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Carlos Ghosn tem prisão prorrogada por 48 horas

21/12/2018 01h29

Tóquio, 21 dez 2018 (AFP) - O ex-presidente da Nissan Carlos Ghosn é alvo de uma nova ordem de prisão por "quebra de confiança agravada", o que prorrogará sua detenção por 48 horas, informaram nesta sexta-feira a rede estatal de televisão NHK e a agência de notícias Jiji.

O então presidente da aliança de montadoras Renault-Nissan-Mitsubishi Motors foi detido no dia 19 de novembro, sob a acusação de fraude fiscal, e desde então está em uma prisão no norte de Tóquio.

Ghosn deveria ser solto nas próximas horas com o pagamento de fiança, após um tribunal de Tóquio rejeitar, na quinta-feira, um pedido da Promotoria para prorrogar a detenção provisória, segundo o NHK.

A prorrogação da detenção visa obter informações sobre novas suspeitas contra o executivo franco-brasileiro de origem libanesa.

O executivo de 64 anos foi acusado de ter omitido em suas declarações de renda às autoridades da Bolsa quase 5 bilhões de ienes (44 milhões de dólares) durante cinco anos, entre 2010 e 2015.

Ghosn, que nega as acusações, também é suspeito de ter repetido a fraude, entre 2015 e 2018, totalizando 4 bilhões de ienes (35 milhões de dólares), o que havia provocado uma primeira prorrogação do período de detenção.

Além das acusações de não ter declarado sua renda, a Nissan afirma que seu ex-presidente utilizou ilicitamente residências de luxo pagas pela empresa ao redor do mundo.

A Nissan também é investigada como pessoa jurídica, já que a Promotoria suspeita da responsabilidade da empresa, que forneceu os relatórios incriminatórios às autoridades da Bolsa.

A detenção de Ghosn, que foi destituído da presidência da Nissan pouco depois, resultou de uma investigação interna da empresa.

O executivo também foi destituído da presidência da Mitsubishi Motors, mas Renault decidiu mantê-lo em seu cargo, uma situação que gerou uma crise na aliança entre as montadoras, criada em 1999.

A aliança Renault-Nissan nasceu em 1999 e em 2016, com a entrada da Mitsubishi Motors, se tornou o maior grupo mundial do setor automobilístico.