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FMI: Argentina tomou rumo positivo e Chile deve crescer menos

10/01/2020 10h05

Buenos Aires, 10 Jan 2020 (AFP) - O novo governo da Argentina adotou um rumo econômico positivo, enquanto o Chile deve ter seu crescimento revisto para baixo - afirmou o diretor do Fundo Monetário Internacional (FMI) para o Hemisfério Ocidental, Alejandro Werner.

De acordo com trechos divulgados antecipadamente de uma entrevista à rede americana CNN, a ser transmitida no próximo domingo, Werner comentou que o novo governo argentino - empossado há menos de um mês - não expôs um "plano mais detalhado".

Ainda assim, ressaltou, "as primeiras medidas nos fazem ver que o governo está se movendo em uma direção positiva".

O presidente Alberto Fernández manifestou sua intenção de cumprir as obrigações da dívida. Advertiu, porém, que fará isso quando a economia voltar a gerar recursos, após quase dois anos de recessão e de queda do Produto Interno Bruto (PIB) na gestão de Mauricio Macri (2015-2019).

"O governo anunciou medidas importantes que têm como objetivo proteger os mais vulneráveis e tentar estabilizar a situação de instabilidade dos últimos meses", afirmou Werner.

No ano passado, Macri recorreu ao FMI como salva-vidas, quando os mercados globais de empréstimos se fecharam para a Argentina, e o país poderia cair em "default".

O FMI deu a Macri a maior ajuda da história, com um empréstimo em "stand by" de US$ 57 bilhões. Deste total, os argentinos receberam US$ 44 bilhões. Fernández disse que não fará novos desembolsos do FMI, porque não teria como quitá-los.

"É importante que tenhamos um diálogo mais profundo e mais detalhado com a Argentina, como expressaram o presidente Fernández e o ministro (da Economia, Martín Guzmán)", disse o funcionário do Fundo.

Werner esclareceu que as medidas de emergência foram lançadas "em um contexto, em que as contas fiscais não fossem afetadas e que qualquer aumento de gastos fosse no sentido de um aumento da receita que o financie de uma maneira saudável".

Em uma primeira reação, o ex-diretor para o Hemisfério Ocidental do FMI Claudio Loser comentou que "o fato de (Werner) ter mencionado a manutenção da política fiscal é muito importante e positiva".

"Evidentemente, há alguns elementos no programa econômico do governo que não parecem bons para o Fundo, mas o elemento fundamental, que é a disciplina fiscal, é um ponto muito a favor", ressaltou, em entrevista à rádio El Destape.

- Chile, em revisão -Ao falar do Chile, Werner afirmou que "os indicadores de alta frequência para outubro mostraram uma contração muito importante que levou vários analistas a revisarem o crescimento da economia chilena em mais de um ponto percentual para 2019 e 2020".

"Não revisamos ainda. Vamos fazer isso na terceira semana de janeiro, que é a data em que apresentamos a atualização dos nossos prognósticos", acrescentou.

"Claramente, nossa estimativa terá um efeito importante", disse Werner.

"Um crescimento que se antecipava que subisse em uma faixa de 2,5% e 3,5% terá uma revisão considerável para baixo", completou.

Na mesma entrevista, Werner disse ainda que "a Colômbia, provavelmente, em 2019, terá um crescimento ligeiramente inferior a 3,5%, e estamos esperando um número parecido para 2020".

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