Presidente iraniano sofre nova derrota com demissão de ministro da Economia
Teerã, 26 Ago 2018 (AFP) - O Parlamento iraniano votou, neste domingo (26), em favor da demissão do ministro da Economia, Massud Karbassian, um novo revés para o governo do presidente Hassan Rohani, que enfrenta uma séria crise econômica.
Karbassian é o segundo ministro demitido desde o início do mês por votação do Parlamento, depois do responsável pela pasta do Trabalho, Ali Rabiie, em 8 de agosto.
O governo de Rohani está sendo criticado por não ter aproveitado as oportunidades ligadas ao acordo nuclear de 2015 e por não combater o desemprego e a inflação.
E desde que os Estados Unidos se retiraram do acordo em maio e restabeleceram sanções contra Teerã no início deste mês, a capacidade do presidente Rohani de atrair investimentos estrangeiros parece ainda menor.
Por medo das sanções americanas, um grande número de companhias internacionais anunciou sua retirada do país, como os grupos franceses Total, Peugeot e Renault, e os alemães Siemens e Daimler.
Os opositores conservadores do presidente Rohani, hostis à aproximação dos países ocidentais e à flexibilidade em termos de liberdades civis, também imputam a crise à corrupção do governo.
"A ineficiência e a falta de agenda (do governo) não têm nada a ver com as sanções", argumentou um deputado conservador antes do voto contra o ministro. Segundo Abbas Payizadeh, "más decisões prejudicaram o povo e levaram alguns a saquear recursos públicos".
"O que fizemos com esta nação? Nós a tornamos miserável (...) a classe média se aproxima da pobreza", lamentou Elias Hazrati, um reformista.
Karbassian recebeu 137 votos contra e 121 a favor, e duas abstenções, em um voto de confiança transmitido pela rádio.
Esta decisão, com efeito imediato, deixa ao presidente Rohani a tarefa de nomear um sucessor.
Reeleito no ano passado, depois de um primeiro mandato de quatro anos, o presidente Rohani ainda conta com o apoio do líder supremo do Irã, o aiatolá Ali Khamenei.
Na terça-feira, o chefe de Estado deverá se pronunciar sobre a crise atual, cujo colapso de sua moeda - que perdeu quase dois terços de seu valor em seis meses - é o fato mais marcante.
Embora esse declínio seja em parte devido à hostilidade americana, também é devido à decisão do banco central em abril de impor uma taxa de câmbio fixa em relação ao dólar, o que levou a uma explosão do mercado negro.
Os atores econômicos do Irã apontam para outros problemas enraizados, como a dívida bancária e o papel opaco desempenhado por organizações próximas às forças armadas na economia.
Rohani tentou resolver esses problemas, mas a maioria dos iranianos continua descontente.
Várias cidades foram recentemente palco de manifestações contra o alto custo de vida e salários não pagos.
Números divulgados no sábado pelo banco central apontam um aumento significativo no preço de algums produtos de primeira necessidade. O preço dos produtos lácteos aumentou em um terço, o do frango em 20% e o das frutas 71%.
neg-er/cgo/gk/mr
SIEMENS
TOTAL
DAIMLER
Renault
Karbassian é o segundo ministro demitido desde o início do mês por votação do Parlamento, depois do responsável pela pasta do Trabalho, Ali Rabiie, em 8 de agosto.
O governo de Rohani está sendo criticado por não ter aproveitado as oportunidades ligadas ao acordo nuclear de 2015 e por não combater o desemprego e a inflação.
E desde que os Estados Unidos se retiraram do acordo em maio e restabeleceram sanções contra Teerã no início deste mês, a capacidade do presidente Rohani de atrair investimentos estrangeiros parece ainda menor.
Por medo das sanções americanas, um grande número de companhias internacionais anunciou sua retirada do país, como os grupos franceses Total, Peugeot e Renault, e os alemães Siemens e Daimler.
Os opositores conservadores do presidente Rohani, hostis à aproximação dos países ocidentais e à flexibilidade em termos de liberdades civis, também imputam a crise à corrupção do governo.
"A ineficiência e a falta de agenda (do governo) não têm nada a ver com as sanções", argumentou um deputado conservador antes do voto contra o ministro. Segundo Abbas Payizadeh, "más decisões prejudicaram o povo e levaram alguns a saquear recursos públicos".
"O que fizemos com esta nação? Nós a tornamos miserável (...) a classe média se aproxima da pobreza", lamentou Elias Hazrati, um reformista.
Karbassian recebeu 137 votos contra e 121 a favor, e duas abstenções, em um voto de confiança transmitido pela rádio.
Esta decisão, com efeito imediato, deixa ao presidente Rohani a tarefa de nomear um sucessor.
Reeleito no ano passado, depois de um primeiro mandato de quatro anos, o presidente Rohani ainda conta com o apoio do líder supremo do Irã, o aiatolá Ali Khamenei.
Na terça-feira, o chefe de Estado deverá se pronunciar sobre a crise atual, cujo colapso de sua moeda - que perdeu quase dois terços de seu valor em seis meses - é o fato mais marcante.
Embora esse declínio seja em parte devido à hostilidade americana, também é devido à decisão do banco central em abril de impor uma taxa de câmbio fixa em relação ao dólar, o que levou a uma explosão do mercado negro.
Os atores econômicos do Irã apontam para outros problemas enraizados, como a dívida bancária e o papel opaco desempenhado por organizações próximas às forças armadas na economia.
Rohani tentou resolver esses problemas, mas a maioria dos iranianos continua descontente.
Várias cidades foram recentemente palco de manifestações contra o alto custo de vida e salários não pagos.
Números divulgados no sábado pelo banco central apontam um aumento significativo no preço de algums produtos de primeira necessidade. O preço dos produtos lácteos aumentou em um terço, o do frango em 20% e o das frutas 71%.
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