Epidemia de peste suína na China afeta mercado global de soja, diz FAO
Paris, 9 Mai 2019 (AFP) - O aumento da demanda mundial por grãos de soja pode ser interrompido bruscamente em 2019 devido à rápida propagação da peste suína africana na China, segundo relatório da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), publicando nesta quinta-feira.
"Com a forte redução dos estoques de porcos, o crescimento exponencial das importações, em particular da soja, ao longo das últimas duas décadas, pode ser interrompido bruscamente", afirma o texto.
A China é a maior importadora mundial de soja, e metade das oleaginosas são usadas como alimentos na criação de portos.
A tendência de queda já começou. Entre novembro de 2018 e março de 2019, as importações chinesas diminuíram de 8 milhões de toneladas por mês para 6 milhões de toneladas mensais.
A China é um mercado crucial para os produtores - especialmente, Estados Unidos e Brasil - e compra dois terços da produção mundial, afirmam os especialistas da FAO.
A crise de peste suína africana terá repercussões de menores proporções em outros mercados, como o milho, prevê o relatório. A China teria um estoque interno de grãos de mais de 300 milhões de toneladas - 266 milhões delas de milho.
Por fim, o mercado de laticínios também será afetado. A China é o maior importador mundial de soro de leite em pó, outro integrante da alimentação suína.
Segundo a FAO, os países produtores de suínos da Europa e na América devem se beneficiar da situação, bem como os avicultores, que podem antecipar um aumento da demanda chinesa.
Surgida na China no verão de 2018, a epidemia da peste suína africana levou as autoridades a sacrificar mais de 1 milhão de porcos. A progressão da doença pode "se mostrar mais forte do que o previsto", afirma o relatório.
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