Governo argentino pede "esforço" ao campo e a turistas argentinos no exterior
Buenos Aires, 15 dez 2019 (AFP) - Neste domingo, o presidente Alberto Fenández pediu um "esforço" para o setor agrícola, o único que cresceu no último ano em uma Argentina em recessão, e confirmou que aplicará um imposto de 30% sobre as compras e viagens no exterior.
"O que se precisa entender é que todos temos que fazer um esforço, também no campo", alertou Fernández em declarações à rádio Mitre.
A fim de fortalecer os cofres públicos, o governo modificou, por decreto publicado no sábado, o esquema de direitos de exportação dos produtos agrícolas.
Trata-se de um imposto que sofre resistência pelo poderoso setor que batia de frente em 2008 com a ex-presidente Cristina Kirchner (2007-2015), atual vice-presidente, que fixou a taxa em 35%.
O presidente peronista explicou que o decreto busca compensar a depreciação de cerca de 70% acumulada pela moeda desde janeiro de 2018.
O ex-presidente Mauricio "Macri colocou uma limitação (sobre o imposto) com uma quantia fixa de quatro pesos por dólar em um momento em que o dólar valia metade (36 pesos) do que vale hoje (63 pesos)", explicou Fernández.
Depois de eliminar as taxas de exportação, exceto da soja, ao assumir em 2015, o ex-presidente liberal Mauricio Macri as reaplicou em 2018 em meio a uma crise financeira e cambial no país.
O ex-presidente, que tinha seu principal aliado no setor agrícola, estabeleceu um limite de 4 pesos para cada dólar exportado.
Ao eliminar o esquema com uma quantia fixa, o imposto sobre as exportações de soja foi aumentado para 30%. Até agora era de 18% mais quatro pesos por dólar.
O trigo, o milho e outros grãos terão taxa de 12%, enquanto carnes, leite em pó, farinha e legumes de 9%.
Os líderes do campo se reunirão na segunda-feira e já está circulando nas redes sociais uma convocação de protestos para esta quarta-feira, oito dias após a posse de Fernández.
O chefe de gabinete, Santiago Cafiero, informou neste domingo que um imposto de 30% será aplicado sobre a compras no exterior e passagens em dólares, além de serviços como Netflix e Spotify.
"O imposto que será cobrado nas compras no exterior é de 30%, e não 20%. Tem uma lógica distributiva e de solidariedade", disse Cafiero em declarações à Rádio 10.
ls/dga/cc
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