Boeing e reguladora avaliaram mal reação de pilotos do 737 MAX a alertas
Nova York, 26 Set 2019 (AFP) - A Boeing e a Administração Federal de Aviação (FAA, na sigla em inglês) avaliaram mal como os pilotos responderiam a diversos alertas e alarmes ao se depararem com problemas quando voassem com o 737 MAX, de acordo com um relatório oficial divulgado nesta quinta-feira (26).
A FAA precisa adotar um panorama mais realista de como os pilotos reagem nesses cenários quando certificam as aeronaves, informou o Conselho Nacional de Segurança nos Transportes (NTSB).
O relatório de uma agência governamental independente foi publicado seis meses após o 737 MAX parar de voar no mundo todo, depois de duas quedas que deixaram 346 mortos.
"Vimos nesses dois acidentes que as equipes não reagiram da forma como a Boeing e a FAA assumiram que elas fariam", disse o presidente do NTSB, Robert Sumwalt.
"Essas suposições foram usadas no design da aeronave e descobrimos uma discrepância entre as suposições usadas para certificar o MAX e as experiências dessas equipes na vida real, quando pilotos enfrentam diversos alarmes e alertas ao mesmo tempo".
Nos acidentes da Lion Air e da Ethiopian Airlines, os pilotos tiveram dificuldade de controlar o avião quando um sistema de estabilização chamado de Sistema de Aumento de Características de Manobras (MCAS) fez leituras errôneas dos sinais, de acordo com as investigações preliminares.
A Boeing não informou os pilotos completamente sobre o sistema MCAS após a queda do avião da Lion Air, em outubro de 2018.
Os testes do sistema da Boeing para a certificação da FAA não conseguiram levar em conta o caos na cabine de controle devido aos alertas errôneos, informou o NTSB.
"Diversos alertas e indicações na cabine de controle pode ampliar a carga de trabalho dos pilotos e também tornar mais difícil identificar que procedimentos eles devem tomar", disse o conselho.
O NTSB recomendou que a FAA revise as aeronaves e o treinamento dos pilotos com base nas respostas deles e que garante que "indicações de erro" sejam mais claras, ajudando os pilotos a melhorar sua resposta.
O porta-voz da FAA disse que a agência "vai revisar cautelosamente essas e outras recomendações" e que os aprendizados decorrentes dessas quedas "vão ser um trampolim para um nível ainda melhor de segurança".
A Boeing afirmou que vai levar em conta as recomendações do NTSB. A empresa disse esperar que os 737 MAX voltem voar no último trimestre deste ano.
"Segurança é um valor chave para todos na Boeing", disse um porta-voz. "Valorizamos o papel do NTSB na promoção da aviação segura. Estamos comprometidos a trabalhar com a FAA na revisão das recomendações do NTSB.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.