole; um balneário montanhoso do estado de Wyoming.
No entanto, o tom de Powell foi mais técnico do que político, com referências às críticas de Trump à política monetária do Fed e menção ao risco econômico do protecionismo comercial.
Nesta semana, Trump, quebrando uma tradição de respeitar a independência do banco central, reiterou seu descontentamento com a política monetária que lentamente aumentou os juros por duas vezes neste ano e que espera elevar outras duas até o final do ano.
Powell se concentrou nos debates de política monetária e nos desafios enfrentados pelo Fed e ressaltou que todos os membros do organismo estão atentos aos dados econômicos.
"Acredito que o FOMC (comitê de política monetária do Fed) fará 'tudo o que for necessário caso a inflação supere com alta ou baixa as expectativas ou se uma crise voltar a ameaçar", disse.
Ele acrescentou que a economia dos Estados Unidos continua sendo sólida e que qualquer pessoa que busque trabalho encontra. Além disso, lembrou que os preços estão se movimentando em torno da meta inflacionária de 2%.
"Não vimos sinais de uma aceleração acima de 2% e isso não parece mostrar riscos elevados de aquecimento" econômico, disse.
Consequentemente, "se o crescimento da renda e do emprego continuar forte, provavelmente será apropriado novos aumentos graduais dos juros", explicou.
Enquanto a economia americana se recuperava, em 2015 o Fed começou a elevar a taxa de juros, que na época era de praticamente zero. Desde então subiu a taxa sete vezes e para o restante deste ano esperam-se mais aumentos; um em setembro e outro em dezembro.
Trump argumenta que aumentar os juros, o que encarece o dólar e reduz a competitividade dos exportadores americanos, pode acabar desacelerando o crescimento e anulando o benefício da redução de impostos, aplicada há nove meses.
Trump disse que não está "contente" com a alta os juros que atualmente se situam entre 1,75% e 2%.
Esta semana foi mais longe e em uma entrevista recusou confirmar o compromisso de respeitar a independência do Fed; o que potencialmente pode prejudicar os mercados.
Não é comum nos Estados Unidos que os políticos, e especialmente a Casa Branca, critiquem o Fed. Esses comentários podem ser interpretados como uma pressão à entidade, que pode ser induzida a tomar decisões economicamente inconvenientes.
Em seu discurso, Powell reforçou a importância de assegurar que nem as empresas nem os consumidores acreditam que a inflação tende a se acelerar; algo que os economistas definem como "ancorar" as expectativas inflacionárias.
"Uma lição absolutamente importante para os responsáveis pela política monetária: ancorar as expectativas inflacionárias de longo prazo é uma pré-condição vital para alcançar outras metas de política monetária", disse.
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