Economia da Alemanha registra contração no terceiro trimestre
Berlim, 14 Nov 2018 (AFP) - Pela primeira vez desde 2015, o Produtor Interno Bruto (PIB) da Alemanha registrou contração, com a queda de 0,2% no terceiro trimestre na comparação com o período anterior, uma desaceleração provocada pelo setor automobilístico e por problemas estruturais.
O resultado, após uma série de dados preocupantes nos últimos meses, encerra uma série de 16 trimestres consecutivos de crescimento, que havia começado no primeiro trimestre de 2015.
Tecnicamente, a contração não significa uma recessão (dois trimestres consecutivos de queda do PIB), mas interrompe o ritmo de crescimento observado desde o início do ano (alta de 0,4% no primeiro trimestre e de 0,5% no segundo).
Analistas, no entanto, acreditam que a Alemanha registrará em 2018 o 10º ano consecutivo de crescimento econômico, embora em um ritmo menor que o resultado do ano passado (2,2%), de entre 1,6% e 1,9%, segundo as estimativas.
De acordo com o Destatis (Escritório Federal de Estatísticas da Alemanha), o retrocesso do PIB é explicado principalmente por "fatores externos", com uma redução das exportações e um aumento das importações.
O Destatis não apresenta dados específicos, mas aponta problemas no setor automobilístico, desestabilizado por vários motivos, incluindo a entrada em vigor de novas normas contra a poluição.
Entre julho e setembro a produção de carros, uma das principais indústrias alemã, registrou o pior trimestre desde 1997, indica um relatório do instituto IfW.
Oliver Rakau, da Oxford Economics, destaca que "a questão é saber o alcance e a velocidade de recuperação dos próximos trimestres".
"Não se deve entrar em pânico", afirma Andreas Rees, economista do UniCredit, que prevê um crescimento próximo de 1% no quarto trimestre.
O resultado ruim também é explicado pelo desempenho fraco do setor químico, admitiu a empresa BASF.
Carsten Brzeski economista do banco ING, também recorda o aumento do preço da energia, que "apagou" os efeitos do aumento dos salários negociados no início do ano e que afeta o consumo privado.
"A economia alemã não vai recuperar o ritmo elevado dos períodos recentes", aponta Jörg Zeuner, do banco KfW, uma opinião compartilhada por vários analistas.
O cenário internacional continua preocupante com o Brexit, a economia italiana e os conflitos comerciais, especialmente para uma economia como a da Alemanha, muito dependente das exportações.
O país também sofre com o envelhecimento da população e a falta de mão de obra qualificada em vários setores. Os economistas pedem há algum tempo que o governo pense no futuro, com investimentos em infraestruturas e na formação profissional.
O retrocesso do PIB é um novo chamado para "despertar", afirma Carsten Brzeski, e coincide com a saída anunciada da chanceler Angela Merkel após o atual mandato e o início de um período de certa instabilidade política.
O resultado, após uma série de dados preocupantes nos últimos meses, encerra uma série de 16 trimestres consecutivos de crescimento, que havia começado no primeiro trimestre de 2015.
Tecnicamente, a contração não significa uma recessão (dois trimestres consecutivos de queda do PIB), mas interrompe o ritmo de crescimento observado desde o início do ano (alta de 0,4% no primeiro trimestre e de 0,5% no segundo).
Analistas, no entanto, acreditam que a Alemanha registrará em 2018 o 10º ano consecutivo de crescimento econômico, embora em um ritmo menor que o resultado do ano passado (2,2%), de entre 1,6% e 1,9%, segundo as estimativas.
De acordo com o Destatis (Escritório Federal de Estatísticas da Alemanha), o retrocesso do PIB é explicado principalmente por "fatores externos", com uma redução das exportações e um aumento das importações.
O Destatis não apresenta dados específicos, mas aponta problemas no setor automobilístico, desestabilizado por vários motivos, incluindo a entrada em vigor de novas normas contra a poluição.
Entre julho e setembro a produção de carros, uma das principais indústrias alemã, registrou o pior trimestre desde 1997, indica um relatório do instituto IfW.
Oliver Rakau, da Oxford Economics, destaca que "a questão é saber o alcance e a velocidade de recuperação dos próximos trimestres".
"Não se deve entrar em pânico", afirma Andreas Rees, economista do UniCredit, que prevê um crescimento próximo de 1% no quarto trimestre.
O resultado ruim também é explicado pelo desempenho fraco do setor químico, admitiu a empresa BASF.
Carsten Brzeski economista do banco ING, também recorda o aumento do preço da energia, que "apagou" os efeitos do aumento dos salários negociados no início do ano e que afeta o consumo privado.
"A economia alemã não vai recuperar o ritmo elevado dos períodos recentes", aponta Jörg Zeuner, do banco KfW, uma opinião compartilhada por vários analistas.
O cenário internacional continua preocupante com o Brexit, a economia italiana e os conflitos comerciais, especialmente para uma economia como a da Alemanha, muito dependente das exportações.
O país também sofre com o envelhecimento da população e a falta de mão de obra qualificada em vários setores. Os economistas pedem há algum tempo que o governo pense no futuro, com investimentos em infraestruturas e na formação profissional.
O retrocesso do PIB é um novo chamado para "despertar", afirma Carsten Brzeski, e coincide com a saída anunciada da chanceler Angela Merkel após o atual mandato e o início de um período de certa instabilidade política.
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