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Irã pede ajuda do FMI por novo coronavírus

12/03/2020 09h43

Teerã, 12 Mar 2020 (AFP) - O Irã anunciou nesta quinta-feira (12) que solicitou assistência financeira imediata do Fundo Monetário Internacional (FMI), organização multilateral que não lhe empresta dinheiro desde 1962, para combater a nova epidemia de coronavírus.

A diretora-executiva do Fundo, Kristina Georgieva, disse que "os países afetados [pela epidemia de Covid-19] receberiam apoio por meio do Instrumento de Financiamento Rápido (IFR)" de sua organização, anunciou no Twitter o ministro das Relações Exteriores do Irã, Mohammad Javad Zarif.

"Nosso Banco Central pediu acesso" ao IFR do FMI, explicou Javad, instando a diretoria do órgão a responder a essa solicitação de "maneira responsável".

Os diferentes empréstimos que o FMI pode conceder devem ser aprovados pelo conselho de administração da instituição, onde, na prática, nenhuma decisão pode ser tomada contra a vontade dos Estados Unidos.

Atualmente, os Estados Unidos aplicam uma política de "pressão máxima" para secar as finanças do Estado iraniano, e seu presidente, Donald Trump, não demonstrou até o momento vontade de modificá-la.

Em uma mensagem postada em sua conta no Instagram, o governador do Banco Central iraniano, Abdolnasser Hemmati, afirma ter solicitado formalmente, por carta, em 6 de março, acesso ao IFR.

"Dada a prevalência generalizada de coronavírus em nosso país e a necessidade de continuar tomando medidas vigorosas para prevenir e curar (esta doença) e lidar com seus impactos econômicos", o Irã está pedindo ajuda "de aproximadamente US$ 5 bilhões" para o FMI, explica Hemmati.

Hemmati não publicou uma cópia da carta que ele alega ter endereçado ao Fundo.

Segundo o site do Fundo, o IFR "oferece assistência financeira imediata a todos os países membros que precisam urgentemente da balança de pagamentos".

Nesta quinta-feira, o Irã anunciou o óbito de mais 75 pessoas infectadas pelo novo coronavírus, elevando para 429 o total de vítimas letais no país, um dos mais afetados do mundo.

As autoridades também constataram 1.075 novos casos de contaminação, aumentando para mais de 10.000 o número de pessoas infectadas no Irã.

A propagação do novo coronavírus no Irã é uma das mais letais fora da China, onde a doença surgiu pela primeira vez em dezembro passado.

O Irã anunciou a primeira morte por coronavírus em seu território, na cidade sagrada xiita de Qom, em 19 de fevereiro.

Quarentenas ainda não foram formalmente impostas, mas as autoridades pediram aos iranianos que evitem viajar. Escolas e universidades foram fechadas, assim como hotéis e outras instalações turísticas, para desestimular as viagens.

Neste contexto, o presidente Hassan Rohani fez um novo apelo hoje à população, pedindo-lhe que limite seus traslados para conter o vírus.

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