BC leiloa US$ 8 bilhões, e dólar passa a cair após bater marca de R$ 6,30
O dólar começa esta quinta-feira (19) em alta mesmo depois de o BC (Banco Central) ter leiloado US$ 8 bilhões nesta manhã. Mesmo após a oferta inicial, a moeda chegou a manter-se em alta, mas recuou após a nova injeção de recursos. Na maior cotação do dia, a moeda alcançou a marca de R$ 6,30. Às 12h03, a cotação era de R$ 6,160. A Bolsa de Valores opera em alta de 0,5%, acima dos 121 mil pontos.
A razão das recentes altas da divisa americana envolve a desidratação do pacote de gastos no Congresso. Na noite de ontem, os deputados fizeram várias modificações que diminuem o impacto dos cortes de gastos.
O que está acontecendo
Dólar comercial passou a operar em queda depois de recorde nominal. Após abrir o dia em nova valorização, a moeda dos EUA chegou a atingir a marca de R$ 6,2955, às 10h11, mesmo após o leilão promovido pelo BC. O patamar não foi sustentado, com a desvalorização persistente da moeda depois das 10h22.
Queda foi intensificada ao final da manhã. O tombo foi iniciado às 10h50, logo após o leilão extraordinário do BC, e fez a moeda norte-americana recuar de R$ 6,245 para R$ 6,159 em 15 minutos. Nos momentos seguintes do pregão, a cotação da divisa passou a apresentar variações mais contidas, oscilando entre R$ 6,17 e R$ 6,18.
Dólar turismo também abriu a quinta-feira em alta e recuou. Negociado a partir das 10h, a divisa apresentou variação positiva de 0,58% na abertura dos negócios. Após as 11h04, houve a inversão dos sinais e a cotação também passou a operar em queda. Às 11h58, a divisa era negociada a R$ 6,439 (-0,59%).
Leilões de dólares do BC aumentaram a intervenção para US$ 20,7 bilhões. No entanto, até a semana passada, o BC havia feito apenas uma desde o início do governo Lula. Para especialistas de mercado, intervir só agora, só aumenta o medo dos investidores e sinaliza para o mercado que o pior ainda está por vir, criando uma corrida por dólares.
Ofertas de dólares ocorreram em dois momentos do pregão. O primeiro leilão, previamente comunicado, foi realizado logo na abertura da sessão e injetou US$ 3 bilhões na economia. Pouco depois de o dólar bater o maior cotação intradia da história, a autoridade monetária vendeu mais US$ 5 bilhões das reservas internacionais no mercado à vista.
Mas o principal motivo da desvalorização do real é a desidratação do pacote de gastos que vem acontecendo no Congresso. Na noite de quarta (18). Os deputados, por exemplo, pedem que a inclusão do trecho que prevê que o bloqueio de até 15% das emendas só valerá para as verbas não impositivas.
Bolsa
Ibovespa opera com valorização acima de 0,5% durante toda a manhã. Com a variação de 0,81% às 11h15, o principal índice do mercado acionário brasileiro opera aos 121.754,50 pontos. O volume de negócios da sessão supera os R$ 2,1 bilhões.
Ações da Automob (AMOB3) saltam mais de 30%. Estreante no Ibovespa, a empresa lidera os ganhos no pregão desta quinta-feira, com os papéis negociados a R$ 0,46. Qualicorp (QUAL3.SA) e CVC (CVCB3) apresentam alta acima de 7%, com as ações comercializadas por R$ 1,63 e R$ 1,66, respectivamente.
Maior baixa da manhã é da MRV Engenharia (MRVE3). A incorporadora apresenta queda de 2,85% nos primeiros negócios da sessão. Os papéis do Iguatemi (IGTI11) aparece na sequência, com baixa de 2,49%, a R$ 17,24.
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