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Casa Branca e democratas trocam ataques e acordo sobre novo plano de ajuda permanece distante

10/08/2020 21h22

Washington, 11 Ago 2020 (AFP) - A Casa Branca e a oposição democrata trocaram ataques nesta segunda-feira sobre quem seria responsável pela paralisação das negociações para o lançamento de um novo plano de ajuda, enquanto os casos de Covid-19 continuam aumentando nos Estados Unidos e trabalhadores veem, com preocupação, as contas acumularem.

A menos de três meses das eleições presidenciais, o presidente americano, Donald Trump, convocou hoje os democratas a "se concentrarem em outra coisa que não seja resgatar estados mal governados". Trump reiterou, em entrevista coletiva, que se nega a que o plano de resgate inclua uma ajuda aos governos estaduais e locais, o que os democratas defendem.

Na manhã de hoje, o secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Steven Mnuchin, disse que é possível um acordo no Congresso para um novo plano de ajuda para amenizar os efeitos da pandemia nos EUA se os democratas cederem em algumas de suas reivindicações.

O líder da minoria democrata no Senado, Chuck Schumer, respondeu que é o governo que não busca um compromisso, e chamou a tentativa do presidente Donald Trump de impusionar uma solução sem passar pelo Congresso de "risível".

Com as negociações estancadas, Trump assinou no fim de semana ordens executivas para dar assistência aos trabalhadores e às empresas, no momento em que a pandemia de COVID-19 continua avançando sem controle e o desemprego está em nível alto.

Na semana passada, a líder da Câmara dos Representantes, a democrata Nancy Pelosi, e Chuck Schumer reuniram-se em várias ocasiões com Mnuchin e com o chefe de gabinete Mark Meadows para tentar chegar a um acordo que aproxime a proposta democrata de um plano de US$ 3 trilhões com a alternativa dos republicanos de um pacote de US$ 1 trilhão.

Mnuchin rejeitou a oferta dos democratas de cortar o plano para US$ 2 trilhões, incluindo a ajuda para os estados e governos locais, como uma ideia "absurda". Nesta segunda-feira, em entrevista ao canal CNBC, o secretário declarou que "um acordo pode ser alcançado se os democratas forem razoáveis".

- Trump -A ajuda que o governo Trump aprovou com uma ordem executiva corre o risco de ser paralisada pela Justiça, uma vez que, segundo a Constituição dos Estados Unidos, cabe ao Congresso a distribuição dos orçamentos.

Economistas advertiram que a pandemia pesou nas contas dos governos locais, que poderiam se ver obrigados a demitir professores, policiais e bombeiros. Mnuchin, no entanto, afirmou que estas administrações ainda dispõem de fundos "suficientes" do último pacote de ajuda.

- Disputa pelo correio -

Trump congelou, mediante ordem executiva, a arrecadação dos impostos sobre a folha de pagamento, que depende dos empregadores e beneficia aqueles que ganham menos de 100 mil dólares por ano. Esta medida beneficia apenas as pessoas empregadas e projeta uma fatura para o contribuinte a ser paga no próximo ano.

Trump também determinou uma moratória dos despejos causados pela crise que muitos inquilinos enfrentam e liberou uma ajuda de 400 dólares semanais para substituir o cheque de 600 dólares que os desempregados receberam no último pacote de ajuda, que expirou no fim de julho.

Schumer indicou que os democratas irão insistir em que o novo pacote inclua um fundo de 10 bilhões de dólares para apoiar o serviço do correio e acusaram Trump de tentar "destruir" o mesmo.

Trump nomeou o empresário republicano Louis DeJoy para a chefia do órgão no começo de maio, e o executivo, que chefiou uma empesa de transporte de mercadorias, tomou medidas drásticas contra as horas extras e freou as contratações, o que muitos críticos apontam como origem dos atrasos no serviço.

"O presidente quer destruir o serviço do correio", acusou Schumer, em um momento de debate nos Estados Unidos sobre o voto pelo correio devido à pandemia. "Não deixaremos. Isto é tão vital."

Para Mnuchin, existe um espaço para avançar nas negociações. "Podemos sim chegar a um acordo justo, o que faremos esta semana. Mas o presidente precisa de ações, não vai ficar sentado esperando", afirmou.

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