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Michael Bloomberg, um magnata hiperativo que sonha com a Casa Branca

24/11/2019 18h33

Nova York, 24 Nov 2019 (AFP) - Guru das finanças, prefeito de Nova York por 12 anos, ativista contra as mudanças climáticas: o multimilionário hiperativo Michael Bloomberg, 77, sempre desejou se candidatar à Casa Branca. Neste domingo, ele se tornou o quarto septuagenário e 18º concorrente na corrida democrata para as eleições presidenciais de 2020.

Bloomberg entra tarde nesta batalha acirrada, que conta com a participação de outro multimilionário, Tom Steyer. Mas espera-se que sua fortuna (segundo a "Forbes", ele é o nono homem mais rico do mundo) lhe permita chegar ao grupo dos favoritos, que inclui os senadores Bernie Sanders (78) e Elizabeth Warren (70), dois fortes críticos de Wall Street, que acusa de defender pontos de vista "extremistas".

No dia do anúncio, Bloomberg lançou uma campanha de comerciais de TV de 31 milhões de dólares considerada antidemocrática por Sanders e Elizabeth, que o acusaram de tentar "comprar" as eleições.

- Trump, uma 'ameaça existencial' - Bloomberg pensa há tempos em desafiar Donald Trump, outro multimilionário originário de Nova York, que chegou a elogiar quando prefeito, mas que repudiou assim que o atual presidente entrou para a política.

"Não podemos suportar as ações imprudentes e antiéticas do presidente Trump por mais quatro anos", disse o ex-prefeito de Nova York em seu site. "Ele representa uma ameaça existencial ao nosso país e aos nossos valores. Se vencer a presidência novamente, poderemos nunca mais nos recuperar dos estragos", assinala o texto em que ele explica os motivos de sua pré-candidatura.

"Sou nova-iorquino, e os nova-iorquinos sabem como reconhecer os estelionatários", disse sobre Trump em 2016. Naquele ano, Bloomberg apoiou a candidatura de Hillary Clinton em vez de se candidatar, por medo de dividir o eleitorado democrata.

Este executivo rejeita os rótulos políticos: é conservador economicamente, mas apoia o aborto, os direitos dos homossexuais e o controle de armas. Conseguiria convencer o eleitorado?

Bloomberg destaca suas qualidades como gestor, que, em três mandatos como prefeito, permitiram que ele revitalizasse Nova York após o 11 de Setembro, bem como seus esforços para regular as armas de fogo e sua luta contra as mudanças climáticas. Tornou-se embaixador especial da ONU em 2014, e financiou projetos no país para reduzir as emissões de carbono.

Assim como outros multimilionários, este pai de duas filhas, divorciado, comprometeu-se a redistribuir metade de sua fortuna. Apoia organizações culturais e campanhas contra o tabaco, e doou este mês 1,8 bilhão de dólares à sua antiga universidade, Johns Hopkins, para financiar a educação de estudantes menos privilegiados.

Em 2018, Bloomberg destinou 100 milhões de dólares a ajudar os democratas a recuperar o controle da Câmara dos Representantes.

- Contra rótulos -Muitos dizem que ele está na contramão da tendência dominante entre os democratas de taxar a renda dos mais ricos, e dos esforços para mobilizar o eleitorado negro, que não aderiu a Hillary Clinton.

Como prefeito, Bloomberg foi acusado de tornar Nova York uma cidade de ricos, e de ter apoiado práticas discriminatórias da polícia junto às minorias. "Errei e sinto muito", disse em uma igreja predominantemente negra do Brooklyn.

Nascido em 14 de fevereiro de 1942, numa família de judeus de classe média de Boston, formou-se em engenharia e fez um MBA em Harvard.

Ninguém nega suas qualidades empresariais. Em 1966, Bloomberg entrou no Salomon Brothers, banco do qual se tornou sócio. Quando a empresa foi comprada, em 1981, cobrou uma indenização de 10 milhões de dólares.

Em seguida, o executivo lançou sua empresa de informações financeiras, Bloomberg LP, com uma inovação que explica o seu sucesso. Ele gosta de dizer que foi mais bem-sucedido do que Trump, mas ambos os empresários têm uma preocupação em comum: o que Bloomberg fará com seus negócios se for eleito?

O ex-prefeito de Nova York tampouco é conhecido por sua modéstia. Em 2017, afirmou ao canal de TV CBS que já havia garantido um lugar no céu, por ter salvo "milhões de vidas" com sua luta contra o tabagismo.

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