Petróleo continua em queda vertiginosa
Londres, 30 Mar 2020 (AFP) - Os preços do petróleo continuavam caindo nesta segunda-feira devido ao impacto da nova pandemia de coronavírus, com o barril de Brent em seu nível mais baixo desde 2002 e o WTI com várias quedas abaixo do limite simbólico de US$ 20.
O barril de Brent do Mar do Norte para entrega em maio estava sendo vendido a US$ 22,28, um nível não observado há mais de 17 anos, representando uma queda de mais de 10% em relação ao fechamento da sexta-feira.
Em Nova York, o barril de WTI para maio fez várias incursões abaixo da barreira de US$ 20, chegando a US$ 19,46 por barril.
"Isso reflete a crescente conscientização de que a demanda por petróleo está em colapso, provavelmente muito acima dos 20% previstos para abril e maio", segundo analistas da JBC Energy.
A crise da saúde e as medidas drásticas adotadas para conter a propagação do vírus, como limitar a circulação de pessoas e bens, atingiram a demanda por petróleo com toda a sua força.
Mais de 3,3 bilhões de pessoas estão confinadas em suas casas, ou seja, mais de 40% da população mundial, para tentar impedir a propagação do novo coronavírus, que já fez cerca de 35.000 mortos no mundo, de acordo com uma contagem AFP.
Dois dos três maiores produtores mundiais de petróleo, Arábia Saudita e Rússia, estão envolvidos em uma guerra de preços desde o fracasso das negociações no início de março de um acordo entre os membros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) e dez países aliados.
Este acordo vincula até o final deste mês os membros da OPEP e os dez países aliados, incluindo a Rússia, e refere-se a uma limitação voluntária da produção de petróleo.
O presidente dos EUA, Donald Trump, falou nesta segunda-feira com seu colega russo, Vladimir Putin, sobre o setor de petróleo, segundo o Kremlin.
"O contexto é sempre o pior possível. As estimativas da demanda são revisadas quase diariamente, enquanto no lado da oferta ainda não há sinais de reconciliação entre a Arábia Saudita e a Rússia", disse Eugen Weinberg, do Commerzbank.
Além disso, a Arábia Saudita anunciou nesta segunda-feira que aumentará suas exportações de petróleo para um volume recorde de 10,6 milhões de barris por dia (mbd) a partir de maio, em meio a sua batalha com a Rússia pelo controle do mercado.
Riade negou na sexta-feira qualquer discussão em andamento com Moscou para reequilibrar o mercado, informou Al Stanton, analista da RBC, apesar da pressão exercida na semana passada por Washington.
O chefe da diplomacia americana, Mike Pompeo, ligou para o príncipe Mohamed bin Salman há uma semana para pedir-lhe "que tranquilize os mercados financeiro e de energia" diante da emergente crise econômica global.
Porque as primeiras "vítimas da disputa" entre Moscou e Riade podem muito bem ser os produtores americanos, cujo "xisto está sob considerável pressão" nesse nível de preços, analisa Craig Erlam, da Oanda.
O custo da extração difere para cada empresa, mas, segundo os analistas do JPMorgan Chase, fica em torno de US$ 45 por barril na bacia de Midland, no Texas, e cerca de US$ 55 na baía de Delaware, bem acima dos preços atuais.
"Embora os Estados Unidos continuem a bombear quantidades quase recordes, os dados das últimas plataformas de petróleo sugerem que isso não durará muito", disse Erlam.
bp/ved/cj/mis/mb/mr/cc
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