Banco Central mantém taxa Selic em 6,5%
Brasília, 20 Mar 2019 (AFP) - O Banco Central manteve, nesta quarta-feira, sua taxa básica de juros, a Selic, em seu mínimo histórico de 6,5%, reafirmando a continuidade da política de prudência monetária em sua primeira reunião sob a direção de seu novo presidente, Roberto Campos Neto.
A decisão, que já era esperada pelos mercados, foi adotada por unanimidade dos nove membros do Comitê de Política Monetária (Copom) do BC.
A taxa básica de juros está em 6,5% há um ano. Apesar de ser um mínimo histórico, tem crescido a pressão por uma maior flexibilidade, uma vez que este nível foi insuficiente para reativar a economia após a recessão de 2015-2016.
O Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil cresceu apenas 1,1% em 2017 e 2018, e os indicadores de janeiro dão sinais de contração.
"Fraco desempenho da atividade econômica mostra que Brasil precisa reduzir juros", disse a Confederação Nacional das Indústrias (CNI) em nota.
Contudo, os integrantes do Copom não gostam de agir sob pressão, como reforçaram em sua nota, que "julga importante observar o comportamento da economia brasileira ao longo do tempo".
"O Copom considera que esta avaliação demanda tempo e não deverá ser concluída a curto prazo", reforça a nota.
A expectativa do mercado é que a Selic se mantenha em 6,5% durante 2019.
"O Copom avalia que cautela, serenidade e perseverança nas decisões de política monetária, inclusive diante de cenários voláteis, têm sido úteis na perseguição de seu objetivo precípuo de manter a trajetória da inflação em direção às metas", afirma o comitê.
Entre os riscos, cita que "uma frustração das expectativas sobre a continuidade das reformas e ajustes necessários na economia brasileira pode afetar prêmios de risco e elevar a trajetória da inflação".
Esta foi a primeira reunião sob o comando de Campos Neto, que substituiu Ilan Goldfajn como presidente do BC após a chegada do presidente Jair Bolsonaro ao poder.
A inflação de 2018 medida pelo índice IPCA ficou em 3,75%, pouco superior a 2,95% em 2017, mas em ambos os casos abaixo do centro da meta - de 4,5%, com margem de tolerância de 1,5 ponto para cima ou para baixo. O centro da meta será de 4,25% este ano.
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