BCE se prepara para dar fim a programa histórico de compra de dívida
Frankfurt am Main, 11 dez 2018 (AFP) - O Banco Central Europeu (BCE) deve confirmar nesta quinta-feira (13) o fim de seu histórico programa de compra de dívida pública e privada, lançado em 2015, embora deva manter por mais algum tempo suas medidas de apoio à economia.
Contudo, segundo Holger Schmieding, um economista da Berenberg, o fim do programa, chamado de QE (iniciais de "quantitative easing", em inglês), "acontece em um momento, no qual a conjuntura da zona do euro dá sinais de fraqueza", por isso o BCE "terá que dar explicações".
Desde março de 2015, a instituição de Frankfurt comprou 2,6 trilhões de euros de dívida pública e privada.
O programa alcançou seu objetivo de facilitar o crédito, apoiar a atividade econômica e afastar o perigo de deflação. Agora parece menos justificado, porém, porque a zona do euro acumula cinco anos seguidos de crescimento econômico.
Apesar do dado positivo, é pouco provável que o BCE endureça agora sua política monetária e "deixará várias opções abertas" para o futuro, prevê a Capital Economics.
Thomas Mayer, diretor do instituto Flossbach von Storch, de Colonia (Alemanha), garantiu ao jornal econômico alemão Handelsblatt que o BCE "deveria ter interrompido seu programa de expansão quantitativa e sua política de taxas de juros negativas há muito tempo". Agora, completou Mayer, corre o risco de "enfrentar a próxima crise sem nenhuma preparação".
Os observadores também acham que o banco revisará para baixo suas previsões macroeconômicas para 2018 e 2019, e ficarão atentos para as perspectivas para 2021.
- Temores sobre o futuro -Enquanto isso, os mercados e as perspectivas de crescimento econômico continuam afetados pelo medo da guerra comercial entre Estados Unidos e vários de seus sócios.
Na Europa, o futuro do Brexit ainda é fonte de preocupações, bem como o conflito entre Itália e Bruxelas por seu orçamento.
O BCE tampouco poderá ignorar a situação na França, imersa em um conflito social pelo movimento dos "coletes amarelos", onde o crescimento será menos significativo que o esperado no quarto trimestre do ano, segundo o governo francês e o Banco Central do país.
Em novembro, a inflação na zona do euro voltou a se desacelerar a 2% no acumulado em 12 meses em outubro, embora continue acima da meta do BCE (um nível levemente abaixo de 2%).
Espera-se que o presidente do BCE, Mario Draghi, leve em conta todos esses fatores e envie uma mensagem moderada nesta quinta-feira, sem alarmismos diante do crescimento.
Há vários meses, a instituição garante que manterá suas taxas de juros no nível historicamente baixo, "pelo menos" até o verão (boreal) de 2019, uma data que deve ir-se concretizando à medida que o ano avançar.
O fim do programa QE não significa, contudo, que o BCE deixe de tomar medidas de apoio à economia, porque continuará injetando liquidez no mercado, reinvestindo suas reservas de títulos.
Também se espera que o Banco Central detalhe na quinta-feira como apoiará a economia para manter, por quanto tempo for necessário, condições de financiamento favoráveis.
jpl/cfe/nas/ybl/pc/age/ll/tt
BANK OF AMERICA
Contudo, segundo Holger Schmieding, um economista da Berenberg, o fim do programa, chamado de QE (iniciais de "quantitative easing", em inglês), "acontece em um momento, no qual a conjuntura da zona do euro dá sinais de fraqueza", por isso o BCE "terá que dar explicações".
Desde março de 2015, a instituição de Frankfurt comprou 2,6 trilhões de euros de dívida pública e privada.
O programa alcançou seu objetivo de facilitar o crédito, apoiar a atividade econômica e afastar o perigo de deflação. Agora parece menos justificado, porém, porque a zona do euro acumula cinco anos seguidos de crescimento econômico.
Apesar do dado positivo, é pouco provável que o BCE endureça agora sua política monetária e "deixará várias opções abertas" para o futuro, prevê a Capital Economics.
Thomas Mayer, diretor do instituto Flossbach von Storch, de Colonia (Alemanha), garantiu ao jornal econômico alemão Handelsblatt que o BCE "deveria ter interrompido seu programa de expansão quantitativa e sua política de taxas de juros negativas há muito tempo". Agora, completou Mayer, corre o risco de "enfrentar a próxima crise sem nenhuma preparação".
Os observadores também acham que o banco revisará para baixo suas previsões macroeconômicas para 2018 e 2019, e ficarão atentos para as perspectivas para 2021.
- Temores sobre o futuro -Enquanto isso, os mercados e as perspectivas de crescimento econômico continuam afetados pelo medo da guerra comercial entre Estados Unidos e vários de seus sócios.
Na Europa, o futuro do Brexit ainda é fonte de preocupações, bem como o conflito entre Itália e Bruxelas por seu orçamento.
O BCE tampouco poderá ignorar a situação na França, imersa em um conflito social pelo movimento dos "coletes amarelos", onde o crescimento será menos significativo que o esperado no quarto trimestre do ano, segundo o governo francês e o Banco Central do país.
Em novembro, a inflação na zona do euro voltou a se desacelerar a 2% no acumulado em 12 meses em outubro, embora continue acima da meta do BCE (um nível levemente abaixo de 2%).
Espera-se que o presidente do BCE, Mario Draghi, leve em conta todos esses fatores e envie uma mensagem moderada nesta quinta-feira, sem alarmismos diante do crescimento.
Há vários meses, a instituição garante que manterá suas taxas de juros no nível historicamente baixo, "pelo menos" até o verão (boreal) de 2019, uma data que deve ir-se concretizando à medida que o ano avançar.
O fim do programa QE não significa, contudo, que o BCE deixe de tomar medidas de apoio à economia, porque continuará injetando liquidez no mercado, reinvestindo suas reservas de títulos.
Também se espera que o Banco Central detalhe na quinta-feira como apoiará a economia para manter, por quanto tempo for necessário, condições de financiamento favoráveis.
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